quarta-feira, dezembro 27, 2006

da série, direções de arte pra lá de vendedoras II

Imagine a Av. Paulista completamente abandonada. O Colégio São Luís transformado num estacionamento de carros. O prédio do Masp caindo aos pedaços e o edifício da Gazeta ruindo a cada inverno.
Pois é exatamente isso que está acontecendo com o Pelourinho, a Avenida Paulista do Brasil colonial.
Construído pelos portugueses e africanos, invadido pelos holandeses, ele vem sendo destruído lentamente pelos brasileiros.
Em seus sobrados e igrejas, centenas de obras-primas correm perigo a cada dia. Fazendo com que o maior conjunto do barrroco brasileiro pareça mais um quadro surrealista.
Para mudar esse quadro, a Prefeitura de Salvador e a Fundação Gregório de Mattos vêm realizando uma campanha para arrecadar doações e incentivar investimentos no Parque Histórico do Pelourinho.
O seu reconhecimento pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade tem facilitado nosso trabalho no exterior. Muitas fundações estrangeiras já demonstraram disposição em colaborar e algumas delas, efetivamente, estão começando a nos enviar a sua ajuda.
O cantor Julio Iglesias abriu mão de seu cachê milionário e participou gratuitamente da nossa campanha. E outras personalidades nacionais e internacionais estão seguindo o seu exemplo.
Diversas empresas baianas, como a Construtora OAS, que patrocina este anúncio, tem nos dado também a sua colaboração.
Difícil mesmo é chamar atenção para o nosso problema da opinião pública de um país que tem hoje problemas por todos os lados. É bem mais fácil mobilizá-la em campanhas em que a sobrevivência humana está diretamente envolvida.
Mas se o desaparecimento do Pelourinho não é tão dramático quanto a seca, a fome ou a chuva, a destruição do lugar onde o Brasil nasceu coloca em risco a memória de um país inteiro.
Aqui, neste Parque Histórico e em seus arredores, milhares de patriotas lutaram contra holandeses e portugueses, dando suas vidas para dar vida a este país.
Já correu muito sangue e muita história por essas ladeiras.
Por outro lado, é importante lembrar que, além de um patrimônio que precisa ser urgentemente recuperado, o Pelourinho é também um grave problema social que tem que ser resolvido.
Em certas áreas do sítio histórico, em meio a todo esplendor do passado, pode-se encontrar toda a miséria e a injustiça que este século foi capaz de produzir.
Fome, desabrigo e doença. Marginalidade. Maiores e menores abandonados. E a única maneira de ajudar esta população carente assim como recuperar os prédios é fazer com que a vida volte a morar por lá.

PELOURINHO. PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE TODO MUNDO TEM QUE PRESERVAR.

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