segunda-feira, janeiro 01, 2007

muito bells e pouco jingles

fim de ano chôcho, musicalmente falando para a propaganda. principalmente a brasileira que durante anos a fio, realizou primores no período natalino.

sinal dos tempos, em vez de música na veia, gongo na cabeça.
correios, talvez, apesar da dificuldade do recurso do contra-canto, o único trabalho musical na área da propaganda. pelo menos ouvido aqui nas plagas da minha extradição. de resto, nada memorável, sequer memorizável, como o caso da empresa amarela e azul.

e motivos não há para que assim seja. ainda mais com as facilidades de produção lap-topeanas de hoje em dia. talvez por isso mesmo. qualquer idiota hoje faz trilha, nalguns casos a 100 reais. o resultado, obviamente, não poderia ser outro. coco no quengo de todo mundo, com camadas de trilhas sobre trilhas, formatadas na base do copy & taste crashado.

é um caso a pensar, acaso houvessem pensadores na propaganda atual, que num país que " tem um ouvido musical que não é normal", ou na cena pernambucana, que se diz a mais rica do país, a pobreza dos tons e matizes seja lama que não dá beat.

nossos melhores compositores estão fora da propaganda a troco por justapostores de trilhas pré-gravadas. infeliz contrário de outros tempos - desde a até hoje vanguardésima campanha da shell, com os mutantes( recado para o washington e para outros tantos que dizem que a propaganda não pode ser vanguarda, campanha esta que resguarda e resgata o desgaste da palavra - acesse o you tube e depois enfie no rabo seu conceito de modernidade - ) tempos onde tinhamos tom jobim, ivan lins, sá e guarabira(antológicos jingles para o banco nacional) e outros e outros, dando oportunidade até para que um borra-botas como eu tivesse jingles arranjados pelo maestro cipó.

depois, a coisa minguou, e a um ponto tal, que os hits da propaganda nada mais eram do que adaptações e alterações de andamentos que fizeram a w uma das agências mais criativas na área musical.

e assim, entramos em 2007 com toneladas de fogos espoucando, e estouros e estoiros de agências e até de jingas que bem que tentam.

mas a verdade é que este futuro não traz consigo nem uma "musiquinha" de cabeça para grudar em outras superfícies.

a não ser o jingle-bells. e cada vez mais bells e menos jingle.

jingle jungle ?

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