terça-feira, abril 19, 2005

o poeta que anda de ônibus

alberto cunha melo. muito acima dos guararapes e dos trópicos. pernambucaneidade varonil ignora, abandona. e não reconhece. edições póstumas e lamúrias virão. villaças e aciolys mestres nisso. odes acadêmicas ib. por enquanto esquecimento ávaro; desprezo. ainda que ostra numa repartição pública sobrevida sorvendo anos de tempo em tarefas circulares. sim e não arremêdo de amanuense pela sobrevivência. não sei como melo aguenta isto. mas segue, não cospe porque é educado, não sei no âmago. levita ante inveja corrosiva à qual o talento que rodas d´ ônibus transporta anônimo dá-lhe folêgo. afagando paralepípedos, prossegue até o fim da linha. calçando-lhes verso da inóspita suburbanidade que vai puindo o homem e fortificando a obra que se quer ela - não ele -universal. pela criança no sorriso, ainda que amarga, nunca vi, alberto desditoso. mas eram outros tempos. que diria agora ? creio que apenas homem e poeta sabem. sempre presente no rosto adornado de compaixão pela nossa presença, esta sim quase lapso. a sensibilidade de alberto é cunha mas não merece o trocadilho. crava em nós sensações com artifícios de tamanhos achados que chega a ferir nas costuras. de soslaio vista como niilista. aprofundada, humanismo com entranhas. palavras não enferrujam nas mãos de alberto. maneja-as e aos sentimentos de nós arrancados com precisão impossível do clã das adagas voadoras mas perfeita em sua edição. dois caminhos e uma oração, edf. girafa, coletam meditação sobre os lajedos, yacala, e oração pelo poema. dou graças a martin vasques cunha. 31,10,2003, onde encontro alberto cascavilhando digestivo cultural. imprensa pernambucana deu-lhe devido espaço ? volto ao cascavilho porque parece haver outro artigo por lá. ainda que d`ônibus, alberto viaja-nos cada vez mais longe e dentro.

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