terça-feira, abril 25, 2006

young maladie

se de uma coisa tenho certeza, é o mal que o young creatives faz a estas pobres cabecinhas, que de uma hora para outra se julgam catapultadas acima do bem e do mal.
a praga agora se alastrou do oiapoque ao chuí, quer dizer, quase. em mercados subvertidos e pervertidos, que não recebem o necessário investimento que deveria ser feito pelas agências, a coisa soa entre o caricato e o a sopa no mel. não mais do que de repente o mesmo carinha que não consegue ao menos melhorar a chamada - a mesma de sempre - do varejo automóvel - e o diretor de arte que não consegue ao menos diagramar a página - surgem como geniais criadores e, claro, como todos os que se julgam imortais, lá se vão para a croisette.
é certo que, tal como meca, um publicitário - vejam bem que eu disse publicitário e não criativo - deveria ir a cannes ao menos uma vez na vida. a descoberta mais importante fatalmente será a de testemunhar como a coisa fede, apesar de nem todo mundo tirar os sapatos altos. entre aquelas montanhas de peças que ninguém em sã consciência, forma física ou tara, consegue ver - até porque é pior que os jornais de domingo - a volta, não importa o resultado, é sempre triunfal. e aí reside a doença que nunca mais terá cura. a de que o trabalho não importa. o que importa é parecer mais importante do que ele realmente é, principalmente para os basbaquaras que aqui ficam chupando dedo. até 2007, até quando? enquanto isso, a atividade vai ficando cada vez mais juvenil e senilmente distorcida.

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