terça-feira, junho 05, 2007

boa viagem para o inferno

o programa de rádio am desce o cacete no prefeito joão paulo. ressalta que a prefeitura dispôe, como bem quer, de verba de cinquenta milhões de reais para publicidade o que dá para fazer campanhas de um milhão ao cinquentão, como esta de agora sobre o aniversário de boa viagem.

joão paulo - e seus assessores de comunicação - estão construindo uma marca. fazem da administração uma festa desembestada onde não há lei seca. o recife vai criando uma imagem de terra festeira que tenta se sobrepor as suas mazelas, estas sim, aos milhonhes. nunca o panis et circenses foi tão panis et festenses recifenses. a leitura disto, há "mérito" na manobra, é que o recife é o maior celeiro cultural do país. haja burrice no panorama cultural que embarcou nesta. mas que esperar de uma pseudo elite com seus maneirismos de atribuir-se importância de farinha junto de quem come a carne seca?

comemorar o aniversário de boa viagem é um pouco demais apesar dos seus trezentos anos. o bairro é a amostra em carne viva - e também apodrecida - da decadência da metrópole que já se orgulhou de ser a recifilis(segunda maior taxa de sífilis do mundo, só perdendo para hong-kong, pelo menos era o que se aprendia na zona, muito mais cultural, do que a de hoje chamada de recife antigo, outro maneirismo que tenta fazer de moderno o que sim já foi moderno quando era a maior zona.

boa viagem é hoje a imagem da prostituição em todas as "catigorias". dá baile no calçadão de copacabana(é isto que devemos comemorar?), sem falar da quantidade de assaltos e mortes que acontecem desde a beira-mar as suas transversais sem distinção de raça, credo ou nível social. a imagem de uma boa viagem cartão postal e balneário cosmopolita diluiu-se na rotativa de um bairro que é campeão também de manchetes nas folhas de pernambuco. e nem é preciso chamar os tubarões para participar da festa, que já há uma espécie que dilacera em terra mesmo, conquanto que a espécie marinha contribui para nos nivelar com a austrália por exemplo onde os tubarões são contidos por redes enquanto aqui são protegidos por dezenas delas.

na rabada desta festa onde enfiaram a polenta do estande do parque dona lindu, que não vale nem a pena abordar para não cair na rima fácil, sem atos de contrição o prefeito bem que poderia meditar um pouco - não é esta uma das suas especialidades ? a outra, dizem, é fazer festas - e raciocinar que nada melhor para os 300 anos de boa viagem do que empregar pelo menos um pouco desta verba para consertar, por exemplo as camaras que andam presbíopes e não servem nem mais para registrar a tal festa quanto mais para cumprir a função precípua para a qual foram instaladas, reforçar o policiamento que nunca está lá quando as coisas acontecem, preserve-se a verdade, nem na rua, nem nos condomínios de luxo onde os 300 anos nem pode se dizer estão por um fio já que neles também tudo falha, e já ia me esquecendo, para além da violência que cresce a mais de 300 por hora, a invasão da camelotagem que é galhardete vivo e bem impresso do que significa esta peça, sob todos os pontos de vista, incluindo na mesma via libertários e preconceituosos.

é nisto que boa viagem se tornou: um ex- símbolo da nossa melhor burguesia tornada pior que a freguesia do ó.

(te cuida alceu, que tornar-se animador oficial de festas iguais a esta não promete: compromete)

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