sábado, outubro 15, 2005

a vida imita a arte ?

a galeria de tipos inverossímeis na novela américa, tipificando portadores de inocência hipertrofiada, faz o mais ingênuo dos mortais sentir-se um crápula. qualquer zé mané de bairro carrega mais perspicácia do que o mané do feitosa ou o zezé do helinho. cornos em via de extinção ou não.

se nisto há tentativa alguma de incutir pureza de valores neste mundo, é bom providenciar o aumento da cota de merchandising de omo: à mofo assim, fede a inocência.

sujeira maior, nossa senhora de guadalupe deve andar por conta, fez-se com as mulheres que, não me lembro de trama tão misógina, mais parecem vítimas de vinganças de mentes más, bichas más, diriam algumas, politicamente incorretas, mas de escorreita correção.

tresandam donas, de amantes sem noção a malas fúteis. vai de donas de casas premonitoras a donas de casa mais cegas que jatobá. de mal amadas de cama a bem amadas de shopping. de amantes do sassarico, que elas podem maridos não, as que relam-relam em bailes e gafieiras e não pegam nem resfriado. sem esquecer da traidora traida que tem quase-orgasmos em incursões cleptomaníacas. ah! se fosse pobre!, não tinha durado capítulo e meio. e haja colita pra guentar a versão mexicana da casa dos artistas, sepultando trinca de bons atores, descontando perna e meia pro núcleo miami beach quase bitch, gerador do fiasco da penúltima playboy.

interrompendo o fim da interminável lista com a secção branquela mimada. aquela que apronta barracos coreografados a toda hora, abanando a buzanfança na cara do tudo de todos, no baile funk mas light e diet que se tem notícia- nem se fosse em convento - sem levar uma só passada de mão en el culo, para não dizer outra coisa. que a curaria de pronto. haja saquinho.

nas rebarbas desponta personagem mais centrada, distribuindo cupons de mil e uma sessões de análise na pele adolescente que enfrenta o mundo tendo como arma o sorriso, manipulado com a espontaneidade de agente secreto daqueles que hodiernamente não se faz mais, embora mais convicente que a cara do novo.

a sorte é que as feministas adoram rodeios. caso contrário associação das mulheres que, com decência, cozem, cozinham e trepam– e gozam – já tinha soltado os jacarés de miami em cima. a começar daquela coisica que namora com o júnior, personagem que vive sonhando com o dia que as estacas que cercam a fazenda lhe façam proposta, sem farpados, uuuii!


a novela toda cheira a um enche linguiça de personagens, dialógos e trama, que de há muito carece de densidade dramática ou histriônica. ao menos isso, já que para evitar a sol à secco, tem gente que prefere montar bandido.

já os maus, tadinhos. estes não durariam meia hora em nossa realidade cotidiana com seus ângulos canastras para mudar de ares.

até nas novelas, nossa paranóia de cair na real descontrói a ficção.

e dêem-se por satisfeitos que salvamo-nos todos da esticada té março, como chegou-se a cogitar. putz!nem peito de puta velha findaria esticado assim.


só falta agora inventarem a rota boiadeiro miami sem escalas. e o perkins, para fugir do pãnico, ser copulado pela djanira.

tem autor que é cego.

concorde ?

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