cuilibet in arte sua perito est credendum*
a deposição de josé pimentel da cruz do espetáculo da paixão de nova jerusalém deu-se, juram cantando ou não o galo três vezes, entre outras crucifixões, por conta da face marcadamente nordestinada de um josé que nunca negou fogo a fé no espetáculo, como se estivéssemos nós em região de cenários abundantes em cristos de cútis e irís zefirellianamente platinadas .
foi assim que iniciou-se a renovação carismática do espetáculo, devidamente assessorado - ou seria assoreado? - pela regras implacáveis do show business coisa que, convenhamos, a igreja entende mais do que ninguém. mas que no seu show must go on teve a sabedoria de nunca mexer, nem no enredo, nem na aura do protagonista, mudando apenas a tipografia do cartaz, conforme a língua.
sem querer colocar mais espinhos nas rosas e nas sandálias do murilo, que vai mais longe em outras praias, por acaso teria ele cara de cristo amanteigado? como deveria ter um protagonista global, destinado ao papel de corromper a autenticidade de um espetáculo que se fez global sem necessidade da globo, cujo interesse no espetáculo e vice-versa não é a multiplicação do pão, vinho ou fé, e sim dos trinta dinheiros calculados a peso de rostos que: ou são a moeda da cara da hora ou a de plantão comercial.
junto do murilo, ainda mais com aquela interpretação de caras e bocas cafuçu de canastra que se vê no "trailer", pimentel é, ou seria, um adônis no papel que sempre lhe coube, e que lhe eternizará pelo milagre operado pelo trabalho do "ator e seu duplo" que superou o personagem sem a necessidade da maquinaria(grotovski o endossaria?) o que em se tratando de cristo não é mole, até porque ele também era um deus na interpretação. e antes que vociferem blasfêmia a mim, que olhem-no, ao josé pimentel, com os olhos do povo que lhe abençoa e pede bençãos ao reis dos reis do arruda, como se diante do próprio ressucitado estivesse.
em matéria de cristo, quem calça as verdadeiras sandálias do pescador? certamente não é quem usa havaianas. e, para sermos justos, dupé também não vale. muito certamente a anatomia do personagem não está também nas ipanemas. e assim voltamos ao marco zero, onde a circunferência nos ensina que até a roda mais perfeita empena posta à prova ante a filosofia do prego.
Now playing: Amelinha - Santo E Demônio via FoxyTunes
* a quem é perito em sua arte deve-se dar crédito
**originalmente publicado no misterwalk.blogspot.com
foi assim que iniciou-se a renovação carismática do espetáculo, devidamente assessorado - ou seria assoreado? - pela regras implacáveis do show business coisa que, convenhamos, a igreja entende mais do que ninguém. mas que no seu show must go on teve a sabedoria de nunca mexer, nem no enredo, nem na aura do protagonista, mudando apenas a tipografia do cartaz, conforme a língua.
sem querer colocar mais espinhos nas rosas e nas sandálias do murilo, que vai mais longe em outras praias, por acaso teria ele cara de cristo amanteigado? como deveria ter um protagonista global, destinado ao papel de corromper a autenticidade de um espetáculo que se fez global sem necessidade da globo, cujo interesse no espetáculo e vice-versa não é a multiplicação do pão, vinho ou fé, e sim dos trinta dinheiros calculados a peso de rostos que: ou são a moeda da cara da hora ou a de plantão comercial.
junto do murilo, ainda mais com aquela interpretação de caras e bocas cafuçu de canastra que se vê no "trailer", pimentel é, ou seria, um adônis no papel que sempre lhe coube, e que lhe eternizará pelo milagre operado pelo trabalho do "ator e seu duplo" que superou o personagem sem a necessidade da maquinaria(grotovski o endossaria?) o que em se tratando de cristo não é mole, até porque ele também era um deus na interpretação. e antes que vociferem blasfêmia a mim, que olhem-no, ao josé pimentel, com os olhos do povo que lhe abençoa e pede bençãos ao reis dos reis do arruda, como se diante do próprio ressucitado estivesse.
em matéria de cristo, quem calça as verdadeiras sandálias do pescador? certamente não é quem usa havaianas. e, para sermos justos, dupé também não vale. muito certamente a anatomia do personagem não está também nas ipanemas. e assim voltamos ao marco zero, onde a circunferência nos ensina que até a roda mais perfeita empena posta à prova ante a filosofia do prego.
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* a quem é perito em sua arte deve-se dar crédito
**originalmente publicado no misterwalk.blogspot.com