terça-feira, agosto 22, 2006

banhos a la playa ou nem tubarão quer comer

não deixa de ser um recuerdo. sim, nos anos 70 a praia de casa caiada, em frente ao quartel da PE - aquele onde agora vai ser um hiper depois de tanto dizerem que era um carrefour, e conjuminâncias outras de bastidores - era um dos melhores points da cidade, rivalizando com o acaiaca e o holliday em boa viagem(e ainda tem gente que insiste em dizer que o recife(e olinda) não estão decadentes}.

mas o domingo agora é outro. estamos em 2006. tempo de eleições. e lá estão ou lá vem, humberto, joão paulo, e a prefeita de olinda que para boneco, só falta altura. sim, também tem o senador de lula, não se sabe se em senado romano ou grego.

deixa pra lá. praia cheia, aglomerado de farofa e espetinhos e de ávidos por bundas disformes que posam e passeiam na melhor estratégia de fora até bunda horrosa chama atenção. terreno fértil para uma caminhada, devem pensar os estrategistas da campanha. sol à pino, e lá vem a hoste, dito assim, porque assemelhados por cavaleiros a pé que sustentam bandeiras do partido e do candidato que tremulam ao vento que esconde o cheiro que está parte da praia já tem, isso sem a presença dos candidatos.

não sei o que é mais peguento. se os cremes passados para deixar os cabelinhos e cabelões de coxas e outras regiões loiraços ou se os cumprimentos de campanha dos candidatos. sorrisos amarelos de parte à parte. efusividade em patamares variavéis de falsidade e lá vai a troupe em direção mais ao norte da praia, sabe-lá se a caminhada arrisca ir até mais que o bompreço de casa caiada.

após a passagem de tal cortejo, de composiçao pífia, entre números e qualidade, fica o rastro de tal caminhada que demonstra os políticos que temos: praia em areia e água entulhada de panfletos, mosquitos, bandeiras, bandeiras sem pau e pau sem bandeiras, num verdadeiro festim de poluição de material não bio-degradável, no que toca as bandeiras. sim, o candidato a governador humberto, já foi ministro da saúde, é bom não esquecer.

o domingo de praia já suja pelos coliformes fecais despejados em penca naquela área. outrora nobre, mas que hoje perde para a fronteira entre pina e brasília teimosa(formosa hoje para alguns) torna-se ainda mais fétida e perigosa com a contribuição dos candidatos que se outra mentalidade tivessem, primeiro não forçariam a distribuição de material impresso, num meio dia de sol entre bundas e peitos a sugerir outro tipo de urnas, onde portanto não sobra tempo nem interesse para ler panfleto que seja, só se for de motel, e olhe lá. segundo, se insistissem no desperdício, inteligentemente montariam uma legião de limpadores de praia, que viriam atrás da turba, recolhendo o material, o que talvez chamasse mais atenção de que os próprios, com um discurso simbólico prático de limpeza que contaria pontos a favor.

mas qual o quê. não confunda candidato esperto, com candidato inteligente. espertos eles são, se não não estariam lá. agora inteligentes, cada vez mais provam que não. sujos, deram prova cabal.

olhando ao longe, vejo a passagem entre os diques de proteção. num tempo de tubarões que já se acercaram até de del chifre e pau amarelo. não me surpreenderá que qualquer dia destes, no melhor estilo tubarão de spielberg algum banhista vá ser despedaçado em nome da desatenção pública, principalmente naqueles que arriscam a travessia para a parte perpendicular a praia de tal dique de proteção.

mas neste domingo de caminhada de candidatos, os tubarões de verdade(lixa, tigre, martelo) mantiveram-se a distância. não havia lugar para eles, já ocupado por outra espécie que em busca de votos já salivavam um tipo de espécime que continua indefeso - por sua conta e ordem de não politização - dos tubarões. mais de uns, do que de outros, que só comem dentro d´água.

enquanto isto, dois salva-vidas, com indumentária confundível as cores do PT, apesar de envoltos pela turba, olhavam o entre pernas, mas na direção contrária ao mar, como se astros fossem de alguma série americana ensaiando um com outro o xaveco que a dita cuja pretendida iria ouvir.

a isto chamar-se-ia alienação? do trabalho ou política? ou estariam vendo alguma pamela anderson que não vi?

neste clima de eleição, só se for traveco, arremato.

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