segunda-feira, maio 11, 2009

filhos da mãe ou de édipos e jocastas, os tôscos

ogilvy, o david, entre princípios e tiradas, costumava dizer que o publicitário deveria pensar no anúncio como se ele fosse feito para a sua e, obviamente, a dos outros. mesmo que o dito-cujo-criador, presumo, seja um grandissímo filho da puta.

menos. bem menos, mas não tanto nem tanto, pelo viés do pudor falso moralista. os valores de ogilvy tinham a ver mais com sua busca no mister pelo respeito a inteligência das mamãs, como símbolo do consumidor em geral, que no caso(ou seria ocaso?) homens de marketing, e agências, persistem em ignorar. contribuindo elas mesmas de forma desastrosa para a disseminação da propaganda varejão de tuning e axé de antenada. nesta hora, o jargão da responsabilidade social, e a preocupação com a formação de valores educativos - estéticos e éticos - ou realmente inovadores em alto nível desce para o alto nível baixo, já que que as mesmas insistem em procriar, como se viu nestes tempos de infelizes dias das mães, que nem mesmo as piores deveriam ter, prelúdios iguais aos vistos. se isto é propaganda inteligente, eu realmente sou de outro planeta.

sem abrir o leque, que o calor da menopausa criativa destes "youngs creatives" é de fazer inveja as vovós, já que as mamães já fazem compensação hormonal, nem assim estes procuram fazer uma compensação em data emocional que tem a ver com seu nascimento, e com a incompreensão das mesmas: “ onde fui que eu errei para ter um filho publicitário”, principalmente o que se diz criativo e arrota siglas de premiações que mais parecem nome de amebas e correlatos para as progenitoras. e mesmo assim, no dia delas, fazem tudo igual, inclusive levando-as para o famigerado almoço dominical. haja pizarria e churrascão, para harmonizar com a propaganda engordurada que arrotam.

fisguemos o segmento dos magazines leaders da vida. você, filho devotado, pagaria a uma agência, para que ela fizesse um table-top modernoso de imagens com uma trilha sonora “re-arranjada” – e sempre inferior ao original - ? por mais bicuda que porventura tenha sido a sua, até o filho mais ingrato a pouparia.

pois foi só o que deu. a tendênciazinha barata, que é a pior de todas as zinhas(seguir tendências) de ser moderno e antenado(não há redundância: tem muita gente antenada que não é moderna, e muito moderno, como estes, que de antenado nem com bombril na antena) quando antenado mesmo foi o marketing e agência da shell, ainda nos anos 60 a colocar os mutantes com seus jingles originais a tocar a tal da gasolina ICA – que originalmente era PICA(pré-ignition control adctive) enquanto hoje o que se consegue é colocar aviões do forró(pra vender moto?!) e calypso para vender o cd “especial de retalho” mais para rebutalho) para o hipercard. ora meu filho! cd por cd, a mamãe compra o dvd pirata que é muito melhor(e mais barato). e seguem o caminho das perfumarias baratas de criação até as perfumarias ditas mais refinadas.

o “conceito” emocional rebuscado para as mamas de antão não vai além de reapresentar as tais trilhas(ela é a minha menina, rouge, ins´t she lovely,etc) como line de imagens ocas de emoção, repetidas a exaustão, que até velhos clichês, soariam mais modernos. e haja repetição/copiação/chuparização destes ditos ícones, simbolos e sinais(falsamente) modernos, de mesma batida e instrumentação, idem tomadas, ângulos e corte, a provocar a chamada entropia, a tal perda da energia(eficácia) no caso musical, imagética, que devem aprender isto nas aulas? mas quem liga para isso? as mamães pouco importa. será? afinal, mamãe faz de tudo para agradar o filho, outro clichê, mesmo que ele seja publicitário deste tipo.

e assim o dia das mães está cada vez mais se tornando o dia dos publicitários de pai anônimo e de mães mal amadas. ou se preferir, de édipos mal-resolvidos a fuder a torto e a direito a bunda inteligência delas, no dizer dos que pensam comerciais em tais parâmetros.

in tempo: poupe-se a masturbação. a foto que ilustra o post é de uma mãe em papel de jocasta.

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