Não se separa a pessoa da empresa.
- Luiza Trajano
Semana passada, sugeria - neste espaço - que o marketing completou seu centenário, no mundo, em 2005 - e estaria próximo de poder celebrar o seu cinquentenário no Brasil. A idéia foi reforçada pelo e-mail de um importante leitor - Roberto Duailibi - que lembrou o nome de Harry Simonsen Jr., comentando que, por volta de 1955, ele já defendia a inclusão do marketing, como fator de aproximação entre os profissionais de propaganda e de vendas. Isso tem sentido, uma vez que, em 1956, era fundada a ADVB - como Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil - por um grupo do qual faziam parte William James Pepper (presidente), Gilberto Lacê Brandão, Jurandyr de Castro, Oswaldo Ballarin, José Roberto Whitaker Penteado (pai) e Paschoal Ricardo Neto, entre outros. Pouco mais jovem, Simonsen iria dirigir a ADVB durante muitos anos.
A geração que trabalhou, na década de 60, nos então novos setores de marketing das empresas multinacionais - e algumas brasileiras - conheceu uma atividade que estava longe de ser o estigmatizado “marketing” das manchetes e colunas policiais contemporâneas, onde pontificam inomináveis espertos e golpistas. Naquele momento, marketing era - realmente - a arte de conquistar e manter os clientes, como escrevia Theodore Levitt. O consumidor era nada menos do que Rei.
Os resultados, aqui, fizeram-se sentir - como já havia acontecido nos Estados Unidos e vinha acontecendo na Europa. As empresas que praticavam o marketing tinham sucesso, ganhavam fatias do mercado e assumiam as posições de liderança, enquanto “as outras” perdiam terreno ou assistiam, à margem do processo.
Em quatro décadas, contudo, muita coisa mudou. O sufoco dos resultados financeiros a qualquer custo modificou a ênfase da administração estratégica e produziu monstros e monstrengos, como oligopólios e monopólios de fato, que passaram a oprimir o consumidor - em vez de acarinhá-lo - através de falsos serviços, contratos mal-intencionados, roubos no peso dos produtos, a ponto de chegar aos limites da criminalidade, através de verdadeiras agressões e violência. Você sabe - caro leitor (principalmente se tiver 50 anos ou mais) que eu não estou exagerando... Não tem sido fácil ser um profissional de marketing nestes anos da virada do milênio.
É por isso que vejo o atual sucesso do Magazine Luiza como uma verdadeira lufada de ar fresco - como se dizia antigamente. Gosto principalmente do discurso da Dona Luiza Trajano - que ouvi pela primeira vez durante um almoco de empresários. Ela diz coisas simples como: o cliente gosta de carinho, os funcionários também; não se pode fazer comunicação externa sem boa comunicação interna; ganhar dinheiro é importante, mas não é tudo; você tem de ir aonde e quando o cliente quiser...
Na atual crise financeira e ética, provocada sobretudo pela ganância e impunidade de falsos profissionais, é confortador ver como este moderno marketing à moda antiga da Dona Luiza está dando certo.
(o marketing moderno da dona luiza, do j.roberto.w.penteado)
Now playing: Cassiano - Cedo ou Tarde via FoxyTunes
o blog que dá crise renal em quem não tem crise de consciência. comunicação, marketing, publicidade, jornalismo, política. crítica de cultura e idéias. assuntos quentes tratados sem assopro. bem vindo, mas cuidado para não se queimar. em último caso, bom humor é sempre melhor do que pomada de cacau.
segunda-feira, dezembro 22, 2008
quinta-feira, dezembro 18, 2008
embrulha e manda ?
“Bom design é uma forma de respeito – da parte de quem produz para a pessoa que irá eventualmente gastar seu suado dinheirinho no produto, usar o produto, possuir o produto”. Davis Beown
Os produtos possuem três dimensões distintas de atendimento à demanda: uma dimensão estética, uma psicológica e uma funcional.
A Dimensão Estética consiste na relação que se dá entre um produto e um usuário, em termos de processos sensoriais, isto é, de experiência sinestésica com o objeto. Criar função estética para os produtos é uma das principais tarefas dos designers na atualidade, que precisam adequar os objetos às condições perceptivas do homem. O uso sensorial de produtos industriais depende de dois fatores:
● experiências anteriores com as características estéticas – forma, cor, textura, superfície, som etc.;
● percepção consciente dessas características;
Em certos casos, a escolha do consumidor entre produtos concorrentes é baseada em aspectos estéticos, principalmente nas situações em que as funções práticas dos produtos são parecidas. A Dimensão Estética ou Design como vem sendo chamada atualmente é a expresso do belo e do admirável, é percebida como totalidade, o que reduz a atenção sobre os detalhes.
Para aumentar a competitividade, é necessário dar detalhes aos produtos, achar formas de diferenciá-lo dos concorrentes, o que pode ser feito através da Dimensão Estética.
A Estética ou Design tem um papel fundamental no momento de decisão de compra, porque é percebida imediatamente pelo consumidor. Ela também pode ser o deflagrador da compra, por possui uma característica de decisão de compra sem envolver as funções práticas que somente serão percebidas após a compra do produto.
Um bom exemplo de produto que vem com Dimensão Estética (Desing) é a famosa lixeira Garbino, criado pelo Designer Karin Rashid, que é marcada por curvas modernas, muitas cores e bom humor e até outubro de 2008 haviam sido vendidas aproximadamente 4 milhões de unidade, inclusive aqui no Brasil.
A Dimensão Psicológica dos produtos está em consonância com a expectativa de satisfação que eles podem gerar para seus consumidores.
O grau de expectativa dos consumidores com o uso dos produtos envolve aspectos subjetivos e inconscientes.
Um produto tem função simbólica quando sua percepção gera, nos consumidores, conexões com experiências e sensações vividas anteriormente, isto é, a função simbólica dos produtos é determinada pelos aspectos psíquicos e sociais do uso. Um símbolo é um signo que representa algo, seu objeto, de maneira convencional. A função simbólica dos produtos possibilita ao homem, por meio de sua capacidade mental, fazer associações com experiências passadas. Essa função deriva dos aspectos estéticos dos produtos e somente será efetiva se for baseada na aparência percebida sensorialmente e na capacidade mental humana de associação de idéias. Um exemplo de produto que exercem uma grande expectativa de satisfação, são os carros da marca Ferrari.
Outro exemplo de Dimensão Psicológica são as motas da marca Harley-Davidson. Segundo Francisco Fernandes Filho, os executivos e gerentes da Harley e uma grande parte dos 5500 empregados, têm uma conexão visceral com a marca, não só porque fazem e vendem as motocicletas, mas porque são clientes. Para eles a Harley é mais do que uma simples motocicleta, é um estilo de vida, uma obra de arte, um vínculo emocional com uma vasta e única comunidade. Os executivos estudaram cuidadosamente o vínculo emocional entre os motoqueiros das Harleys e o produto, e respeitaram parâmetros rígidos em todos os aspectos do design, da fabricação, e do marketing das motocicletas para acentuar a mística e fortalecer ainda mais o vínculo.
A Dimensão Funcional está ligada à utilidade basicamente prevista para um produto. Na compra de uma cadeira para o escritório, por exemplo, a superfície do assento deve suportar o peso do corpo do usuário; o arredondamento da borda frontal do assento deve evitar deficiências de circulação nas pernas; o encosto deve servir de apoio á coluna vertebral e relaxar os músculos das costas; a largura e a profundidade do assento devem permitir liberdade de movimentos e mudanças de posição.
Estes atributos que garantem a funcionalidade dos produtos não se apresentam segmentados, mas formam um conjunto.
(produtos e suas dimensões, do carlos eduardo munhoz.)
apesar do texto frisar que os atributos que garantem a funcionalidade dos produtos não se apresentam segmentados, mas formando um conjunto, seu peso, obviamente, não é eqüidistante como deveria. a dimensão funcional das harley-davidson, sempre deixou a desejar. o famoso “ vazamento do óleo”, acabou tornando-se um ícone graças ao peso da dimensão psicológica, que no caso da harley chega ao paroxismo religioso, o que tornou a marca o que é. curioso – e um bom exercício - é constatar que uma das facetas da dimensão funcional – a ergonomia – várias vezes é engolida pela dimensão estética, gerando produtos “bonitinhos mas ordinários em suas funções”, o assim chamado "efeito niemeyer"(pura maldade dos críticos ideológicos?) que atribuem a sua arquitetura o efeito de encher os olhos mas inabitáveis a insônia.
Now playing: Van Morrison - No Thing via FoxyTunes
Os produtos possuem três dimensões distintas de atendimento à demanda: uma dimensão estética, uma psicológica e uma funcional.
A Dimensão Estética consiste na relação que se dá entre um produto e um usuário, em termos de processos sensoriais, isto é, de experiência sinestésica com o objeto. Criar função estética para os produtos é uma das principais tarefas dos designers na atualidade, que precisam adequar os objetos às condições perceptivas do homem. O uso sensorial de produtos industriais depende de dois fatores:
● experiências anteriores com as características estéticas – forma, cor, textura, superfície, som etc.;
● percepção consciente dessas características;
Em certos casos, a escolha do consumidor entre produtos concorrentes é baseada em aspectos estéticos, principalmente nas situações em que as funções práticas dos produtos são parecidas. A Dimensão Estética ou Design como vem sendo chamada atualmente é a expresso do belo e do admirável, é percebida como totalidade, o que reduz a atenção sobre os detalhes.
Para aumentar a competitividade, é necessário dar detalhes aos produtos, achar formas de diferenciá-lo dos concorrentes, o que pode ser feito através da Dimensão Estética.
A Estética ou Design tem um papel fundamental no momento de decisão de compra, porque é percebida imediatamente pelo consumidor. Ela também pode ser o deflagrador da compra, por possui uma característica de decisão de compra sem envolver as funções práticas que somente serão percebidas após a compra do produto.
Um bom exemplo de produto que vem com Dimensão Estética (Desing) é a famosa lixeira Garbino, criado pelo Designer Karin Rashid, que é marcada por curvas modernas, muitas cores e bom humor e até outubro de 2008 haviam sido vendidas aproximadamente 4 milhões de unidade, inclusive aqui no Brasil.
A Dimensão Psicológica dos produtos está em consonância com a expectativa de satisfação que eles podem gerar para seus consumidores.
O grau de expectativa dos consumidores com o uso dos produtos envolve aspectos subjetivos e inconscientes.
Um produto tem função simbólica quando sua percepção gera, nos consumidores, conexões com experiências e sensações vividas anteriormente, isto é, a função simbólica dos produtos é determinada pelos aspectos psíquicos e sociais do uso. Um símbolo é um signo que representa algo, seu objeto, de maneira convencional. A função simbólica dos produtos possibilita ao homem, por meio de sua capacidade mental, fazer associações com experiências passadas. Essa função deriva dos aspectos estéticos dos produtos e somente será efetiva se for baseada na aparência percebida sensorialmente e na capacidade mental humana de associação de idéias. Um exemplo de produto que exercem uma grande expectativa de satisfação, são os carros da marca Ferrari.
Outro exemplo de Dimensão Psicológica são as motas da marca Harley-Davidson. Segundo Francisco Fernandes Filho, os executivos e gerentes da Harley e uma grande parte dos 5500 empregados, têm uma conexão visceral com a marca, não só porque fazem e vendem as motocicletas, mas porque são clientes. Para eles a Harley é mais do que uma simples motocicleta, é um estilo de vida, uma obra de arte, um vínculo emocional com uma vasta e única comunidade. Os executivos estudaram cuidadosamente o vínculo emocional entre os motoqueiros das Harleys e o produto, e respeitaram parâmetros rígidos em todos os aspectos do design, da fabricação, e do marketing das motocicletas para acentuar a mística e fortalecer ainda mais o vínculo.
A Dimensão Funcional está ligada à utilidade basicamente prevista para um produto. Na compra de uma cadeira para o escritório, por exemplo, a superfície do assento deve suportar o peso do corpo do usuário; o arredondamento da borda frontal do assento deve evitar deficiências de circulação nas pernas; o encosto deve servir de apoio á coluna vertebral e relaxar os músculos das costas; a largura e a profundidade do assento devem permitir liberdade de movimentos e mudanças de posição.
Estes atributos que garantem a funcionalidade dos produtos não se apresentam segmentados, mas formam um conjunto.
(produtos e suas dimensões, do carlos eduardo munhoz.)
apesar do texto frisar que os atributos que garantem a funcionalidade dos produtos não se apresentam segmentados, mas formando um conjunto, seu peso, obviamente, não é eqüidistante como deveria. a dimensão funcional das harley-davidson, sempre deixou a desejar. o famoso “ vazamento do óleo”, acabou tornando-se um ícone graças ao peso da dimensão psicológica, que no caso da harley chega ao paroxismo religioso, o que tornou a marca o que é. curioso – e um bom exercício - é constatar que uma das facetas da dimensão funcional – a ergonomia – várias vezes é engolida pela dimensão estética, gerando produtos “bonitinhos mas ordinários em suas funções”, o assim chamado "efeito niemeyer"(pura maldade dos críticos ideológicos?) que atribuem a sua arquitetura o efeito de encher os olhos mas inabitáveis a insônia.
Now playing: Van Morrison - No Thing via FoxyTunes
sexta-feira, dezembro 12, 2008
como excrever bem: tem publicitário que além do mico da faculdade, ainda frequenta cursos para isto
Exemplo errado ― Escrever é um verbo escrito e conjugado com S e não com X. O título desta croniqueta está totalmente errado. Tão errado quanto o uso abusivo dos advérbios em mente.
Exemplo certo ― O jornal que eu compro todos os dias passou uma semana anexando à sua edição normal, feito um brinde, uma pequena brochura de 24 páginas sobre o título geral de Como Escrever. Ou How To Write, em inglês. Li todos eles. Textos lúcidos e bem organizados sobre ficção, poesia, comédia, peças e roteiros cinematográficos, memórias e biografias, jornalismo e, por fim, literatura infantil.
Excelente leitura. Nada aprendi. Muito me diverti. História de minha vida.
Volta e meia, acompanho pelas nossas folhas uma discussão infindável que me persegue, e a muita gente boa aí também. Qual seja, se o jornalismo pode ser ensinado e se o jornalista praticante deve apresentar ou não diploma.
Não tenho a menor idéia. Não pretendo, a essa altura do campeonato, apresentar opinião a respeito. Sei que não freqüentei aula de jornalismo, não tenho diploma, destituído também sou das prendas extradomésticas e além-bar do tal do jornalismo. Tudo que escrevo é um exemplo claro de que estou por fora. Ou que fui-me embora. Ir embora implica em muitas ― mas muitas mesmo ― perdas. O diploma é um deles. Não é uma má.
Tenho livro publicado. Ficção. Mais ou menos fictícia. Não freqüentei aula. Matá-las e ir ver treino do Botafogo era muito mais interessante.
Li à beça. No tempo em que eu reunia a curiosidade e a paciência para ler tudo que me caísse às mãos. Sei de umas poucas noções básicas sobre, por exemplo, o que deve ser um romance. E.M. Forster me emprestou uma frase que sintetizo dizendo que sim, que um romance deve contar uma história. O importante é que Forster, danado de inteligente, bom de bola e chutando com as duas, iniciava a ponderação absoluta com uma ressalva muito a seu estilo e equivalente a um suspiro: "Oh, dear!" E prosseguia: "Yes, it must tell a story."
Isso aí. Duro. Mas um romance tem que contar uma história. Com começo, meio e fim. Não necessariamente nessa ordem, como deixaram bem claro Joyce, Proust e algumas centenas de inovadores merecidamente obscuros.
Há que haver, ainda, estilo. Muito estilo. Romancista, jornalista, roteirista. Toda essa gente tem que ter um estilo. Uma voz. Desafinada, mas pertencente ao divulgador da notícia. Notícia que pode ser romance, nota de jornal, peça de teatro, roteiro de cinema.
O que é estilo? Temos que recorrer a Fats Waller (ou Louis Armstrong, dependendo de quem conta a história) que, quando perguntado por uma dama da melhor sociedade o que era o jazz, respondeu, "Se tem que perguntar para saber, não adianta eu explicar que a senhora não vai entender."
Feito samba, estilo não se aprende no colégio. Mas há que se virar e rebolar, rebolar, rebolar até encontrar um dando sopa. Ou depois de se quebrar muita pedra. Sem estilo nada acontece. Com estilo, tudo é possível.
Segundo o jornalista (aliás mais para o ensaísta) Simon Jenkins, a coleção, no pequeno volume dedicado ao jornalismo, dedica algumas palavras valiosas, para passivos e ativos da nada nobre arte de praticar o que sai nos periódicos. Diz ele que o jornalismo se expressa mediante a palavra escrita, embora essa não seja a sua essência.
Sempre segundo Jenkins, jornalismo pode ser ensinado, sim, senhor. Deve, inclusive, fazer parte de qualquer currículo. Com um senão, ou adendo, dos mais importantes: antes de mais nada, há que haver, naqueles que o praticam, uma intensa curiosidade pelo mundo e um profundo amor pela palavra escrita.
Falou e disse, comento mentalmente, no meu melhor, ou pior, cafajestês.
Acrescento apenas que jornalismo é sobre contar para as pessoas coisas que elas não sabiam antes. Ou que pensavam que sabiam.
Tão sabendo? Moraram? Isso aí.
Nada aprendi e tudo esqueci. Mesmo a coleção que o jornal se deu ao louvável trabalho de produzir e distribuir como brinde. Até o início dessa digitação toda destas linhas. Num lembro. Não sou, nunca fui, nunca quis ser, jornalista.
Apenas, como um moleque de praia, ou vigoroso lateral direito da várzea, bater uma bola, dar meus pontapés, alijar da peleja (e escrever é renhida disputa) os perigosos dianteiros da equipe adversária.
Time adversário? A vida. Vocês. Todo mundo.
(como excrever bem, do ivan lessa, no site da bbc, e também no digestivo cultural)
desnecessário? dizer que também na publicidade é preciso contar uma história, com começo meio e fim emocional com vistas a despertar a curiosidade sobre coisas que as pessoas não conhecem ou ainda mais sobre as que elas conhecem ou pensam que conhecem. você acha mesmo que vai aprender isto na faculdade ou em cursos de zecas-feiras? se acha junte-se " as centenas de inovadores merecidamente obscuros"
Now playing: gomez - how we operate via FoxyTunes
Exemplo certo ― O jornal que eu compro todos os dias passou uma semana anexando à sua edição normal, feito um brinde, uma pequena brochura de 24 páginas sobre o título geral de Como Escrever. Ou How To Write, em inglês. Li todos eles. Textos lúcidos e bem organizados sobre ficção, poesia, comédia, peças e roteiros cinematográficos, memórias e biografias, jornalismo e, por fim, literatura infantil.
Excelente leitura. Nada aprendi. Muito me diverti. História de minha vida.
Volta e meia, acompanho pelas nossas folhas uma discussão infindável que me persegue, e a muita gente boa aí também. Qual seja, se o jornalismo pode ser ensinado e se o jornalista praticante deve apresentar ou não diploma.
Não tenho a menor idéia. Não pretendo, a essa altura do campeonato, apresentar opinião a respeito. Sei que não freqüentei aula de jornalismo, não tenho diploma, destituído também sou das prendas extradomésticas e além-bar do tal do jornalismo. Tudo que escrevo é um exemplo claro de que estou por fora. Ou que fui-me embora. Ir embora implica em muitas ― mas muitas mesmo ― perdas. O diploma é um deles. Não é uma má.
Tenho livro publicado. Ficção. Mais ou menos fictícia. Não freqüentei aula. Matá-las e ir ver treino do Botafogo era muito mais interessante.
Li à beça. No tempo em que eu reunia a curiosidade e a paciência para ler tudo que me caísse às mãos. Sei de umas poucas noções básicas sobre, por exemplo, o que deve ser um romance. E.M. Forster me emprestou uma frase que sintetizo dizendo que sim, que um romance deve contar uma história. O importante é que Forster, danado de inteligente, bom de bola e chutando com as duas, iniciava a ponderação absoluta com uma ressalva muito a seu estilo e equivalente a um suspiro: "Oh, dear!" E prosseguia: "Yes, it must tell a story."
Isso aí. Duro. Mas um romance tem que contar uma história. Com começo, meio e fim. Não necessariamente nessa ordem, como deixaram bem claro Joyce, Proust e algumas centenas de inovadores merecidamente obscuros.
Há que haver, ainda, estilo. Muito estilo. Romancista, jornalista, roteirista. Toda essa gente tem que ter um estilo. Uma voz. Desafinada, mas pertencente ao divulgador da notícia. Notícia que pode ser romance, nota de jornal, peça de teatro, roteiro de cinema.
O que é estilo? Temos que recorrer a Fats Waller (ou Louis Armstrong, dependendo de quem conta a história) que, quando perguntado por uma dama da melhor sociedade o que era o jazz, respondeu, "Se tem que perguntar para saber, não adianta eu explicar que a senhora não vai entender."
Feito samba, estilo não se aprende no colégio. Mas há que se virar e rebolar, rebolar, rebolar até encontrar um dando sopa. Ou depois de se quebrar muita pedra. Sem estilo nada acontece. Com estilo, tudo é possível.
Segundo o jornalista (aliás mais para o ensaísta) Simon Jenkins, a coleção, no pequeno volume dedicado ao jornalismo, dedica algumas palavras valiosas, para passivos e ativos da nada nobre arte de praticar o que sai nos periódicos. Diz ele que o jornalismo se expressa mediante a palavra escrita, embora essa não seja a sua essência.
Sempre segundo Jenkins, jornalismo pode ser ensinado, sim, senhor. Deve, inclusive, fazer parte de qualquer currículo. Com um senão, ou adendo, dos mais importantes: antes de mais nada, há que haver, naqueles que o praticam, uma intensa curiosidade pelo mundo e um profundo amor pela palavra escrita.
Falou e disse, comento mentalmente, no meu melhor, ou pior, cafajestês.
Acrescento apenas que jornalismo é sobre contar para as pessoas coisas que elas não sabiam antes. Ou que pensavam que sabiam.
Tão sabendo? Moraram? Isso aí.
Nada aprendi e tudo esqueci. Mesmo a coleção que o jornal se deu ao louvável trabalho de produzir e distribuir como brinde. Até o início dessa digitação toda destas linhas. Num lembro. Não sou, nunca fui, nunca quis ser, jornalista.
Apenas, como um moleque de praia, ou vigoroso lateral direito da várzea, bater uma bola, dar meus pontapés, alijar da peleja (e escrever é renhida disputa) os perigosos dianteiros da equipe adversária.
Time adversário? A vida. Vocês. Todo mundo.
(como excrever bem, do ivan lessa, no site da bbc, e também no digestivo cultural)
desnecessário? dizer que também na publicidade é preciso contar uma história, com começo meio e fim emocional com vistas a despertar a curiosidade sobre coisas que as pessoas não conhecem ou ainda mais sobre as que elas conhecem ou pensam que conhecem. você acha mesmo que vai aprender isto na faculdade ou em cursos de zecas-feiras? se acha junte-se " as centenas de inovadores merecidamente obscuros"
Now playing: gomez - how we operate via FoxyTunes
terça-feira, dezembro 09, 2008
alho,mel e limão;analgésico, vitamina c e cama; não adianta: este virus é fecal
atchim por schin, é coisa de menino buchudo e remelento, mas parecendo cagada dita e pensada por inconsequentes enquanto reunidos no meio do concurso de arremesso de cuspe, para não dizer catarro, enquanto alguém mais "criativo" propunha fazer concurso de outra porra mais longe. mas havia uma diferença: ninguém levava isto a sério. vacinados pelo mínimo simancol, escapavam deste e de outros vírus, sem nenhuma lesão rescidiva se porventura tomassem a criação publicitária como profissão.
se é um vírus o atchim-skim o desdobramento já diz que pega. se pega, não espanta a contaminação. mas espanta(e assusta em muito) isto ser encarado como criação publicitária ou branding way por tanta gente de agência, clientes, imprensa "ispecializada". significa que nem com mezinhas, nem rezas, nem os mais potentes medicamentos, escapam da nova geração quem não caia e não creia na esparrela que de tanta meleca me faltam adjetivos para este humor, digamos jujuba. escaparam desta os criadores "sexagenários"? talvez. quiçá porque com a subsistência dos anti-corpos in-natura, de quem na carreira nunca perpetrou tal contágio, já eram por sí só vacinados muito antes das campanhas de vacinação inócuas contra a ameaça das gripes que andam por aí, que olhe ninguém jamais imaginou esta, por mais mutantes que sejam as cepas virais deste achado diferencial.
se isso é pegar leve, imaginem o que virá se pegarem pesado. é decididamente o fim da humanidade na propaganda completamente arrasada por um vírus.
saúde?
Now playing: gilberto gil - Copo vazio via FoxyTunes
se é um vírus o atchim-skim o desdobramento já diz que pega. se pega, não espanta a contaminação. mas espanta(e assusta em muito) isto ser encarado como criação publicitária ou branding way por tanta gente de agência, clientes, imprensa "ispecializada". significa que nem com mezinhas, nem rezas, nem os mais potentes medicamentos, escapam da nova geração quem não caia e não creia na esparrela que de tanta meleca me faltam adjetivos para este humor, digamos jujuba. escaparam desta os criadores "sexagenários"? talvez. quiçá porque com a subsistência dos anti-corpos in-natura, de quem na carreira nunca perpetrou tal contágio, já eram por sí só vacinados muito antes das campanhas de vacinação inócuas contra a ameaça das gripes que andam por aí, que olhe ninguém jamais imaginou esta, por mais mutantes que sejam as cepas virais deste achado diferencial.
se isso é pegar leve, imaginem o que virá se pegarem pesado. é decididamente o fim da humanidade na propaganda completamente arrasada por um vírus.
saúde?
Now playing: gilberto gil - Copo vazio via FoxyTunes
segunda-feira, dezembro 08, 2008
quase banners
1. Serginho ria o tempo todo.
Tinha notícia boa?
Serginho ria.
A notícia era ruim?
Serginho gargalhava.
Serginho ria tanto que ganhou o apelido de Bobo Alegre.
O apelido nasceu quando alguém passou a Serginho a informação de que a mãe dele havia falecido. Serginho adorava a mãe.
Serginho não parava de rir, reflexo, certamente, de uma crise nervosa – coisa que nós, garotos, não compreendíamos.
Fim do ano passado estive em Cachoeira Paulista, minha terra natal. Vi Serginho no banco da praça. Estava acabado, nada a ver com o de outros tempos. Eu o reconheci porque ele ria a gargalhada de sempre. Tentei falar com ele, mas ele só ria. Desconfio que não me reconheceu.
2. Ano passado, em uma discussão entre os Comgurus e alunos de pós da Estácio, um deles perguntou: por que a imprensa especializada não discute temas sérios, ao invés de ficar reproduzindo os releases das agências?
Gerou uma bela discussão, onde os participantes lhe deram razão. Agora mesmo, fazendo o balanço dos acontecimentos do ano passado, a imprensa se esqueceu de um fato importantíssimo para o setor: a decisão da ABAP de realizar, trinta anos depois, Congresso Brasileiro de Publicidade. Esqueceu-se, inclusive, da questão, quando fez uma previsão do que poderá ocorrer neste 2008. É como não valesse uma rosca.
3. Quando eu voltava de férias, uma formanda em Publicidade e Propaganda pela Unisul me interpelou na praia:
“Estudei quatro anos, estou me formando e não arranjo emprego. Na melhor das hipóteses um estágio, onde botam a gente de recepcionista a secretária – tudo, menos na atividade profissional... e não pagam nada. Alguns ainda oferecem, quando muito, uma ajudinha de custo. Um absurdo!”.
4. Recebi, há dias, e-mail de um amigo, outrora um dos melhores diretores de arte do mercado, hoje dono de pequena agência em S. Paulo. Queixava-se:
“Está cada vez mais difícil. Onde a gente solicita uma conta, nem que seja a da padaria da esquina, eles estão lá, oferecendo para trabalhar por qualquer coisa, ainda que em troca de um pedaço de pão.”
Não converso com esse meu amigo há vários anos. Não sei se ele ri dessa situação. Acho que não, porque ele nunca foi de rir. Mas, pelo menos no e-mail, não há uma só referência à reação dele a essa situação. É como se risse.
5. Impossível deixar de dar razão aos que criticam e reclamam.
A questão, porém, é: o que estão fazendo para mudar isso?
Quantas cartas, quantos e-mails eles já escreveram para as editorias reclamando desse estado de coisas e sugerindo assuntos que podem levar a uma discussão mais séria? Sim, porque, reclamar é fácil, e dizer que a culpa é dos outros, mais fácil ainda.
O estudante, por exemplo, que reclamou certissimo: quando a gente abre uma publicação do setor, só encontra notícias de festa, de oba-oba de agências e de profissionais – aliás, os mesmos.
Todos riem, como se as más noticias para o setor – e portanto para os profissionais - não parassem de chegar.
6. Quantas vezes os estudantes – para falar deles novamente - se reuniram para exigir mudanças – nas Faculdades, no mercado, na legislação?
Nenhum, deles têm tempo, alegam, afinal estão estudando. Só para baladas.
A coisa está feia pra eles, mas todos continuamos rindo.
7. A triste realidade é que somos autênticos serginhos. O mundo está caindo na nossa cabeça, e nós rimos.
Tomara que daqui a alguns anos, quando a idade tomar conta da gente e perdermos a oportunidade de reagir, encontremos força de fazer algo mais do que gargalhar. Pobres Bobo Alegre.
(os bobo alegre, do nada alegre eloy simões)
Now playing: celso blues boy - aquarela do brasil via FoxyTunes
Tinha notícia boa?
Serginho ria.
A notícia era ruim?
Serginho gargalhava.
Serginho ria tanto que ganhou o apelido de Bobo Alegre.
O apelido nasceu quando alguém passou a Serginho a informação de que a mãe dele havia falecido. Serginho adorava a mãe.
Serginho não parava de rir, reflexo, certamente, de uma crise nervosa – coisa que nós, garotos, não compreendíamos.
Fim do ano passado estive em Cachoeira Paulista, minha terra natal. Vi Serginho no banco da praça. Estava acabado, nada a ver com o de outros tempos. Eu o reconheci porque ele ria a gargalhada de sempre. Tentei falar com ele, mas ele só ria. Desconfio que não me reconheceu.
2. Ano passado, em uma discussão entre os Comgurus e alunos de pós da Estácio, um deles perguntou: por que a imprensa especializada não discute temas sérios, ao invés de ficar reproduzindo os releases das agências?
Gerou uma bela discussão, onde os participantes lhe deram razão. Agora mesmo, fazendo o balanço dos acontecimentos do ano passado, a imprensa se esqueceu de um fato importantíssimo para o setor: a decisão da ABAP de realizar, trinta anos depois, Congresso Brasileiro de Publicidade. Esqueceu-se, inclusive, da questão, quando fez uma previsão do que poderá ocorrer neste 2008. É como não valesse uma rosca.
3. Quando eu voltava de férias, uma formanda em Publicidade e Propaganda pela Unisul me interpelou na praia:
“Estudei quatro anos, estou me formando e não arranjo emprego. Na melhor das hipóteses um estágio, onde botam a gente de recepcionista a secretária – tudo, menos na atividade profissional... e não pagam nada. Alguns ainda oferecem, quando muito, uma ajudinha de custo. Um absurdo!”.
4. Recebi, há dias, e-mail de um amigo, outrora um dos melhores diretores de arte do mercado, hoje dono de pequena agência em S. Paulo. Queixava-se:
“Está cada vez mais difícil. Onde a gente solicita uma conta, nem que seja a da padaria da esquina, eles estão lá, oferecendo para trabalhar por qualquer coisa, ainda que em troca de um pedaço de pão.”
Não converso com esse meu amigo há vários anos. Não sei se ele ri dessa situação. Acho que não, porque ele nunca foi de rir. Mas, pelo menos no e-mail, não há uma só referência à reação dele a essa situação. É como se risse.
5. Impossível deixar de dar razão aos que criticam e reclamam.
A questão, porém, é: o que estão fazendo para mudar isso?
Quantas cartas, quantos e-mails eles já escreveram para as editorias reclamando desse estado de coisas e sugerindo assuntos que podem levar a uma discussão mais séria? Sim, porque, reclamar é fácil, e dizer que a culpa é dos outros, mais fácil ainda.
O estudante, por exemplo, que reclamou certissimo: quando a gente abre uma publicação do setor, só encontra notícias de festa, de oba-oba de agências e de profissionais – aliás, os mesmos.
Todos riem, como se as más noticias para o setor – e portanto para os profissionais - não parassem de chegar.
6. Quantas vezes os estudantes – para falar deles novamente - se reuniram para exigir mudanças – nas Faculdades, no mercado, na legislação?
Nenhum, deles têm tempo, alegam, afinal estão estudando. Só para baladas.
A coisa está feia pra eles, mas todos continuamos rindo.
7. A triste realidade é que somos autênticos serginhos. O mundo está caindo na nossa cabeça, e nós rimos.
Tomara que daqui a alguns anos, quando a idade tomar conta da gente e perdermos a oportunidade de reagir, encontremos força de fazer algo mais do que gargalhar. Pobres Bobo Alegre.
(os bobo alegre, do nada alegre eloy simões)
Now playing: celso blues boy - aquarela do brasil via FoxyTunes
domingo, dezembro 07, 2008
publicitários(e clientes)desapaixonados podem criar marcas apaixonantes?
Dentre as personagens da 12ª GERAÇÃO DO MARKETING, talvez a mais marcante de todas sejam os BGAs – BRAND GUARDIAN ANGELS. Pessoas que por uma circunstância ou muitas situações apaixonaram-se perdidamente pelas marcas e hoje são seus principais defensores, seus anjos guardiões. Os exemplos desses anjos se multiplicam dia após dia, mas algumas pequenas histórias são marcantes e reveladoras dos caminhos/atitudes que as empresas precisam percorrer na busca e na construção desses inestimáveis anjos. Como as da ZAPPOS (loja de calçados). Postada por uma cliente, no dia 7 de julho de 2007 as 1:36 pm, e com o título “NICE PEOPLE”. O depoimento da cliente na internet é o seguinte:
“A ZAPPOS tem coração. E eu sou testemunha. Minhas últimas semanas foram as piores de minha vida, mas no meio de tanto sofrimento, uma luz. No mês de maio eu comprei alguns pares de calçados da ZAPPOS para minha mãe. Como nos últimos meses ela perdeu muito peso, os sapatos ficaram largos e não serviam mais. E assim tive que renovar todo o seu guarda-roupa, com vestidos e sapatos novos, até porque minha mãe iria passar uma temporada com sua irmã em Oregon. Dos sete pares que comprei pela internet apenas 2 serviram. Mas não me preocupei porque a ZAPPOS se responsabiliza por todo o processo de devolução e trocas, incluindo as despesas de transporte.
Infelizmente minha mãe adoeceu, em poucos dias morreu, e minha vida virou um caos decorrente de toda a tristeza mais providências necessárias. E nesse turbilhão, esqueci-me de devolver os calçados, dentro do prazo de 15 dias, conforme o que é comum nas garantias de troca e devolução. Dentre as mensagens de condolência, um e-mail da ZAPPOS perguntando sobre os 7 pares de calçados e perguntando se todos serviram bem para minha mãe. Respondi contando toda a história, e pedindo que relevassem o prazo convencional dos 15 dias porque pretendia realizar a troca dos mesmos.
Nas situações de troca, e mesmo todas as despesas correndo por conta da loja, o cliente tem que acionar e entregar as mercadorias para a UPS. No dia seguinte a minha resposta a ZAPPOS respondeu, manifestando seus sentimentos, e dizendo que já contatara a UPS para que retirasse os calçados em minha casa. De forma sensível, abriam uma desejada exceção.
Ontem, quando eu voltei para casa, o homem da floricultura estava me esperando com um lindo arranjo de flores. No cartão, a ZAPPOS. E aí chorei tudo o que não tinha chorado nas últimas semanas. Numa empresa com um coração desse tamanho sempre se pode confiar”.
Em questão de minutos milhares de internautas manifestaram-se positivamente e com novos depoimentos sobre o post da cliente da ZAPPOS, agora, uma ZAPPOS BGA.
(construindo anjos guardiões de marcas, do madia e associados)
enquanto isto, neste nosso mercadito de drogas, sequer os SAC´S disponibilizam um atendimento(que é obrigatório) minimamente atencioso no tocante a presteza de soluções em questões primárias. aliás, a nova lei sobre os SAC´S tornou-se mais uma que virou escárnio, principalmente pelas TIM,VIVO,CLARO,CREDICARD,SKY e por aí vai. então, como se apaixonar por marcas que nos tratam(pior) como putas de quinta categoria?
Now playing: fug - overflow via FoxyTunes
“A ZAPPOS tem coração. E eu sou testemunha. Minhas últimas semanas foram as piores de minha vida, mas no meio de tanto sofrimento, uma luz. No mês de maio eu comprei alguns pares de calçados da ZAPPOS para minha mãe. Como nos últimos meses ela perdeu muito peso, os sapatos ficaram largos e não serviam mais. E assim tive que renovar todo o seu guarda-roupa, com vestidos e sapatos novos, até porque minha mãe iria passar uma temporada com sua irmã em Oregon. Dos sete pares que comprei pela internet apenas 2 serviram. Mas não me preocupei porque a ZAPPOS se responsabiliza por todo o processo de devolução e trocas, incluindo as despesas de transporte.
Infelizmente minha mãe adoeceu, em poucos dias morreu, e minha vida virou um caos decorrente de toda a tristeza mais providências necessárias. E nesse turbilhão, esqueci-me de devolver os calçados, dentro do prazo de 15 dias, conforme o que é comum nas garantias de troca e devolução. Dentre as mensagens de condolência, um e-mail da ZAPPOS perguntando sobre os 7 pares de calçados e perguntando se todos serviram bem para minha mãe. Respondi contando toda a história, e pedindo que relevassem o prazo convencional dos 15 dias porque pretendia realizar a troca dos mesmos.
Nas situações de troca, e mesmo todas as despesas correndo por conta da loja, o cliente tem que acionar e entregar as mercadorias para a UPS. No dia seguinte a minha resposta a ZAPPOS respondeu, manifestando seus sentimentos, e dizendo que já contatara a UPS para que retirasse os calçados em minha casa. De forma sensível, abriam uma desejada exceção.
Ontem, quando eu voltei para casa, o homem da floricultura estava me esperando com um lindo arranjo de flores. No cartão, a ZAPPOS. E aí chorei tudo o que não tinha chorado nas últimas semanas. Numa empresa com um coração desse tamanho sempre se pode confiar”.
Em questão de minutos milhares de internautas manifestaram-se positivamente e com novos depoimentos sobre o post da cliente da ZAPPOS, agora, uma ZAPPOS BGA.
(construindo anjos guardiões de marcas, do madia e associados)
enquanto isto, neste nosso mercadito de drogas, sequer os SAC´S disponibilizam um atendimento(que é obrigatório) minimamente atencioso no tocante a presteza de soluções em questões primárias. aliás, a nova lei sobre os SAC´S tornou-se mais uma que virou escárnio, principalmente pelas TIM,VIVO,CLARO,CREDICARD,SKY e por aí vai. então, como se apaixonar por marcas que nos tratam(pior) como putas de quinta categoria?
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sábado, dezembro 06, 2008
sustentabilidade sem futuro ou futuro sem sustentabilidade?
A evolução do conceito de sustentabilidade empresarial já atingiu empresas industriais e de serviços, no entanto passa ao largo quando se fala em sustentabilidade das empresas de mídia.
Os conceitos de sustentabilidade baseados no tripé econômico, social e ambiental estão permeando as atividades de todos os setores da economia. Isto tem acontecido principalmente porque as empresas estão em permanente disputa por mercados e por consumidores cada vez mais atentos às questões relacionadas à sustentabilidade. As bolsas de valores de Nova York e de São Paulo estão entre as primeiras a lançar indicadores de sustentabilidade em seus pregões, e os balanços socioambientais estão tornando-se companheiros inseparáveis dos balanços econômicos das empresas. Os bancos e as empresas seguradoras já descobriram que financiar ou segurar empresas “sustentáveis” é mais rentável e oferece menor exposição ao risco.
Os mesmos conceitos de sustentabilidade que permeiam as relações entre empresas dos mais diversos setores com a sociedade (é claro que isto ainda não é um comportamento generalizado), ainda não chegaram às empresas de mídia. Jornais, revistas, emissoras de rádio e de televisão têm a sustentabilidade como coisa pontual. São raros os exemplos de incorporação dos conceitos de respeito social e ambiental na estrutura diária de cobertura da mídia, em todas as suas vertentes. Para muitos meios, ambiente ainda é pauta especial e não uma transversalidade.
Mesmo sendo vanguarda da sociedade em movimentos para a garantia de direitos fundamentais, a mídia é extremamente conservadora em relação à incorporação de comportamentos e conceitos que levem a transformações nos padrões de consumo e comportamento. Vem sempre a reboque de outros setores e normalmente reflete uma realidade institucional e social às quais se mantêm refratária em sua estrutura interna. É comum as páginas de jornais estamparem odes à modernidade empresarial enquanto em seus próprios balancetes os números não se harmonizam. Em se tratando de políticas de recursos humanos então, ai a desafinação é total.
No quesito transparência e governança as empresas de mídias são modelo de opacidade. A lei exige que a propriedade de empresas de comunicação seja de pessoa física natural do Brasil. Mesmo com a abertura permitida para o capital estrangeiro, esta liberalidade atingiu apenas 30% do capital da empresa e não permitiu que este capital fosse captado em bolsa de valores, onde investidores poderiam tornar-se acionistas e, assim, com base nas regras impostas pelo mercado e pela Comissão de Valores Mobiliários, as empresas teriam de tornar públicos seus balanços e suas mazelas.
Um dos requisitos maiores da sustentabilidade é a transparência e a coerência das ações das empresas nos mercados. E estes são os pontos onde as empresas de comunicação pecam. E o problema vem de longe, a quebra de empresas de comunicação de grande porte no Brasil é endêmica, no entanto muito pouco se sabe das causas das doenças que as atingem, dos sintomas. Quando o público toma ciência de que há algum problema, o paciente já desfila em carro fúnebre. Diários Associados, com sua estrela maior, a TV Tupi, Grupo Visão, Grupo DCI, TV Excelsior, Grupo Manchete, Gazeta Mercantil, isto só para falar nos grandes.
Não existe na mídia a noção de que sustentabilidade é um processo transversal. Assim como nas redações se acredita com muita força que as empresas de comunicação são expectadores privilegiados da realidade, com muita capacidade de influenciá-la, mas imune às suas emanações.
Meio ambiente não está presente na grande mídia de forma consistente porque também não está presente na estrutura de gestão destas empresas. Grandes corporações nacionais e internacionais já elevaram o tema ambiente e sustentabilidade para seu coração administrativo. As gerências de meio ambiente dos anos 90 tornaram-se as diretorias de meio ambiente neste início de século XXI e, em breve, deixarão de existir para que a transversalidade ocupe todos os espaços ambientais nas estruturas de gestão.
Medo e preconceito estão entre os motivos para que as empresas de mídia, principalmente aquelas que têm versões impressas possam abraçar os conceitos de sustentabilidade em seu cotidiano. Papel é a grande matéria-prima. Ou seja, elas pensam não existir sustentabilidade em seus processos industriais. Tintas com base em chumbo já foram abolidas, mas centenas de milhares de toneladas de papel são utilizadas diariamente para fazer jornais, revistas, encartes e toda a série de produtos ligados ao mercado editorial. Ora, as próprias empresas produtoras de papel estão entre as que buscam se enquadrar nos processos de sustentabilidade, não há razão para as empresas de mídia sentirem-se acuadas neste quesito.
Mas e os padrões insustentáveis de consumo apregoados desde a revolução industrial e entronizados como absolutos a partir do século XX? Estes sim podem ser a resposta mais coerente para o distanciamento da mídia dos processos de sustentabilidade. Afinal, segundo uma definição universalmente aceita e apregoada pela ex-primeira Ministra da Noruega, Groo Brutland, “ser sustentável é suprir as necessidades das gerações atuais garantindo os recursos naturais para que as gerações futuras consigam suprir suas próprias necessidades”. É também universalmente aceito que os padrões de consumo pregados pela mídia são insustentáveis para toda a população do planeta Terra e que vão esgotar os recursos naturais em um prazo de tempo muito curto. No entanto, o marketing rasteiro continua apostando na exaustão dos ecossistemas.
O caso do descompromisso do marketing com a sustentabilidade e com a ética chega aos limites do absurdo e do crime. É o caso de uma publicidade de um aparelho de TV Samsung que mostra e incentiva um vizinho a roubar um aparelho de TV entregue por engano em sua casa. Mas este é apenas um caso entre milhares.
Enquanto as mídias veicularem coisas como esta, certamente, por uma questão de coerência, não poderão falar em sustentabilidade, governança e ética com muito conforto.
(o futuro passa por mídias sustentáveis, do adalberto wodianer marcondes, editor da revista digital envolverde)
Now playing: Black Merda - We Made Up via FoxyTunes
Os conceitos de sustentabilidade baseados no tripé econômico, social e ambiental estão permeando as atividades de todos os setores da economia. Isto tem acontecido principalmente porque as empresas estão em permanente disputa por mercados e por consumidores cada vez mais atentos às questões relacionadas à sustentabilidade. As bolsas de valores de Nova York e de São Paulo estão entre as primeiras a lançar indicadores de sustentabilidade em seus pregões, e os balanços socioambientais estão tornando-se companheiros inseparáveis dos balanços econômicos das empresas. Os bancos e as empresas seguradoras já descobriram que financiar ou segurar empresas “sustentáveis” é mais rentável e oferece menor exposição ao risco.
Os mesmos conceitos de sustentabilidade que permeiam as relações entre empresas dos mais diversos setores com a sociedade (é claro que isto ainda não é um comportamento generalizado), ainda não chegaram às empresas de mídia. Jornais, revistas, emissoras de rádio e de televisão têm a sustentabilidade como coisa pontual. São raros os exemplos de incorporação dos conceitos de respeito social e ambiental na estrutura diária de cobertura da mídia, em todas as suas vertentes. Para muitos meios, ambiente ainda é pauta especial e não uma transversalidade.
Mesmo sendo vanguarda da sociedade em movimentos para a garantia de direitos fundamentais, a mídia é extremamente conservadora em relação à incorporação de comportamentos e conceitos que levem a transformações nos padrões de consumo e comportamento. Vem sempre a reboque de outros setores e normalmente reflete uma realidade institucional e social às quais se mantêm refratária em sua estrutura interna. É comum as páginas de jornais estamparem odes à modernidade empresarial enquanto em seus próprios balancetes os números não se harmonizam. Em se tratando de políticas de recursos humanos então, ai a desafinação é total.
No quesito transparência e governança as empresas de mídias são modelo de opacidade. A lei exige que a propriedade de empresas de comunicação seja de pessoa física natural do Brasil. Mesmo com a abertura permitida para o capital estrangeiro, esta liberalidade atingiu apenas 30% do capital da empresa e não permitiu que este capital fosse captado em bolsa de valores, onde investidores poderiam tornar-se acionistas e, assim, com base nas regras impostas pelo mercado e pela Comissão de Valores Mobiliários, as empresas teriam de tornar públicos seus balanços e suas mazelas.
Um dos requisitos maiores da sustentabilidade é a transparência e a coerência das ações das empresas nos mercados. E estes são os pontos onde as empresas de comunicação pecam. E o problema vem de longe, a quebra de empresas de comunicação de grande porte no Brasil é endêmica, no entanto muito pouco se sabe das causas das doenças que as atingem, dos sintomas. Quando o público toma ciência de que há algum problema, o paciente já desfila em carro fúnebre. Diários Associados, com sua estrela maior, a TV Tupi, Grupo Visão, Grupo DCI, TV Excelsior, Grupo Manchete, Gazeta Mercantil, isto só para falar nos grandes.
Não existe na mídia a noção de que sustentabilidade é um processo transversal. Assim como nas redações se acredita com muita força que as empresas de comunicação são expectadores privilegiados da realidade, com muita capacidade de influenciá-la, mas imune às suas emanações.
Meio ambiente não está presente na grande mídia de forma consistente porque também não está presente na estrutura de gestão destas empresas. Grandes corporações nacionais e internacionais já elevaram o tema ambiente e sustentabilidade para seu coração administrativo. As gerências de meio ambiente dos anos 90 tornaram-se as diretorias de meio ambiente neste início de século XXI e, em breve, deixarão de existir para que a transversalidade ocupe todos os espaços ambientais nas estruturas de gestão.
Medo e preconceito estão entre os motivos para que as empresas de mídia, principalmente aquelas que têm versões impressas possam abraçar os conceitos de sustentabilidade em seu cotidiano. Papel é a grande matéria-prima. Ou seja, elas pensam não existir sustentabilidade em seus processos industriais. Tintas com base em chumbo já foram abolidas, mas centenas de milhares de toneladas de papel são utilizadas diariamente para fazer jornais, revistas, encartes e toda a série de produtos ligados ao mercado editorial. Ora, as próprias empresas produtoras de papel estão entre as que buscam se enquadrar nos processos de sustentabilidade, não há razão para as empresas de mídia sentirem-se acuadas neste quesito.
Mas e os padrões insustentáveis de consumo apregoados desde a revolução industrial e entronizados como absolutos a partir do século XX? Estes sim podem ser a resposta mais coerente para o distanciamento da mídia dos processos de sustentabilidade. Afinal, segundo uma definição universalmente aceita e apregoada pela ex-primeira Ministra da Noruega, Groo Brutland, “ser sustentável é suprir as necessidades das gerações atuais garantindo os recursos naturais para que as gerações futuras consigam suprir suas próprias necessidades”. É também universalmente aceito que os padrões de consumo pregados pela mídia são insustentáveis para toda a população do planeta Terra e que vão esgotar os recursos naturais em um prazo de tempo muito curto. No entanto, o marketing rasteiro continua apostando na exaustão dos ecossistemas.
O caso do descompromisso do marketing com a sustentabilidade e com a ética chega aos limites do absurdo e do crime. É o caso de uma publicidade de um aparelho de TV Samsung que mostra e incentiva um vizinho a roubar um aparelho de TV entregue por engano em sua casa. Mas este é apenas um caso entre milhares.
Enquanto as mídias veicularem coisas como esta, certamente, por uma questão de coerência, não poderão falar em sustentabilidade, governança e ética com muito conforto.
(o futuro passa por mídias sustentáveis, do adalberto wodianer marcondes, editor da revista digital envolverde)
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sexta-feira, dezembro 05, 2008
bananas for you all
1. Estava com muita raiva, quando o amigo o atendeu ao telefone:
“Filho da puta! Você me enganou!”
Tinha razão. Dias antes havia encontrado o amigo em uma festa. O papo começou como sempre acontece quando duas pessoas que se dão bem se encontram:
“Você está bem?”
“Otimamente bem”
(O amigo gostava de acrescentar o mente no que dizia).
“Agora, estou melhor ainda. Estou felizmente.”
“Mas você não se separou?”
“Separei-me, aproveitei e conscientemente a empregada na rua.”
“Está vivendo sozinho?”
“Completamente.”
“Sozinho?”
“Bom, somente eu, não, atualmente arranjei um macaco”.
“Um macaco!”.
“Perfeitamente. O macaco atua genialmente: lava, cozinha, arruma a casa, passa minha roupa. Tudo decentemente. E como não fala, não mente. Pra essas coisas não preciso mais de nenhuma vivente.”
Ficou espantado com as proezas do macaco. Também ele estava separado, e a mulher tinha levado com ela, além do filho e de dinheiro, a empregada – para quem ainda não conseguira arranjar substituta. E desde então, sua casa tinha virado no avesso Era uma confusão só. Aí, teve uma idéia.
“Quero comprar seu macaco.”
“De jeito nenhum, quero que ele sirva a mim, somente.”
“Te pago 200 reais.”
“Negativamente.”
“Quatrocentos.”
“Não seja impertinente.”
“Mil!
“Assim, sou obrigado a lhe vender, evidentemente.”
Comprou o macaco e já no outro dia, bem cedinho, levou-o pra casa, foi trabalhar.
À noite, quando chegou, viu o tamanho da tragédia: o macaco tinha rasgado o sofá, o colchão, o lençol, o cobertor – tudo. Tinha quebrado lâmpadas e abajures. Tinha virado a cozinha de perna pro ar: geladeira, liquidificador, fogão, talheres já eram. Tinha entupido o vaso do banheiro com todo o papel higiênico que ele tinha em casa.
Por isso, telefonou.
“Que é isso, amigo. Sinto que sua voz está nervosamente.”
“O macaco, aquele monstro que você me vendeu. É o oposto do que você me falou. Vou matar ele. Depois mato você.”
“Não seja tão inclemente. Ao invés de matar, fale bem dele pra outro, que inocentemente vai comprar de você. Ao invés de falar a verdade, mente.”.
2. Outro dia, conversando com um amigo vice-presidente de marketing de uma grande organização, ouvi dele sérias críticas do comercial da sua empresa que estava sendo veiculado.
“O pior”, disse, “é que ele foi aprovado por mim.”
“Mas como você foi aprovar aquilo?”
“É que fiquei encantado quando a agência me apresentou”.
“Mas como foi possível? O comercial não tem uma história, não tem uma idéia, não tem nada. Só tem efeitos”...
“... que custaram uma grana,” interrompeu-me, desolado.
“Então por que você caiu nessa?”
“Porque a apresentação foi deslumbrante. Um story board, ou melhor, vídeo board encantador. Agora não sei se me demito ou demito a agência.”
3. Enquanto a conversa proseguia, e eu ouvia as lamúrias do meu desencantado amigo, lembrei-me dos tempos em que a idéia era a coisa mais importante em um comercial.
Por causa dela, aposentamos o story-board. Apresentávamos uma sinopse e pronto. O cliente gostava ou não gostava, mas jamais exigia detalhes técnicos. Era simples assim.
4. Claro, havia o risco de uma história mal contada. Ou de a agência se defrontar com um cliente incapaz de pensar. Há, até, um causo, que corria de boca em boca na época:
Diz que um diretor de marketing não aprovava nenhuma idéia apresentada pela agência. Nem com erva de bode.
Um dia, o contado chegou pra ela e disse:
“Veja se você gosta desta história: dois jovens se amam, mas as famílias se detestam. A jovem, pressionada pelos pais e irmãos, se suicida.”
“Isso é novela da pior categoria”, disse o Cliente.
“É Shakespeare”, emendou o contato, “Romeu e Julieta.”
A partir daí as coisas ficaram mais fáceis para a agência.
5. Conversando, hoje, com meus botões, sobre a volta do story board, ele me disse, com a objetividade de sempre:
“Bem feito para o Cliente que aceita esse macaco. Compra uma porcaria, paga caro, depois da merda pronta entra em desespero, e tem de fazer das tripas coração para se justificar junto à Diretoria e à própria consciência.”
(a volta do story-board, do eloy simões)
p.s. por exemplo, o comercial do cachorro-peixe da almap para o space fox é o maior macaco. mas como nele " cabe tudo que você sonhar", fica um bando de gente, comprada e vendida como o macaco, principalmente diretores de marketing, colunistas, "criativos" sonhando que aquilo é moderno, antenado, genial. bananas for you all.
in tempo: quando até a almap vai caindo na esparrela de substituir a idéia pela técnica - nem hegarty cantando a bola? - vê-se que chegamos mesmo ao estado terminal de um mercado que substitui a ideia pela pantomima que se quer como pastiche, paródia?
Now playing: Macaco Bong - Bananas For You All via FoxyTunes
“Filho da puta! Você me enganou!”
Tinha razão. Dias antes havia encontrado o amigo em uma festa. O papo começou como sempre acontece quando duas pessoas que se dão bem se encontram:
“Você está bem?”
“Otimamente bem”
(O amigo gostava de acrescentar o mente no que dizia).
“Agora, estou melhor ainda. Estou felizmente.”
“Mas você não se separou?”
“Separei-me, aproveitei e conscientemente a empregada na rua.”
“Está vivendo sozinho?”
“Completamente.”
“Sozinho?”
“Bom, somente eu, não, atualmente arranjei um macaco”.
“Um macaco!”.
“Perfeitamente. O macaco atua genialmente: lava, cozinha, arruma a casa, passa minha roupa. Tudo decentemente. E como não fala, não mente. Pra essas coisas não preciso mais de nenhuma vivente.”
Ficou espantado com as proezas do macaco. Também ele estava separado, e a mulher tinha levado com ela, além do filho e de dinheiro, a empregada – para quem ainda não conseguira arranjar substituta. E desde então, sua casa tinha virado no avesso Era uma confusão só. Aí, teve uma idéia.
“Quero comprar seu macaco.”
“De jeito nenhum, quero que ele sirva a mim, somente.”
“Te pago 200 reais.”
“Negativamente.”
“Quatrocentos.”
“Não seja impertinente.”
“Mil!
“Assim, sou obrigado a lhe vender, evidentemente.”
Comprou o macaco e já no outro dia, bem cedinho, levou-o pra casa, foi trabalhar.
À noite, quando chegou, viu o tamanho da tragédia: o macaco tinha rasgado o sofá, o colchão, o lençol, o cobertor – tudo. Tinha quebrado lâmpadas e abajures. Tinha virado a cozinha de perna pro ar: geladeira, liquidificador, fogão, talheres já eram. Tinha entupido o vaso do banheiro com todo o papel higiênico que ele tinha em casa.
Por isso, telefonou.
“Que é isso, amigo. Sinto que sua voz está nervosamente.”
“O macaco, aquele monstro que você me vendeu. É o oposto do que você me falou. Vou matar ele. Depois mato você.”
“Não seja tão inclemente. Ao invés de matar, fale bem dele pra outro, que inocentemente vai comprar de você. Ao invés de falar a verdade, mente.”.
2. Outro dia, conversando com um amigo vice-presidente de marketing de uma grande organização, ouvi dele sérias críticas do comercial da sua empresa que estava sendo veiculado.
“O pior”, disse, “é que ele foi aprovado por mim.”
“Mas como você foi aprovar aquilo?”
“É que fiquei encantado quando a agência me apresentou”.
“Mas como foi possível? O comercial não tem uma história, não tem uma idéia, não tem nada. Só tem efeitos”...
“... que custaram uma grana,” interrompeu-me, desolado.
“Então por que você caiu nessa?”
“Porque a apresentação foi deslumbrante. Um story board, ou melhor, vídeo board encantador. Agora não sei se me demito ou demito a agência.”
3. Enquanto a conversa proseguia, e eu ouvia as lamúrias do meu desencantado amigo, lembrei-me dos tempos em que a idéia era a coisa mais importante em um comercial.
Por causa dela, aposentamos o story-board. Apresentávamos uma sinopse e pronto. O cliente gostava ou não gostava, mas jamais exigia detalhes técnicos. Era simples assim.
4. Claro, havia o risco de uma história mal contada. Ou de a agência se defrontar com um cliente incapaz de pensar. Há, até, um causo, que corria de boca em boca na época:
Diz que um diretor de marketing não aprovava nenhuma idéia apresentada pela agência. Nem com erva de bode.
Um dia, o contado chegou pra ela e disse:
“Veja se você gosta desta história: dois jovens se amam, mas as famílias se detestam. A jovem, pressionada pelos pais e irmãos, se suicida.”
“Isso é novela da pior categoria”, disse o Cliente.
“É Shakespeare”, emendou o contato, “Romeu e Julieta.”
A partir daí as coisas ficaram mais fáceis para a agência.
5. Conversando, hoje, com meus botões, sobre a volta do story board, ele me disse, com a objetividade de sempre:
“Bem feito para o Cliente que aceita esse macaco. Compra uma porcaria, paga caro, depois da merda pronta entra em desespero, e tem de fazer das tripas coração para se justificar junto à Diretoria e à própria consciência.”
(a volta do story-board, do eloy simões)
p.s. por exemplo, o comercial do cachorro-peixe da almap para o space fox é o maior macaco. mas como nele " cabe tudo que você sonhar", fica um bando de gente, comprada e vendida como o macaco, principalmente diretores de marketing, colunistas, "criativos" sonhando que aquilo é moderno, antenado, genial. bananas for you all.
in tempo: quando até a almap vai caindo na esparrela de substituir a idéia pela técnica - nem hegarty cantando a bola? - vê-se que chegamos mesmo ao estado terminal de um mercado que substitui a ideia pela pantomima que se quer como pastiche, paródia?
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quinta-feira, dezembro 04, 2008
é preciso ter cú(ou seria culhão?) para reeiventar a roda
Gareth Kay, Head de Planejamento da Modernista!, veio a Sao Paulo para chamar os planejadores à acão durante a Conferencia de Planejamento do GP 2008 ontem aqui no WTC. Segundo ele, a propaganda está cada dia mais perto da irrelevância! Estudo da Mackinsey diz que apenas 1 em cada 10 comerciais é considerado pelo público como diferente. Nós precisamos fazer alguma coisa, e fazer bem rápido, para reverter este quadro.
Segundo Kay, sao 3 os principais problemas que nos trouxeram a este ponto
- (1) Estamos operando no negócio errado. Quando o Planejamento surgiu como departamento, sua função era garantir que a propaganda ia funcionar. Para isso, o ponto focal era buscar insight no consumidor. Na década de 90, a BBH provocou uma mudança no olhar e o foco passou a ser as marcas. Depois, o Disruption da TBWA levou o olhar para o negócio. Tudo continua valendo, mas hoje, o grande diferencial é olhar para a Cultura e se tornar parte dela.
(2) Estamos perdidos na tradução. Uma marca é uma manifestação social de um negócio. O mercado é feito de trocas sociais e mercadológicas. Hoje queremos promover 'trocas sociais' a partir de 'trocas mercadológicas', quando na verdade deveria ser ao contrário - se entendermos as reais motivações sociais que levam ao consumo e então traduzirmos estas motivações em mercadorias, a troca será mais fácil.
(3) Estamos perseguindo os objetivos errados. Sai o conceito de Awareness e entra o conceito de Energia como indicador de performance (essa teoria foi apresentada pela primeira vez no livro 'The Brand Bubble', de John Gezerma).
Gareth segue sua apresentação afirmando que, para produzir algo novo, o planejamento precisa se reinventar. Eis lista das dicas do que deveria mudar.
(1) Ter uma opinião sobre o mundo e não uma posição na categoria. As marcas bem sucedidas têm uma missão social além de uma proposta comercial;
(2) Entender no que as pessoas estão interessadas e trabalhar a partir daí;
(3) Ser capaz de acrescentar algo a vida nas pessoas, e não interromper apenas;
(4) Interatividade, e não integração, é o que importa;
(5) Faça alguma coisa. Apesar dos briefs terem a pergunta "que mensagem queremos passar", hoje, mais do que dizer é preciso fazer.
(na conferência 2008 do planejamento |gareth kay faz uma chamada à reinvenção, pela patrícia marinho no “ ônibus azul de ante-ontem)
Now playing: Macaco Bong - Vamos Dar Mais Uma viaFoxyTunes
Segundo Kay, sao 3 os principais problemas que nos trouxeram a este ponto
- (1) Estamos operando no negócio errado. Quando o Planejamento surgiu como departamento, sua função era garantir que a propaganda ia funcionar. Para isso, o ponto focal era buscar insight no consumidor. Na década de 90, a BBH provocou uma mudança no olhar e o foco passou a ser as marcas. Depois, o Disruption da TBWA levou o olhar para o negócio. Tudo continua valendo, mas hoje, o grande diferencial é olhar para a Cultura e se tornar parte dela.
(2) Estamos perdidos na tradução. Uma marca é uma manifestação social de um negócio. O mercado é feito de trocas sociais e mercadológicas. Hoje queremos promover 'trocas sociais' a partir de 'trocas mercadológicas', quando na verdade deveria ser ao contrário - se entendermos as reais motivações sociais que levam ao consumo e então traduzirmos estas motivações em mercadorias, a troca será mais fácil.
(3) Estamos perseguindo os objetivos errados. Sai o conceito de Awareness e entra o conceito de Energia como indicador de performance (essa teoria foi apresentada pela primeira vez no livro 'The Brand Bubble', de John Gezerma).
Gareth segue sua apresentação afirmando que, para produzir algo novo, o planejamento precisa se reinventar. Eis lista das dicas do que deveria mudar.
(1) Ter uma opinião sobre o mundo e não uma posição na categoria. As marcas bem sucedidas têm uma missão social além de uma proposta comercial;
(2) Entender no que as pessoas estão interessadas e trabalhar a partir daí;
(3) Ser capaz de acrescentar algo a vida nas pessoas, e não interromper apenas;
(4) Interatividade, e não integração, é o que importa;
(5) Faça alguma coisa. Apesar dos briefs terem a pergunta "que mensagem queremos passar", hoje, mais do que dizer é preciso fazer.
(na conferência 2008 do planejamento |gareth kay faz uma chamada à reinvenção, pela patrícia marinho no “ ônibus azul de ante-ontem)
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quarta-feira, dezembro 03, 2008
shift ou não é só a piada que ficou velha
1. Depois de terremotos ocorridos na Ásia, o governo brasileiro resolveu instalar um sistema de medição e controle de abalos sísmicos que cobre todo o país. O então recém-criado Centro Sísmico Nacional, poucos dias após entrar em funcionamento, já detectou que haveria um grande terremoto no Nordeste do país.
Assim, enviou um telegrama à delegacia de polícia de Icó, uma c idadezinha no interior do Ceará. A mensagem dizia:
“Urgente – possível movimento sísmico na zona. Muito perigoso. Richter 7. Epicentro a 3 km da cidade. Tomem medidas e informem os resultados com urgência.”
Uma semana depois, o Centro Sísmico recebeu o seguinte telegrama:
“Aqui é da polícia de Icó. Movimento sísmico totalmente desarticulado. Richter tentou se evadir, mas foi abatido a tiros. Desativamos as zonas. Todas as putas estão presas. Epicentro, Epifânio, Epicleison e outros cinco irmãos estão detidos. Não respondemos antes porque houve um terremoto da porra aqui.”
2. Semanas atrás, li em algum lugar reportagem reproduzindo declarações de um diretor de marketing anunciando a troca de agência: de uma pequena, para uma grande. Sem cerimônia, citava o nome da agência cuja bunda ele chutara e justificava: a Empresa cresceu, a Agencia ficara muito pequena para atendê-lo.
Quando li, fiquei indignado: então, imaginei, a empresa despreza quem, presumivelmente, ajudou-a a crescer, e ainda tripudia. Pensei em escrever um atrito a respeito, mas me envolvi em uma série de pepinos e o assunto caiu no meu esquecimento.
3. Semana passado a o jornal O Estado de S. Paulo publicou matéria dizendo que “pequenos anunciantes buscam agências grandes”.
Nem sempre precisa ser assim.
4. Nunca me conformei com essa sina das agências pequenas - e afirmo isso com a experiência de quem já trabalhou em grandes, médias, pequenas e micro agências.
É pura questão de coragem, visão e competência.
4. “O cliente sempre tem razão.”
“O cliente quer assim.”
“O cliente mandou fazer desse jeito.”
“Aqui se amarra o burro conforme a vontade do dono.”
Agência que age assim não cresce nunca, porque um dia o cliente percebe que não precisa dela.
5. “Qualquer um serve pra trabalhar aqui, desde que seja baratinho e faça tudo o que o e a gente manda.
É o tipo da agência que se contenta com a mediocridade e o tamanho que tem. Tudo o que quer é ganhar dinheiro às custas do cliente.. Quanto mais, melhor. Devia ser banida do mercado.
5. “Ninguém aqui pode saber nem ganhar mais do que eu.”
Tem um monte de dono de agência que pensa assim. Despesa o talento e a experiência, porque seu ego não admite.
A agência não consegue ter uma boa equipe. Ou melhor, uma equipe. Nem bons clientes.
6. Há também a que tem medo de crescer. Faz um bom trabalho. Ganha a admiração do mercado e o respeito do Cliente. As oportunidades estão bem ali, embaixo do nariz, mas não se arriscam. Ficam sempre do mesmo tamanho. Aí, o cliente cresce com a ajuda do trabalho dela, dá inúmeros sinais de que precisa ser atendido por uma equipe maior, não sente a menor reação, cai fora.
Você pergunta ao número um da agência porque isso aconteceu, e recebe uma dessas respostas.
“Não sei, o cliente parecia tão feliz...”
“O cliente queria que a agência prestasse mais serviços e que fosse ainda mais competente. Mais serviços, e serviços mais competentes, implicam em mais investimento. Não topei. Não tenho fôlego pra isso.”
Tai uma desculpa de empresário da publicidade que não está olhando para frente.
7. Jeremy Wright, no livro Blog Marketing, bota o dedo na ferida:
“Uma das melhores maneiras de ter um grande negócio é formar uma grande equipe. Grandes equipes têm grandes idéias, aumentam a visibilidade e detectam defeitos em produtos, que elas mesmas corrigem. Uma grande equipe pode resolver praticamente qualquer desafio.”
E, mais adiante:
“O desafio que as empresas enfrentam hoje é um desafio de mindshare. O mindshare é tudo o que as pessoas conhecem a respeito do seu produto. Pense nisto como se fosse a participação do mercado, salvo que, em vez de ter uma parcela do mercado medida pelo dinheiro, você avalia o mindshare de acordo com a quantidade de pessoas que sabem o que é que você faz.”
Aprendi que as agências pequenas que perdem clientes porque eles cresceram e elas não, pagam um preço justo. Porque não souberam formar uma grande equipe. Ou porque são ilustres desconhecidas, pois não cuidaram do minshare.
Também aprendi que essa mania de cliente pequeno buscar agência grande, lhe é prejudicial, porque lá ele será tratado como cliente pequeno. Receberá serviço de segunda, porque o de primeira continuará sendo oferecido a cliente que fatura alto, que dá lucro.
.
Em um e outro caso, um não entende a mensagem do outro. E reagem como a polícia de Icó.
(sinais trocados, do eloy simões, em repeteco sobre um assunto que se repete indefinidamente pela falta de postura que levou os publicitários a serem o que hoje são ou seja: nada mais que uma piada. velha)
Now playing: Macaco Bong - Shift via FoxyTunes
Assim, enviou um telegrama à delegacia de polícia de Icó, uma c idadezinha no interior do Ceará. A mensagem dizia:
“Urgente – possível movimento sísmico na zona. Muito perigoso. Richter 7. Epicentro a 3 km da cidade. Tomem medidas e informem os resultados com urgência.”
Uma semana depois, o Centro Sísmico recebeu o seguinte telegrama:
“Aqui é da polícia de Icó. Movimento sísmico totalmente desarticulado. Richter tentou se evadir, mas foi abatido a tiros. Desativamos as zonas. Todas as putas estão presas. Epicentro, Epifânio, Epicleison e outros cinco irmãos estão detidos. Não respondemos antes porque houve um terremoto da porra aqui.”
2. Semanas atrás, li em algum lugar reportagem reproduzindo declarações de um diretor de marketing anunciando a troca de agência: de uma pequena, para uma grande. Sem cerimônia, citava o nome da agência cuja bunda ele chutara e justificava: a Empresa cresceu, a Agencia ficara muito pequena para atendê-lo.
Quando li, fiquei indignado: então, imaginei, a empresa despreza quem, presumivelmente, ajudou-a a crescer, e ainda tripudia. Pensei em escrever um atrito a respeito, mas me envolvi em uma série de pepinos e o assunto caiu no meu esquecimento.
3. Semana passado a o jornal O Estado de S. Paulo publicou matéria dizendo que “pequenos anunciantes buscam agências grandes”.
Nem sempre precisa ser assim.
4. Nunca me conformei com essa sina das agências pequenas - e afirmo isso com a experiência de quem já trabalhou em grandes, médias, pequenas e micro agências.
É pura questão de coragem, visão e competência.
4. “O cliente sempre tem razão.”
“O cliente quer assim.”
“O cliente mandou fazer desse jeito.”
“Aqui se amarra o burro conforme a vontade do dono.”
Agência que age assim não cresce nunca, porque um dia o cliente percebe que não precisa dela.
5. “Qualquer um serve pra trabalhar aqui, desde que seja baratinho e faça tudo o que o e a gente manda.
É o tipo da agência que se contenta com a mediocridade e o tamanho que tem. Tudo o que quer é ganhar dinheiro às custas do cliente.. Quanto mais, melhor. Devia ser banida do mercado.
5. “Ninguém aqui pode saber nem ganhar mais do que eu.”
Tem um monte de dono de agência que pensa assim. Despesa o talento e a experiência, porque seu ego não admite.
A agência não consegue ter uma boa equipe. Ou melhor, uma equipe. Nem bons clientes.
6. Há também a que tem medo de crescer. Faz um bom trabalho. Ganha a admiração do mercado e o respeito do Cliente. As oportunidades estão bem ali, embaixo do nariz, mas não se arriscam. Ficam sempre do mesmo tamanho. Aí, o cliente cresce com a ajuda do trabalho dela, dá inúmeros sinais de que precisa ser atendido por uma equipe maior, não sente a menor reação, cai fora.
Você pergunta ao número um da agência porque isso aconteceu, e recebe uma dessas respostas.
“Não sei, o cliente parecia tão feliz...”
“O cliente queria que a agência prestasse mais serviços e que fosse ainda mais competente. Mais serviços, e serviços mais competentes, implicam em mais investimento. Não topei. Não tenho fôlego pra isso.”
Tai uma desculpa de empresário da publicidade que não está olhando para frente.
7. Jeremy Wright, no livro Blog Marketing, bota o dedo na ferida:
“Uma das melhores maneiras de ter um grande negócio é formar uma grande equipe. Grandes equipes têm grandes idéias, aumentam a visibilidade e detectam defeitos em produtos, que elas mesmas corrigem. Uma grande equipe pode resolver praticamente qualquer desafio.”
E, mais adiante:
“O desafio que as empresas enfrentam hoje é um desafio de mindshare. O mindshare é tudo o que as pessoas conhecem a respeito do seu produto. Pense nisto como se fosse a participação do mercado, salvo que, em vez de ter uma parcela do mercado medida pelo dinheiro, você avalia o mindshare de acordo com a quantidade de pessoas que sabem o que é que você faz.”
Aprendi que as agências pequenas que perdem clientes porque eles cresceram e elas não, pagam um preço justo. Porque não souberam formar uma grande equipe. Ou porque são ilustres desconhecidas, pois não cuidaram do minshare.
Também aprendi que essa mania de cliente pequeno buscar agência grande, lhe é prejudicial, porque lá ele será tratado como cliente pequeno. Receberá serviço de segunda, porque o de primeira continuará sendo oferecido a cliente que fatura alto, que dá lucro.
.
Em um e outro caso, um não entende a mensagem do outro. E reagem como a polícia de Icó.
(sinais trocados, do eloy simões, em repeteco sobre um assunto que se repete indefinidamente pela falta de postura que levou os publicitários a serem o que hoje são ou seja: nada mais que uma piada. velha)
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segunda-feira, dezembro 01, 2008
gato que late
1. Viu a notícia na televisão: o carro tinha se emborrachado contra um caminhão. Virou sucata. Coitado de quem estava lá dentro, pensou. Aí, a câmera deu um close e ela viu a chapa do que restou do carro. Na hora, identificou: era o carro do marido.
Desesperada, começou a telefonar: pra polícia, pro bombeiro, pro Samu. Não se cansou até ficar sabendo onde internaram o marido. Ligou pra lá.
Do outro lado a enfermeira, nova a profissão e desacostumada com casos assim, procurou ser bem delicada:
“Está aqui, sim, e parece que não houve nada grave com ele da cintura pra baixo.”
“Como? Da cintura pra cima? Essa parte ainda não chegou.”
2. Não sei se você foi ver O Procurado, esse filme do Timur Bekmambetov que está passando nos cinemas de Floripa. Se não foi, vá ver.
Vá ver como o diretor que tem uma porcaria de roteiro na mão, se vira, produzindo uma pirotecnia atrás da outra.
Vá ver, porque assim você compreenderá melhor o que vem acontecendo na comunicação de marketing, esse deserto de idéias que vemos todo dia.
3; Não é preciso muito esforço para entender o que andam sofrendo os diretores de comerciais para tirar, da mediocridade, algo que pelo menos possa ser visto. Ou os fotógrafos, quando tentam obter bom resultado de uma proposta medíocre.
3. Cá, como lá, desgraças há, porque, fascinados pelos recursos que a tecnologia coloca à nossa disposição, vamos nos esquecendo da idéia. Do conteúdo. E na falta de idéia porque nossa criação está sendo incapaz de criar. E na falta de bons textos, porque os bons redatores andam desaparecidos ou com preguiça, sobra isso. Ou não sobra nada.
4. Então, quando o cliente tem dinheiro para produzir, contrata-se um ator famoso pra ver se ele quebra o galho. Não quebra, porque o problema não é o autor, é a idéia que inexiste. Ou então, confia-se na habilidade do diretor, esquecendo-se de que é impossível salvar uma má idéia.
E tome pirotecnia.
5. Aí, quando o consumidor vê a mensagem, sente que falta a parte de cima. A debaixo está lá, o diretor fez ela andar. Mas a de cima, a do conteúdo...
(o desastre, do eloy simões, para o acontecendo aqui.)
o desastre acontece em proporções muito maiores do que as que nos fala o eloy. há roteiros onde não se salva nada. nem parte de baixo, nem de cima, nem de lado, nem se "sartar de banda". aliás, nem se pode chamar de roteiros. exemplo? o comercial da hyundai caoa. então os caras lá na coréia constroem um centro de inovação com 700 funcionários, investem 6 bilhões para buscar o novo sob todas a suas formas, para a moçada aqui transmitir a imagem de marca com um "table-top" a la anos 60(piorado) com o que há de piorio há em termos de chavão, estereótipos, incluindo a "pedofilia" em voga, de se colocar uma criancinha em todo comercial que não presta, nem para elas nem para gente. depois dizem que no brasil o mercado é foda. é nada. é o melhor mercado do mundo para os incompetentes. faz-se merda
adoidado e o sucesso financeiro é estrondoso. agora, não invente de fazer algo inovador com marca profissional que aí sim o tempo - e sua agência - fecham.
é a tal coisa. o gato pode latir. mas o cachorro não. este tem de miar, bem pianinho, sabe como é.
Now playing: Pata de Elefante - Gato que late via FoxyTunes
Desesperada, começou a telefonar: pra polícia, pro bombeiro, pro Samu. Não se cansou até ficar sabendo onde internaram o marido. Ligou pra lá.
Do outro lado a enfermeira, nova a profissão e desacostumada com casos assim, procurou ser bem delicada:
“Está aqui, sim, e parece que não houve nada grave com ele da cintura pra baixo.”
“Como? Da cintura pra cima? Essa parte ainda não chegou.”
2. Não sei se você foi ver O Procurado, esse filme do Timur Bekmambetov que está passando nos cinemas de Floripa. Se não foi, vá ver.
Vá ver como o diretor que tem uma porcaria de roteiro na mão, se vira, produzindo uma pirotecnia atrás da outra.
Vá ver, porque assim você compreenderá melhor o que vem acontecendo na comunicação de marketing, esse deserto de idéias que vemos todo dia.
3; Não é preciso muito esforço para entender o que andam sofrendo os diretores de comerciais para tirar, da mediocridade, algo que pelo menos possa ser visto. Ou os fotógrafos, quando tentam obter bom resultado de uma proposta medíocre.
3. Cá, como lá, desgraças há, porque, fascinados pelos recursos que a tecnologia coloca à nossa disposição, vamos nos esquecendo da idéia. Do conteúdo. E na falta de idéia porque nossa criação está sendo incapaz de criar. E na falta de bons textos, porque os bons redatores andam desaparecidos ou com preguiça, sobra isso. Ou não sobra nada.
4. Então, quando o cliente tem dinheiro para produzir, contrata-se um ator famoso pra ver se ele quebra o galho. Não quebra, porque o problema não é o autor, é a idéia que inexiste. Ou então, confia-se na habilidade do diretor, esquecendo-se de que é impossível salvar uma má idéia.
E tome pirotecnia.
5. Aí, quando o consumidor vê a mensagem, sente que falta a parte de cima. A debaixo está lá, o diretor fez ela andar. Mas a de cima, a do conteúdo...
(o desastre, do eloy simões, para o acontecendo aqui.)
o desastre acontece em proporções muito maiores do que as que nos fala o eloy. há roteiros onde não se salva nada. nem parte de baixo, nem de cima, nem de lado, nem se "sartar de banda". aliás, nem se pode chamar de roteiros. exemplo? o comercial da hyundai caoa. então os caras lá na coréia constroem um centro de inovação com 700 funcionários, investem 6 bilhões para buscar o novo sob todas a suas formas, para a moçada aqui transmitir a imagem de marca com um "table-top" a la anos 60(piorado) com o que há de piorio há em termos de chavão, estereótipos, incluindo a "pedofilia" em voga, de se colocar uma criancinha em todo comercial que não presta, nem para elas nem para gente. depois dizem que no brasil o mercado é foda. é nada. é o melhor mercado do mundo para os incompetentes. faz-se merda
adoidado e o sucesso financeiro é estrondoso. agora, não invente de fazer algo inovador com marca profissional que aí sim o tempo - e sua agência - fecham.
é a tal coisa. o gato pode latir. mas o cachorro não. este tem de miar, bem pianinho, sabe como é.
Now playing: Pata de Elefante - Gato que late via FoxyTunes