terça-feira, setembro 08, 2009

exemplo textual ou textualmente falando

1. Em uma planície, viviam um Urubu e um Pavão. Certo dia, o Pavão refletiu:- Sou a ave mais bonita do mundo animal, tenho uma plumagem colorida e exuberante, porém nem voar eu posso, de modo a mostrar minha beleza. Feliz é o Urubu que é livre para voar para onde o vento o levar.O Urubu, por sua vez , também refletia no alto de uma árvore:- Que infeliz ave sou eu, a mais feia de todo o reino animal e ainda tenho que voar e ser visto por todos, quem me dera ser belo e vistoso tal qual aquele Pavão.Foi quando ambas as aves tiveram uma brilhante idéia em comum e se juntaram para discorrer sobre ela: cruzar-se seria ótimo para ambos, gerando um descendente que voasse como o Urubu e tivesse a graciosidade de um Pavão…Então cruzaram… e daí nasceu o Peru:Que é muito feio e não voa.

Moral da história: “Se a coisa tá ruim, não inventa gambiarra que piora!”

2. Impressionante como a publicidade impressa está cheia de gambiarra. Claramente elas não nasceram idéia. O criativo, se ele merece esse título, pega uma ilustração, bota nela um título qualquer e (des)completa com um texto que não tem nada a ver com as calças.

Resultado: um monstro.

3. Já perdi a conta das vezes em que defendi, neste e em outros espaços, que a publicidade carece de bons redatores, gente que sabe escrever publicidade. E gente que sabe escrever publicidade não é um literato.

Precisa ler bons textos de anúncio.

Por essa razão, quando vejo em um anúncio, um bom texto, recolho. E procuro passá-lo pra frente, na esperança de que, assim, dou uma contribuição para a melhoria do nível da nossa ultimamente tão maltratada publicidade. É o que vou fazer agora.

4. Veja esta pérola, assinada pelo Conar. O título é “O Conar existe para coibir os exageros na propaganda. E ele é 100% eficiente nesta missão. A segunda frase está riscada. Ele diz:

“Nós adoraríamos dizer para você que somos perfeitos. Que somos infalíveis. Que não cometemos nem mesmo o menor deslize. E só não falamos isso por um pequeno detalhe: é mentira.

Aliás, em vez de usar a palavra “mentira”, como nós acabamos de fazer, poderíamos optar por um eufemismo. “Meia verdade”, por exemplo, seria menos agressivo.

Mas nós não usamos esta palavra simplesmente porque não acreditamos que exista uma “meia verdade”.

Para o Conar, Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária, existem a verdade e a mentira. Existem a honestidade e a desonestidade. Absolutamente nada no meio.

O Conar nasceu há 29 anos (viu só¿ não arredondamos para 30) com a missão de zelar pela ética na publicidade.

Não fazemos isso porque somos bonzinhos (gostaríamos de dizer isso, mas, mais uma vez, seria mentira).

Fazemos isso porque é a única forma da propaganda ter o máximo de credibilidade. E, cá entre nós, para que serviria a propaganda se o consumidor não acreditasse nela¿

Qualquer pessoa que se sinta enganada por uma peça publicitária pode fazer uma reclamação ao Conar. Ele analisa cuidadosamente todas as denúncias e, quando é o caso, aplica a punição.

O processo de julgamento é rápido e desburocratizado. E, em caso de uma clara infração ao Código de Ética, o Conar pede a suspensão imediata da campanha, até que seja realizado o julgamento. Anunciantes, agências de publicidade e veículos aceitam todas as resoluções doConar – mesmo que elas acabem por tirar do ar uma campanha onde milhões já foram investidos.

Aí você pergunta: “E não tem choro¿” Ao que nós, honestamente, respondemos: “Mas é claro que tem.” Pergunte a qualquer publicitário se ele já teve uma campanha suspensa pelo Conar.

São grandes as chances da resposta ser positiva. Agora, pergunte o que ele achou desta punição. São imensas as chances de as resposta incluir algumas palavras pouco elogiosas, dirigidas à nossa séria e respeitável entidade.

O Conar não está preocupado com o seu nível de popularidade entre os publicitários (seria impossível fazer o nosso trabalho se estivéssemos nos importando com isso).

Estamos muito mais interessados em cumprir a nossa missão, que é fazer com que a publicidade seja sempre honesta, responsável e respeitosa. E não meio-honesta, meio responsável e meio-respeitosa.

Isso não existe nem na propaganda, nem na vida.
5. Leu? Então, releia. Cada vez que reler, você vai melhorar, porque textos como este sempre ajudam a aprimorar o estilo.

( o texto, do eloy simões, que é antigas, ou do tempo em que um texto do peru significava outra coisa e que monstro era um redator pra lá de respeitado)

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