Que agências de publicidade em crise de criatividade proponham, em desespero, campanhas malucas ainda se entende. Mas como pode um cliente em pleno uso das faculdades mentais aprovar um anúncio à base de choques elétricos? Pode.
Esses clientes tresloucados são a Coca-Cola e a Nestlé, multinacionais nada temerárias em matéria de publicidade. O produto é o Nestea, chá gelado em lata. A propaganda mostra ratos "humanos" em "teste de laboratório" levando "descargas elétricas".
Aparentemente (sabe-se lá...), o anúncio propõe uma remissão aos testes de Pavlov, mas o que lembra mesmo é tortura.
Não se trata aqui de cobrança do politicamente correto, essa coisa boba que irrita cada vez mais nossos estressados "criativos" da publicidade. A questão é de bom gosto, bom senso, bom tudo. Anúncio deve lembrar tortura em prisão ou tratamento em manicômio? Os doutos criativos jamais suporiam que o prazer do Nestea supere o medo de uma descarga elétrica na percepção do público, pois não?
Os clientes tresloucados podem ter certeza: um desagradável arrepio percorrerá o apreciador dessa bebida antes de tomá-la. Se pensar duas vezes, não a tomará mais.
chá gelado com choque elétrico. marinilda carvalho, no observatório da imprensa
marinilda não deve assistir desenhos animados. vai levar um, um não, vários choques. decifração simbólica e dos indices realizados por crianças e adolescentes não se dá na razão pretendida por ela. tal interpretação parece surgida de quem andou bebendo chá de cogumelo. criativamente o uso do pseudo non-sense é sempre um caminho menor mas desencavar pavlov, e associação de choques elétricos com tortura neste caso, mesmo que tenha sido vítima de tortura e da celebre maquineta dos anos 70, é argumento de quem caiu na ratoeira da decifração individual, equivocada, sobre a coletiva; ou tomou muito chá de cadeira esperando o bonde da história fazer a curva. toma um chá da escola de frankfurt mari. adorno e benjamin tem sabor de limão e mel. sem casca.
celso, vc tem td razão. marinilda tá procurando piolho em cobra, como dizia minha vó ainda viva.
ResponderExcluir