o blog que dá crise renal em quem não tem crise de consciência. comunicação, marketing, publicidade, jornalismo, política. crítica de cultura e idéias. assuntos quentes tratados sem assopro. bem vindo, mas cuidado para não se queimar. em último caso, bom humor é sempre melhor do que pomada de cacau.
quinta-feira, janeiro 29, 2015
eu comi à "fatima bernardes"; e achei uma merda. teria sido isto alguma surpresa ?
manuais de marketing que se diziam inovadores há algumas décadas davam como certa a "receita": o mercado é suficientemente generoso para a primeira e segunda marca. a terceira já aí não. nem sequer terá pinta de amante de segunda.
isto posto, a seara sempre foi ali o patusco da história, já que sadia e perdigão abocanhavam-se primeiro e segundos o mercado de comidas pré-prontas, e análogos, similares, bem você sabe, aquela merda toda que você come, se engasga, e quando não vomita, caga em nome da falta de tempo e da falsa comodidade.
com a fusão entre sadia e perdigão, a segunda tornou-se perdigoto, e a seara vislumbrou a oportunidade de ser a segunda da vez ou de vez, como preferirem.
isto posto, pra "receita" não desandar, chamaram o precursor do micro-ondas, o sir olivetto, que andava em banho maria no posto de chairman da mccann, aquela agência que toda vida manteve a " receita" do fogo brando forever.
washington, aquele que ficou conhecido por transformar pão velho em bruschettas, hoje mais voltado a função de maitre na má serventia de textos que se encaixam direitinho na modalidade planejamento que vai direto ao ralo, arregaçou: " nossa ideia para seara é de que a campanha tenha um misto da persuasão da propaganda com a credibilidade do jornalismo, e não existe ninguém melhor do que a fatima para sintetizar esta proposta". caralho! dizer que fatima é um ex-libris da credibilidade do jornalismo? por mais que o jornalismo esteja ao nível de guardanapo, de papel of course, é coisa que o olivetto dos bons tempos não diria nem bebum no martinez - se você não sabe o que é o martinez, você também merece comer a salsicha da fátima por outras vias "do fato".
os manuais também dizem - e olivetto repetiu a "receita" no prato principal e na sobremesa até se fartar - que se a persuasão conduzir à experimentação é apenas começo do repasto, pois se a experimentação não corresponde ao que alardeia não se chega a sobremesa, e as vezes nem ao segundo prato. " a receita ", o efeito inverso(a decepção, a frustração, o desencanto) é pior do que a peidorrenta disenteria provocada pela ingestão de ovo podre.
ao buscar o caminho, hoje e sempre, aparentemente mais fácil - mas só aparentemente, porque campanhas de endorsment existem aos milhões porém contam-se as unidades que demonstraram eficácia, criatividade e sinergia com a verdade, seja qual for, do anunciado (o que não é, definitivamente, o caso desta. pois a fatima empresta da sua "credibilidade" apenas o esgar já que seu sorriso nunca traz a leitura da espontaneidade,o que é fatal em endorsments) e assim dito, pelo gogó no endorsment de personalidade - hoje, esvaziados dizem-se de dita famosidade - trouxe para os embutidos da seara um vento a favor do efeito bumerangue, que no meu caso veio em forma de forma de pizza(argh!). e não adianta acrescentar, acercar-se de especialistas que comeram cachorro quente na finlandia, personal responsáveis por dietas saudáveis ?!?!? e cazzos bam-bam-bans da pasta, porque na hora da verdade da mesa, nem o bonner consegue comer à fatima bernardes. e não se pode culpá-lo por ter um caso com uma outra marca que não seja a da sua mulher.
portanto, a "receita" vale na mesa e, provavelmente, na cama: não prometa/ofereça o que você não pode - ou não quer dar - não faça a surpresa ser negativa. se não tem bumbum, nada de calças para aparentar tê-lo; se não tem peito, nada de sutiã com recheio. se tem o pau pequeno, nada de dizer que tem os "pés grandes". improvise e, ai sim, surpreenda. não se trata de tirar a azeitona da pizza ou onde lá que seja de ninguém. trata-se de usar a azeitona para se ficar lambendo os beiços e não para cuspir caroço.
a seara já na embalagem não surpreende ninguém. embalagem aberta então, a comparação com produto e propaganda mais sadia é imediata e inevitável.
isto posto, nesta seara toda, a sadia sabe que é mesmo, de verdade, mais gostosa. e isso não é surpresa alguma para o consumidor. surpresa mesmo, sim, seria, se as " receitas" da fatima fossem, como alega ser, realmente surpreendentes.
mas quem acredita no surpreendente hoje no jornalismo e na propaganda brasileira? só publicitário mesmo. e olhe lá. porque jornalista já sabe de há muito que tudo acaba em pizza. agora, da seara, é mais ainda pra se foder.
in tempo: quando a pizza, para horror dos puristas, não vai nem com mostarda à granel, e ketchup de balde, para não falar da coca-cola de 4 litros, é porque fodeu geral. não se atreva a vitimar o vira-lata que ronda a sua mesa
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