terça-feira, outubro 18, 2005

sangue não é colorau, moçada

a programação da televisão pernambucana, dita local, do meio-dia as quase catorze, quatorze e algum tanto, é verdadeiro safari de carnificinas, sexo, drogas e nada de rock´n´roll. roll devidamente substituido por bandas de calyso-bunda-music e chusmas de pagode, cuja maior diferenciação, é serem umas todas iguais a outras.

noutro carnal, digo canal, dito cultural universitário, a ementa inclui mutações pós pensamento mangue-beat. um quase estilingue word-music bang-bang pernambuco falando para o mundo, sopa de metáfora. foto legenda, ao abrigo do claim do raulzito, que de outra a gente aborda.

no dial da violência horário à pino, que tem também suas edições vespertinas, quesito sangue só não basta, pra temperar o cardápio, servido com muito escárnio e escracho em que se fodem uns com os outros, a pseudo-seriedade é travesti no fora de foco da ramificação da mimetificação do que julgam serviço de utilidade pública.

em meio a notícias de assassinatos, estupros, e toda sorte de cortes muito pouco epistemológicos, mais epidérmicos, dos bolsões peri e intraperiféricos da cidade, até não dizer mais, chega! apresentadores fazem-se juizes martelando sempre no mesmo tom, instrumentália diversificada. onde até contra-regras ou assistente de palco, completam os quadros fora de foco mas de alvo preciso no amalgamento da miséria como carne pra canhão.

condenando com chistes de algozes impunes, criminosos, vítimas e parentes, ao bel prazer da verve do dia, apresentadores parecem confirmar a sua impotência imaginando-se gigantes, confundindo serem vermes com verves do humor.

fico a pensar se tiram as ligas após a performance, tal e qual esses esses o faziam após sessões de extermínio dos judeus.

a peripatetada, maligna, completa-se com apresentador candidato a obesidade mórbida anunciando remédio para emagrecimento milagroso.

pra esta moçada, sangue é colorau, mínimo respeito humano é bufa. atestado de incompetência de direção de programação e comercial que insistem num filão que nem datena aguenta mais.

mas como desgraça pouca é bobagem, campanha quase recente utilizou a figura de dois destes apresentadores para chamar à consciência população contra os chamados trotes para a polícia e diferença entre telefones de emergência e ocorrência o que não deixa de ser um trote por quem criou aprovou tal peça, ou apenas mais um sinal da preguiça publicitária que vagas ocupadas estão por quem faz disso o que chama de criatividade ?

feliz ou triste coincidência? resposta do público, nas últimas eleições, foi desconhecer apelo de um destes apresentadores que lançou-se sem paraquedas como vice de chapa que se esborrachou nos resultados para prefeitura de jaboatão dos guararapes, vencido por fariseu ainda mais farisaico.

e hoje vive de tentar fazer-nos acreditar que pernambuco dá sorte.

catarse do catarro cuspido para dentro de quem tripudia com extrato da população que já carrega todo tipo de bacilo no pulmão e que por isso mesmo já não respira, porque não sabe ou não pode, outros ares.

não bastasse tal colorau, de sangue, tais apresentadores ainda tascam vinagre, de alcóol na hora do almoço dos passa-fome de dignidade.

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