terça-feira, maio 13, 2008

quando pagar mais é melhor que a pague menos

há um princípio zen que diz: tudo com moderação, inclusive a própria moderação.
mas como marketeiro só é zen nas citações, hermafroditas do marketing em suas hiperbolizadas taras de resultados confundem a eficiência dos preceitos do marketing com a hipertrofia de serviços que somente em sua visão de curto prazo são um achado no tangenciamento da venda como ponto de encontro desejos do consumidor rumo a satisfação de suas necessidades(para ficar de bem com mister kotler).

farmácias são um nó górdio no marketing de serviços. confluência de interesses mascavos entre a saúde mental, emocional e financeira, por isso mesmo onde a confiança e a excelência de serviços devem ser tratadas como vacina com necessidades de imunização diárias.

pois bem, a pague menos, orgulha-se de ser a maior rede nacional de boticas(antes fosse mas não passa de drogaria)e para tanto, até lançou um comercial territorial onde o pernambucano é brindado com um sotaque e um vice que caracterizam a preguiça mental, decerto um tipo de doença, que abate-se sobre quem justamente pretende cuidar da nossa. aliás, os mentores de tal comercial deveriam assistir cabaceiras, recém exibido no cine-pe, onde o tema é justamente a estigmatização do nordestino como senhor da miserabilidade e do sotaque risível reverso maldito do sotaque gaúcho, quiçá).

mas voltando a rede fria, as pague menos, título literalmente de fachada, mais parece a "bodega do veio". tem de tudo um pouco e nada do que é realmente axilar. mistura-se batata frita com anti-histaminico, sorvete com anti-distônico, refrigerante com anti-hipertensivo e por ai vai em uma lista de itens anti que difíceis de imaginar numa farmácia que se pretenda honesta em nome dos farmácos.

do balcão ao caixa a empurroterapia é fichinha praticada pela pague menos. a última é empurrar um complexo vitamínico, ginseng à bordo, caixa vermelha que mais parece o livro do mao. e isto num momento onde as ana marias bragas, mesmo em meio ao merchandising de panela não deixam de afirmar que as melhores vitaminas são aquelas ingeridas numa alimentação saudável e nunca empacotadas na receita de balcão da oferta do dia de resultados bastante questionáveis para a marca e praticamente nulos para o receitado.

na mesma política o caixa é uma engrenagem emperrada onde a empurroterapia recebe o apelo final: empurra-se de tudo na tática da indução do impulso:já que o pato, quer dizer o freguês, o consumidor, está com a carteira na mão aberta, vamos lá meter a mão pra sacar mais uma venda no forceps ao susto. isto é que é o entendimento do marketing diferenciado para o setor, cuja agressividade é vitaminada pelo produto que sobra no balcão misturado ao excipiente seboso da falta de ética e respeito para quem dirige-se a farmácia com certeza noutro intuito que não o de quem frequenta um shopping.

pra terminar - por aqui, porque a lista é grande - a arma de fidelização, que era o cartão pague-menos foi pro espaço. dava trabalho montar a operação de preço praticado, preço do cartão. deve ser porque os computadores não tomavam a tal vitamina. e assim, de uma hora para outra, o desconto já é dado a todo mundo que acredita realmente que está pagando menos quando pelo custo do atendimento praticado na base da fichinha denota que algo só pode estar errado quando uma estrutura que se diz moderna recorre a expedientes do passado de um comércio onde a idéia era tanto passar a perna no consumidor quanto no funcionário.

p.s. se cuida eva vilma, ver a sua imagem na fila do caixa abonando tal instituição só condiz com seus piores personagens. mas este pelo menos assumem que querem o que querem todos os que querem sempre mais não importa os meios. certamente há outras maneiras de crescer e se tornar líder. que não fazendo os clientes de títeres. quem se habilita a esta receita de botica que um dia já foi vista como natural ?

Um comentário:

  1. Não fala mal da Eva Wilma, e Roberto Carlos, viu? São patrimômios do Brasil!

    Power!

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