1. O último número da Revista Propaganda, edição 663 de junho, publica entrevista do presidente da ABAP. Diz a material entre outras coisas: “Segundo ele (o presidente da ABAP) das cerca de quatro mil agências certificadas pelo Cenp, apenas 250 atendem aos critérios e requisitos para se associar à ABAP. “Mas elas representam 75% do bolo publicitário”, ressalta. As exigências básicas são: ter contrato social (CNPJ ativo, estar em dia com a Receita Federal e atuar com os departamentos fundamentais para uma agência, como atendimento, planejamento, mídia e criação.”
Li a entrevista, fiquei confuso e falei das minhas dúvidas para os meus botões.
2. Perguntei: quer dizer que as cerca de 3.750 agências brasileiras que estão fora da ABAP têm pelo menos algum tipo de irregularidade? Ou não têm condição de atender os clientes, porque sua estrutura está incompleta? Perguntei também sobre o papel do CENP que, a partir dos critérios estabelecidos pela ABAP anda certificando agências irregulares. As 3.750 agências vão tomar conhecimento daquelas declarações em silêncio? 0s Sindicatos das agências e a Fenapro engolirão silenciosamente o desaforo? Meus botões não gostaram das perguntas.
Não gostaram, mas responderam com outra: lembra-se do cedampa? Lembrei-me.
3. O Cedampa – Centro de Estudos, Desenvolvimento e Apoio às Médias e Pequenas Agências de Propaganda é uma entidade fundada em março de 1978 por um grupo de empresários do setor, entre eles o nosso Júlio Pimentel. Seu primeiro presidente, e acho que único, foi Armando Sant’Ana. Acompanhei de perto a curta existência dessa entidade. Um dos seus objetivos era reunir as agênciascuja associação da ABAP recusava para, claro, defender seus interesses. Pelos quais essa entidade nunca se interessou.
Recebeu, logo de início,o apoio de uma aguerrida massa de pequenas e médias. Chegou a fazer, no Hotel Maksoud em S. Paulo, um evento que contou com a participação de um bom número delas. Infelizmente, desapareceu, desconheço a razão.
Hoje, ao ler as declarações do presidente da ABAP, vejo quanta falta o Cedampa está fazendo. Sem um porta-voz adequado (a Fenapro nunca se manifesta quando se trata de contrariar a Abap), sem uma liderança forte, as 3.750 agências se calam.
Que pena!
4. Assisto esse triste espetáculo e tenho vontade de me mudar. De profissão não dá mais, não sei fazer outra coisa nem tenho mais idade pra isso. Mas de país. Mais precisamente, para Vanuatu. Vanuatu, você sabe, é um conjunto de 80 ilhas situadas ao sul do Oceano Pacífico, das quais 65 são habitadas por pescadores e agricultores. Segundo a New Economics Foundation, localizada em Londres, é o lugar mais feliz do munddo
Estou com uma baita vontade de ficar por lá. Pescando. Ou plantando bananeira. Nos dois sentidos.
Assim, não aporrinho meus botões. Nem você, com problemas como esse. Muito menos a ABAP, que poderia continuar dizendo, sem este chato para dar palpitar, que no Brasil há dois tipos de agência: as associadas dela, cujos interesses defende, e as outras, as parias, com algum tipo de irregularidade. Pelo menos.
eloy simões, no seu " quero ir apra vanuatu", uma "quase continuação do edial das arábias, e que em florianópolis, muito mais perto do que nós. afinal, floripa é uma ilha e nós apenas caudatários da mesma bosta que se joga no capibaribe e que entope as artérias símbolo da nossa cidade.
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