quinta-feira, janeiro 04, 2007

se na matemática os números são relativos, imagine na política


estertores de 2006. ruas do recife brindadas com mensagens de políticos, espécimens que tem muito em comum com papai noel: prometem e não cumprem. sempre de saco cheio dos pobres ou daquilo que foi tomado dos pobres, o que matematicamente é provado. contudo, pela relativização dos números na política(ou seria da polícia?) nunca vão ao xilindró por isso mesmo. ainda que matematicamente os números sejam um verdadeiro escândalo de mentiras.

outdoors trazem foto e legenda do tipo xxx mil votos, muito obrigado, etc e tal feliz natal ou coisa que o valha, ou no ditado popular, texto que nem é carne nem peixe, mas que garantem os entendidos, funciona assim mesmo porque o povo é bobo. apesar do mesmo bobo povo burilar o bordão o povo não é bobo abaixo a rede globo que andou dando bobeira demasiada até mesmo para um povo bobão demais da conta.

nenhum compromisso, textual ou factual como convém a políticos que se esmera nesta estirpe de comunicação que faz as delícias e o caixa dos marketeiros de plantão. politicos da velha e da nova, mas já contaminada geração, a começar daquele que usou um jingle descaradamente plagiado de canção popular, e brada em nome da ética e da decência, fizeram seu estamos aí para o que me der e vier e que venha a nós 2007.

dentre os diversos vereadores, deputados, destaca-se pelos números - mas de 3 milhões de votos, diz a legenda, amealhados em todas as eleições disputadas - o outdoor do deputado roberto magalhães, figura ilustre da direita"esclarecida" pernambucana. inclusive ex-ministro do trabalho e da justiça, por indicação, obviamente, sem nada ter a ver diretamente, olha a relatividade dos números novamente, com os números que o consagram a tal patamar exposto no outdoor. três milhões e mais alguma centena de milhares de votos é voto matemático. e voto matemático, ensinam as urnas tradicionais ou eletrônicas, não é voto confiável.

tais números, assim expostos, chamam a atenção para a grandeza de quantidade com que se procurar suplantar a realidade de outras grandiloquências esquecidas pelos números no número exposto, por mais que se fie na relativização numérica ou não.

roberto magalhães, sobrinho de titio interventor, agamenon, alcançou seu apogeu também como interventor e governador de um pernambuco nomeado , o que torna este número na memória e na história que apoiada em números também relativiza, o que de certo pretende a peça, ainda que queira formular no quantitativo objetivo a derrocada da qualificação relativa.

o número não computa o fato que ficou sobejamente conhecido por invadir a redação de um tradicional jornal pernambucano com a arma na mão, querendo "numerar" um jornalista que havia, salvo engano, escrito algo não favorável a sua mulher. nas pesquisas, os números, fatos, e, principalmente as versões, também são relativas.

mas se três milhões de votos em quase toda uma vida é significativo, isto é relativo se considerar-mos que jarbas guimarães, obteve mais de dois milhões e seiscentos mil votos de uma só vez, e ainda assim foi o grande perdedor do ano passado apesar de eleito com esmagadoria numérica cantada ou melhor contada.

na hora de perpretar determinadas mensagens certos políticos e seus "publicitários" devem considerar que os números não refletem nunca com exatidão o que se quer mostrar, ou esconder. mesmo que isto seja relativo, se falta-lhes a coerência dos noves fora ou mesmo de unzinho só que seja primo.

como se vê, no natal de 2006, papais noéis agradecem com meias verdades os presentes depositados nas urnas sob a forma de votos que eram únicos e que foram parar em outdoors aos milhares pela obra e graça da relatividade dos números.


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