quarta-feira, julho 20, 2005

pilatos

Os políticos, esses cidadãos exemplares que cumprem a lei na íntegra que diz a Lei e o apregoam aos sete ventos, fazendo deste facto, um dos pilares básicos da sua condição, só dizem, que não cumprem, que não cumpriram ou que não vão cumprir a Lei quando a coisa lhes chega ao bolso. Foi o caso das “ viagens dos deputados “, e mais recentemente da Lei do Financiamento das Campanhas Eleitorais.
A Lei, a que foi aprovada há uma ano, diz que por cada tipo de eleição há um valor de investimento máximo permitido por por partido ou candidato. A Lei tentata pôr ordem na casa, “ moralizar”, como gostam ele de dizer, e tornar mais igualitárias as condições de acesso ao poder político. A Lei, do ponto de vista teórico, até é interessante, mas os políticos, estes especialistas inatos na arte da hermenêutica, mesmo não sabendo o que isso é, arranjaram logo outras interpretações.
Basicamente todos, inclujindo os deputados do Partido Comunista Português sempre tão críticos em relação as coisas do capital, vieram dizer que cumprem a lei mas … mas… a verdade é que ninguém cumpre, porque toda gente sabe como “ ajudar “ uma campanha, como fazer para em vez de dar três mil contos em cheque, fornecer um um caixote d t-shirts estampadas, ou então oferecer umas almoçaradas, uns automóveis para a campanha, umas bandeirolas de borla, e assim sucessivamente. Alguém acha sinceramente que neste país alguma instituição estatal vai contar o número de autocolantes distribuídos, verificar as facturas,calcular o preço médio e fazer um consulta pelo mercado perguntando pelo preço ?
Alguém acha que há alguma instituição estatal que funncione ? Está bem, o Dr, Jorge Coelho acha. Não. Ninguém vai conseguir controlar o que gastam os partidos e toda esta confusão só vai servir para haver mais fugas fiscais e para fazer com que o legislador durma com a consciência mais tranquila, embora sabendo que o crime de lesa pátria se cometerá na mesma.

mas pá! não é quarta à portuguesa? de novo falando do brasil ?
que brasil que nada. 24 de abril de 2001, editorial do mário são vicente para o briefing — que poderia ser publicado amanhã em qualquer jornal do brasil com o gosto fresco de quem colocou o dedo na ferida. sabem como é, é tudo a mesma josta dos dois lados do atlântico.

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