no tempo que salário de publicitário ainda não era a segunda maior mentira do mundo - a primeira é só vou botar a cabecinha - colecionava títulos da taschen. www.taschen.com agora tempos de vacas magras, loucas, cow parade e os escambau, adentrar culturas, sicilianos e afins, pode ser um bom passatempo de quem anda de mercado em mercado tentando vender seu peixe.
all american ads 60 s, (icons) edição do steven heller é um reencontro que me faz não resisistir a tentação de folheá-lo novamente. para quem não conhece, neste livro, pode-se compreender a afirmação para muita gente inimaginável de que moderno, novo, criativo mesmo é bill bernabach. o resto é diluição, quando não enganação.
ugh! de 1964 é para deixar i-pods e semelhantes ultrapassados já de saída. maravilha de conceito e que elegância de leiaute, sendo nada mais nada menos do que um anúncio - vendedor de marca e de produto - sim senhor de varejo.
ronaldo, o fenômeno, de fragilidade, só se for, toureando? esqueça. em 1961 um toureiro, sem necessidade de mostrar arena, já toureava um oldsmobile num contraponto de azul e leves amarelos a um vermelho, numa concisão e uma stop-power de arrasar-quarteirão.
poderia descrever página por página, mas deixo pra você, se for curioso, e teimoso o suficiente, no bom sentido para fazer sua incursão, que também pode contemplar os all american ads 40s , 50 s. se não, fique por aí .achando-se o moderno. e dê-se por feliz em não encontrar entre seus pares quem tenha tal hábito. aliás, não sei, porque sendo tão fácil, não se desmascara tanto pistache que anda por aí a vender-se como up-to-date.
pra encerrar, sem tirar o mérito da shift, "pequena" agência catarinense que cravou anúncios no archive recentemente, na edição que muita gente deve estar chupan... ops! folheando agora, um banho sem palavras do maidenform de 1961, com a excelência do domínio do chiaro-scuro, em dupla página, tirando partido da divisão entre página de encadernações em brochura ou mesmo grampos, onde um fundo de esféricos brancos sobre fundos pretos contrapôe-se a um lenço de cabeça onde esféricos pretos sobre fundo branco(considere os esféricos do tamanho de moedas de dez centavos) com o o rosto da modelo, que não tem franja preta por acaso, em detalhe, e onde a pele, levemente maquiada, serve de substrato para uma magistral boca pintada de vermelho, que rivaliza, harmonicamente, com grandes olhos e cílios sombreados e preto, escolhidos a dedo, o eque só faz realçar o efeito de duplicância e gestalt, ao nível de ilusão de ótica, em nada sendo ilusão. neste caso, nem cabe a pergunta: pra que texto? ah! anúncio sem texto é coisa da geração 90s 00s, não é o que proclamam os modernos também?
enfim, nada de photoshop ou manipulação de imagem. apenas idéia e pronto. se isso não for ser moderno, eu nasci há dez mil anos atrás.
in tempo: chamava-se a isso na época direção de arte. depois, virou o que se vê.
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