na origem o curso de publicidade era uma piada - de mau gosto. depois tornou-se stand up, tal como o curso de jornalismo. não há a visão pluralizada que solidificou os patamares da nossa propaganda, oriunda de staffs repletos de gente de formações diversas(acadêmicas ou não) e que encontrava na publicidade a oportunidade de expandir horizontes - romper barreiras mesmo - para além dos títulos empostados e factoides. há uma azáfama em ser moderno, em ver o mundo apenas como digital&cia , o que é válido, mas não como princípio único, esquecendo que somos um pais de terceiro mundo - com uma elite publicitária que finge ser de primeiro muito bem, até dar de cara com o varejo - e onde uma parcela substancial do mercado ainda depende de serviço de alto-falantes, de serviços de som montados em bicicletas, de "mosquitos" (pequenos folhetos) e placas pregadas em poste, de rádios não digitais, de recursos que os alunos e professores destes cursos, sequer conhece, ou prefere esquecer. não se trata de defender o atraso. mas não existem alfas sem alcateias. e, se quem dirige as alcateias, só rosna por um caminho, a coisa empaca. o mercado brasileiro é imenso - muito maior do que pensa ser são paulo - há gente que vai tomar briefing dentro da floresta. e estes são os caras que cutucam onça com vara curta(coisa que quem ganha leão não faz). então, curso sim, mas curso também não. a única obrigatoriedade deveria ser a de fazer boa publicidade. mas isto ultimamente, nem obrigado, ou seria não obrigado?
* quem reclama de textão é porque não sabe ler e escrever(coisa em que muito publicitário atualmente é meste).
o blog que dá crise renal em quem não tem crise de consciência. comunicação, marketing, publicidade, jornalismo, política. crítica de cultura e idéias. assuntos quentes tratados sem assopro. bem vindo, mas cuidado para não se queimar. em último caso, bom humor é sempre melhor do que pomada de cacau.
quarta-feira, junho 28, 2017
segunda-feira, junho 26, 2017
uma das razões pelas quais a maça é mordida apenas de leve
steve jobs disse: “não faz sentido contratar pessoas inteligentes para depois lhes dizer o que fazer".
ao que parece, donos de agência - que julgam-se coronéis pítons do asfalto(na verdade são corre-campos) - não dão muita trela para os dizeres de job. sim, eles adoram equipar\ornar, agências com macs. mas na hora de estabelecer princípios gerais e particulares de gestão, fincam pé nos manuscritos do mais do mesmo, e fazem" todo mundo" engolir goela a dentro suas cuspidas e, quando não raramente, suas cagadas,
como afirmei, certa vez, a vesicular dono de agência(que até hoje pensa que é publicitário - todo dono de agência se acha publicitário, e brilhante,o que na maioria das vezes é justamente o contrário) que diretor dirige, não é dirigido. portanto, se contrata um diretor de criação, ele deve ser senhor da sua seara, cabendo a ele protagonizar sua eleição.
queria com isto dizer que ia fazer o que me desse na telha e nos pentelhos? obviamente que não. toda estrutura tem seu dna. e o jogo a ser jogado, leva em consideração tais premissas. cabe ao diretor de criação, estabelecer os critérios de atuação em que a criação será pensada e efetivada, discutindo eventualmente pormenores de certas ações. é assaz espantoso que isso não seja dado internalizado nas agências em 2017.
o fato é que, se a cada meio de expediente, por uma indigestão qualquer, o dono da agência adentra o ambiente e modifica o que foi traçado(ou na calada) se ele assim o faz, não se comporta como diretor geral, presidente, ceo, ou que denominação use, e sim como aquilo que é: dono. e agência que tem dono, ao contrário do que diz o ditado popular, nestes termos, a única coisa que engorda é a estupidez e a mediocridade - você conhece vários exemplos, isto se não estiver metido até o pescoço em um deles.
então, se assim o é, das duas uma(o melhor é que fosse nenhuma) ou o diretor contratado é incompetente criativa, moralmente e organizacionalmente falando, ou o dono assina em embaixo que monta o time como dono da bola, e neste caso perneta.
criativamente, é sempre um gol contra. mas é a tal coisa: jobs, há muitos. steve, apenas um.
quarta-feira, junho 14, 2017
aos governantes e governados mas, principalmente, aos desgovernados
Todos os dias os ministros dizem ao povo
Como é difícil governar. Sem os ministros
O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairia das minas
Se o chanceler não fosse tão inteligente. Sem o ministro da Propaganda
Mais nenhuma mulher poderia ficar grávida. Sem o ministro da Guerra
Nunca mais haveria guerra. E atrever-se ia a nascer o sol
Sem a autorização do Führer?
Não é nada provável e se o fosse
Ele nasceria por certo fora do lugar.
2.
E também difícil, ao que nos é dito,
Dirigir uma fábrica. Sem o patrão
As paredes cairiam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.
Se algures fizessem um arado
Ele nunca chegaria ao campo sem
As palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem,
De outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados? E que
Seria da propriedade rural sem o proprietário rural?
Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.
3.
Se governar fosse fácil
Não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Führer.
Se o operário soubesse usar a sua máquina
E se o camponês soubesse distinguir um campo de uma forma para tortas
Não haveria necessidade de patrões nem de proprietários.
E só porque toda a gente é tão estúpida
Que há necessidade de alguns tão inteligentes.
4.
Ou será que
Governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira
São coisas que custam a aprender?
O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairia das minas
Se o chanceler não fosse tão inteligente. Sem o ministro da Propaganda
Mais nenhuma mulher poderia ficar grávida. Sem o ministro da Guerra
Nunca mais haveria guerra. E atrever-se ia a nascer o sol
Sem a autorização do Führer?
Não é nada provável e se o fosse
Ele nasceria por certo fora do lugar.
2.
E também difícil, ao que nos é dito,
Dirigir uma fábrica. Sem o patrão
As paredes cairiam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.
Se algures fizessem um arado
Ele nunca chegaria ao campo sem
As palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem,
De outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados? E que
Seria da propriedade rural sem o proprietário rural?
Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.
3.
Se governar fosse fácil
Não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Führer.
Se o operário soubesse usar a sua máquina
E se o camponês soubesse distinguir um campo de uma forma para tortas
Não haveria necessidade de patrões nem de proprietários.
E só porque toda a gente é tão estúpida
Que há necessidade de alguns tão inteligentes.
4.
Ou será que
Governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira
São coisas que custam a aprender?