segunda-feira, julho 30, 2007

dez maneiras de subir na carreira


1. Confie cegamente no brief que lhe é passado – Esteja você onde estiver – no atendimento, na mídia, na criação – acredite no brief do cliente. Ele sabe de tudo. Conhece o produto mais do que ninguém. Por isso, não cheque. Não revise os números, os objetivos de mercado, a concorrência, o próprio mercado.

2. Ignore o público alvo - Não vá ao mercado. Não converse com os vendedores. Esqueça os que compõem o trade. Não fale com os consumidores que você conhece. Ignore solenemente a afirmação, se não me engano do Kotler, segundo a qual o que o empresário pensa que o consumidor pensa do produto, do serviço e da empresa dele, não é, necessariamente o que o consumidor pensa. Dá menos trabalho pra você.

3. Planejamento é bobagem – Esqueça ele. É um monte de papéis que não levam a lugar nenhum. Pura perda de tempo escreve-lo, lê-lo e discuti-lo com os colegas da agência. Afinal, pra que serve a estratégia? As ações táticas? Os objetivos a serem alcançados pela comunicação? Verdade que a sabedoria popular diz que se você não sabe onde ir, não sabe como vai chegar lá. Essa tal de sabedoria é pura besteira.

4. Posicionamento é puro modismo – Raies e Trout andaram enfiando na cabeça de alguns profissionais que posicionamento é importante. Papo furado. Posicionamento é camisa força. Não leia os livros deles. É preciso ignorar o que aqueles gringos disseram.

5. Continue bolando slogans – É muito mais fácil. Você cria a campanha, depois assina com uma frase qualquer. Às vezes dá certo, pode até se transformar em bordão. Afinal, se você começar a quebrar a cabeça para mergulhar na verdade do produto e tirar dali um conceito, terá um trabalho danado. E tem mais: não interessa se o produto com o qual você vai trabalhar já tem um conceito consagrado. Faça o seu, é a sua chance de ganhar um prêmio. Custos? Resultado? Isso não é problema seu. Se o cliente reclamar, você diz que publicidade não vende. Que a responsabilidade é do preço, da qualidade do produto, da distribuição, do desempenho da equipe de venda, dos cambaus. Menos da publicidade que você produziu.

6. Só os veículos de comunicação de massa interessam – Estão por aí falando de marketing um-a-um, de segmentação do mercado, de relacionamento com o consumidor, um monte coisas criadas por gente que não tem o que fazer. O negócio é televisão, jornal, rádio, outdoor. É isso que dá prêmio. Ponto de venda, marketing direto, design, evento, buchicho, essas coisas não dão prêmio de publicidade.

7. Idéia pra que? – O negócio é ser direto. Ou complicar a mensagem. Ou usar todos os recursos que a tecnologia oferece – os técnicos estão aí pra realizar essa tarefa. Além disso, você precisa tomar cuidado, usar seu poder de se censurar para oferecer ao cliente peças bem quadradinhas, sem risco, do jeito que ele mesmo faria. Assim, você se preserva, a agência mantém a conta e você o emprego, até o dia em que um criativo de verdade apareça e você vá pra rua.

8. Aposte no primeiro título que lhe vem à cabeça – Não perca tempo, rabisque um título e passe para o diretor de arte. Bem depressa. E esqueça. Ele que se vire.

9. Esqueça o texto - Texto pra que? O consumidor não lê. No máximo escreva, com o menor número de palavras possível, os pontos de venda. Nada de raciocínio. Nada de criar um texto sedutor.

10. É fácil fazer um layout – Você dá uma olhada no fotoshop, vê o que os outros estão fazendo e faz igual. Não se preocupe com o tipo: qualquer um serve. Ele não tem uma linguagem própria, como afirmam alguns diretores de arte famosa. É pura mentira. Selecione um corpo bem pequenininho, pra não sujar o lauyout. Consumidor não lê texto!

Use essas regras. E contribua para a publicidade brasileira continuar produzindo o lixo que andam jogando por aí na cabeça do consumidor.

(dez maneiras de enterrar sua carreira, do eloy simöes)enterrar? enterrado está é quem não faz nada disto)

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