quando a oposição é tornada governo e o governo tornado oposição a tudo aquilo que defendeu, está mesmo na hora de fazer uma revolução. agora se é pelo voto ou não, aí ainda não entramos para a história para além da estória.
perfeito seria 40 anos atrás, para comercial das calças que nunca perdiam o vinco, as calças de nycron, alguém se lembra? o senta-levanta promovido pela rede globo, não se sabe por pura gozação ou inventiva rotular, só não foi mais patético porque a secção castigo não constava no programa. teria sido eliminada pela ausência de lula,? sério candidato ao castigo, chapéu de burro, ajoelhado sobre caroço de milho no canto da sala, levando puxão de orelhas, ainda mais com aquelas de abano, pelo nada saber na matéria que todos pretendiam eliminatória, a corrupção ? vai se saber. mas como em matéria de debates a globo sempre fez o que hoje ninguém mais dúvida, fica a certeza de lula fez o que qualquer candidato em sua situação faria.
hora antes a globo despejou sua baba por conta do recebimento da carta-testamento anti-suícida. e descascou a babosa em nome da neutralidade e das regras pré-definidas do respeito aos candidatos, cláusula salva-guarda, segundo a emissôra marinha, das diatribes reservadas ao saco-de-pancadas em que seria transformado o lula. e como lula ou a sua “pseudo-inteligência” de campanha sabe que está história de que pancada de amor não dói é puro dossiê, e que os caminhos da eleição já foram definidos fora do circuito dos debates, solidificou o forf-fait mais anunciado que eclipse, encerrando a campanha onde lula, mesmo quando derrotado, sempre manteve a confortabilidade eleitoral de governante, em são bernardo do campo que não é minado.
o debate, ou melhor a sabatina adocicada em sí, em si seria cômica se não fosse trágica. ainda sim benéfico ao homem que se vier a governar o brasil como governa a careca – com aquela puxada de cabelo da direita para o centro do cucuruco de – vai ficar, e nos deixar, de cabeça quente tal a quantidade de promessas, mais inviáveis do que remédio alkimim para crescer cabelo. faltou pouco para organizações tabajara o pegarem para garoto propaganda
cristovan buarque é a monocordia mais bem educada que se conheçe. amorfo e linear, mais parecia saudosista de educação de seminário. doido para fazer um pás-de-deux com a candidata tiririca, que nesta semana encangou-se num arroubo de um abraço onde as pernas enlaçaram o abraçado a altura das costelas, o que, mesmo para heloisa helena que abraça sua cauda, quer dizer causa, com tanto ardor, é um exagêro a ser evitado por quem almeja nova postura enquanto candidato a presidente.
apesar do branco, heloisa helena, não e a pomba da paz que o figurino prenuncia. mais parecendo pata-choca murchou-se ao longo da campanha pela repetitividade do discurso “eu não sou farinha do mesmo saco”, apesar do já bolor da também monocórdica indignação que perdeu o ponto da massa, contrariando os prognósticos de quem pretendia mostrá-la como miss ternurinha, revelando o lado pão-doce do beiju dormido. não conseguiu. nem o cineasta a quem caberia a tarefa, nem ela própria. e a sua saudação inicial e de encerramento no debate, que dizer, sabatina, foi peripatética.
“ debate de dama e dois cavalheiros”, apesar do desconforto de alkimim, que em dado momento convocado a ser perguntado por heloisa, demonstrou, no tique dos beiços lambidos em língua, um certo desconforto com a insistência da candidata a associá-lo ao período fhc, mas nada que o ar-condicionado do set não mantivesse sobre contrôle.
em tudo e em nada, o debate, quer dizer a sabatina, revela que nem a emissôra, nem os candidatos, estão preparados, apesar de tantos assessores, para fazer o teste de malhação nem no múltipla escolha. tatibates a discursos pré-gravados neuro-linguisticamente(vá lá, decoreba) zero em capacidade de improvisação, de verve, e até de entendimento, pois tele-guiados por perguntas basicas, esvaiam-se na fuga a elas, com trechos programáticos de mensagens já saturadas por toda campanha metidos à forceps nas respostas onde elas não batiam com o perguntado, sequer em forma, quanto mais em conteúdo. o que não configurou reforço e sim, fraqueza de conteúdo. foi assim com cristovan, com heloisa, e menos com o alkimim, que poder-se-ia dizer vencedor de um debate que de antemão, sem a presença de lula, teria nele a figura favorecida pelo desguarnecimento do bornal arugumentativo explanatório dos demais alunos da escolinha.
mas, vencido o debate, alkimim, vence a eleição, que para ele significa atestado de prosufiência para a recuperação em segunda chamada, quer dizer segundo turno?
isso nem a petulância do clone melhorado? do chimbinha(sim o original já tirou a o aplique branco dos cornos) saberá dizer. apesar de todos os esforços para determinar os resultados de uma eleição, onde o candidato a renovação do mandato parece que de antemão já estaria aprovado por média, mesmo que os professores e direção sempre tenham sido contra esta matricula de aluno com histórico de abandono da escola pública em curso superior.
e agora cristovam, não seria isto um tipo de revolução, neste caso pela anti-educação?
o blog que dá crise renal em quem não tem crise de consciência. comunicação, marketing, publicidade, jornalismo, política. crítica de cultura e idéias. assuntos quentes tratados sem assopro. bem vindo, mas cuidado para não se queimar. em último caso, bom humor é sempre melhor do que pomada de cacau.
sábado, setembro 30, 2006
sexta-feira, setembro 29, 2006
manual do anti-marketing político III
não voto em candidato topa-tudo por dinheiro. aquele que tem respostas para todos os problemas do estado, apesar de causador, por omissão ou inépcia de boa parte deles.
menos ainda em candidato-replay. aquele que agora na oposição pede para bater o penalty que já perdeu.
o debate orquestrado pela outrora vênus platinada, hoje mais pra achatada, praticamente encerrou a campanha política em pernambuco.
mediado pelo indiana jones da caatinga, chico josé, duro, prepotentemente inábil, tal qual meganha de baixa patente de plantão, a vigiar presumíveis dobermanns, com aura de autoridade destemida, creditada a suas desventuras enquanto repórter, contribuiu para fazer a noite de terça rough de casseta & planeta versão papeiro da cinderela. afinal, pra encarnar seu creyson, é preciso talento, e nisto, humberto o mais encarnado para o papel, nem a voz, apesar de uma certa aquisição.
não é preciso enxergar dois palmos mais à frente para imaginar que o busílis do debate seria o embate de mendoncinha e o menino de olhos de photoshop, eduardo campos. e de todos contra o mendoncinha. coisa feia. de turma de menino de colégio que se destestam e querem assumir a presidência do grêmio. mas que não tendo como bater sozinhos no desafeto, juntam-se para tirar proveito em causa própria. acotovelando-se, enquanto falso pacto de combate em causa única. e nisto sobram cotoveladas para todos os lados, inclusive para o telespectador.
isto posto, areinha quente pra quem é valente. e o candidato a valente é até então o valete de jarbas. tido como geléia de mocotó, ou seja: se tem substância, muita gente ainda dúvida, já que inodororidade e sensaboria sobram. predicados aliás, já apontados por aquele que de inocêncio não tem nada. e que mais parecendo óleo de soja do que azeite de oliveira, perdeu para mendoncinha o direito postergado à candidatura, definitivamente retirada após.
menino doszoio de photoshop de um lado, acusando upper-cut, supostas escutas telefônicas envolvendo propinas(até nisso falta de criatividade) e de outro, humberto, cuja assessoria parece nunca ter ouvido falar em fonoaudiologia, para minorar aquela voz rascante, que nada ajuda a patetada de uma indiciação prevaricada ou não, providencial guarda-baixa no fígado, para a candidatura de eduardo. o que por sua vez, deixou mendoncinha num quase mano a mano em campos eduardo. salvo por beliscadas aqui e ali dos eternos segundos. o candidato do psol, alguém se lembra o nome? o juiz do partido de morte, aquele que quer que nós usemos o dedinho(que ele faz o resto) e o candidato que quase, eu disse quase, se constituiu em terceira força política, rivaldo soares que deu bons dribles no timing apertado, ao longo da campanha, nas limitações da legenda e, na cama de gato que seus partidários lhe deram, momento em que para projetar-se em grau de idoneidade maior que a sombra, criticou contudentemente candidato do partido. talzinho que deu entrevista fantástica a emissora, revelando o patife que era. neste caso parece que rivaldo aprendeu que o correto nesta campanha(só nessa?) não ganha voto nem dentro, quanto mais fora do partido.
mal soou a lagarda, e o que se viu foi a tentativa, sem técnica, de disparatados golpes baixos, travestidos de bravatas de todas as partes. todos candidatos incompetentes em se dizerem competentes. mas ainda mais incompetentes nas agressões para afirmar isso. nenhum supercílio atingido, apesar dos corners de alguns. ao final, muita mão machucada pela bleforragia acentuada.
e esqueçam esta demagogia de debate para apresentar, esclarecer, discutir progamas. o programa é saturar a denúncia até o insuportável da defesa. não menos calhorda, porque sempre esboçada em contra-ataque que não vai além na baixaria porque lhe falta combustível. aqui e ali umas revelaçõeszinhas tipo revista contigo, tv da gente, e pronto. eis o retrato do debate q-suco sem.
como em política, já dizia uma raposa velha, o que vale é a versão, e não o fato, jornais comprometidos? amanhecem dizendo que mendonça deu a volta nos demais candidatos, completando a movimentação da banda labareda.
só não se sabe que volta é esta. volta ao mesmo lugar? de volta ao começo? volta e meio vamos dar? mudanças na volta? ou mendonça em volta de jarbas pra não variar?
e não me peçam para esmiuçar o debate, que é para eu não ter de responder: que debate? houve debate? você já assistiu algum debate na sua vida?(só se for no século passado) ou só voltas e voltas? a expedientes de gastos e desgastes que só nos trazem de volta à mesma conclusão: mendonça funciona como valete de jarbas. papel perfeito para quem é amorfo, ensimesmado, e nem com holofote de aviação engana que tem luz própria. humberto, que desde o ministério semre teve espada de dâmocles sobre a cabeça, é o anti-candidato por excelência. seu cavanhaque não ajuda, as olheiras idem, voz ibiden e o discurso não convence nem meio partido que ele seria valete de lula em pernambuco(um estado destinado a ser governado por valetes?). e eduardo(que alardeia sintonia com o presidente, portanto apto a eleger-se um valete) não reedita o avô em nenhuma da suas qualidades. inclusive da feiura, que conferia um toque de verdade a realidade sagazmente apresentada por arraes. ou você acha que a verdade é mesmo bela?
luiz vidal, katia telles, oswaldo soares(mais algum? com cara de nenhum?) ficaram de fora. espécie de WO consentido. eu disse com sentido? então alguma coisa no debate fez sentido apesar do non sense à democracia que nega direitos iguais pregados a todos.
debate? sim, claro. a democracia anda debatendo-se faz tempo. qualquer dia ela consegue nos convencer que de que sempre esteve em crise por falta dos menores princípios.
menos ainda em candidato-replay. aquele que agora na oposição pede para bater o penalty que já perdeu.
o debate orquestrado pela outrora vênus platinada, hoje mais pra achatada, praticamente encerrou a campanha política em pernambuco.
mediado pelo indiana jones da caatinga, chico josé, duro, prepotentemente inábil, tal qual meganha de baixa patente de plantão, a vigiar presumíveis dobermanns, com aura de autoridade destemida, creditada a suas desventuras enquanto repórter, contribuiu para fazer a noite de terça rough de casseta & planeta versão papeiro da cinderela. afinal, pra encarnar seu creyson, é preciso talento, e nisto, humberto o mais encarnado para o papel, nem a voz, apesar de uma certa aquisição.
não é preciso enxergar dois palmos mais à frente para imaginar que o busílis do debate seria o embate de mendoncinha e o menino de olhos de photoshop, eduardo campos. e de todos contra o mendoncinha. coisa feia. de turma de menino de colégio que se destestam e querem assumir a presidência do grêmio. mas que não tendo como bater sozinhos no desafeto, juntam-se para tirar proveito em causa própria. acotovelando-se, enquanto falso pacto de combate em causa única. e nisto sobram cotoveladas para todos os lados, inclusive para o telespectador.
isto posto, areinha quente pra quem é valente. e o candidato a valente é até então o valete de jarbas. tido como geléia de mocotó, ou seja: se tem substância, muita gente ainda dúvida, já que inodororidade e sensaboria sobram. predicados aliás, já apontados por aquele que de inocêncio não tem nada. e que mais parecendo óleo de soja do que azeite de oliveira, perdeu para mendoncinha o direito postergado à candidatura, definitivamente retirada após.
menino doszoio de photoshop de um lado, acusando upper-cut, supostas escutas telefônicas envolvendo propinas(até nisso falta de criatividade) e de outro, humberto, cuja assessoria parece nunca ter ouvido falar em fonoaudiologia, para minorar aquela voz rascante, que nada ajuda a patetada de uma indiciação prevaricada ou não, providencial guarda-baixa no fígado, para a candidatura de eduardo. o que por sua vez, deixou mendoncinha num quase mano a mano em campos eduardo. salvo por beliscadas aqui e ali dos eternos segundos. o candidato do psol, alguém se lembra o nome? o juiz do partido de morte, aquele que quer que nós usemos o dedinho(que ele faz o resto) e o candidato que quase, eu disse quase, se constituiu em terceira força política, rivaldo soares que deu bons dribles no timing apertado, ao longo da campanha, nas limitações da legenda e, na cama de gato que seus partidários lhe deram, momento em que para projetar-se em grau de idoneidade maior que a sombra, criticou contudentemente candidato do partido. talzinho que deu entrevista fantástica a emissora, revelando o patife que era. neste caso parece que rivaldo aprendeu que o correto nesta campanha(só nessa?) não ganha voto nem dentro, quanto mais fora do partido.
mal soou a lagarda, e o que se viu foi a tentativa, sem técnica, de disparatados golpes baixos, travestidos de bravatas de todas as partes. todos candidatos incompetentes em se dizerem competentes. mas ainda mais incompetentes nas agressões para afirmar isso. nenhum supercílio atingido, apesar dos corners de alguns. ao final, muita mão machucada pela bleforragia acentuada.
e esqueçam esta demagogia de debate para apresentar, esclarecer, discutir progamas. o programa é saturar a denúncia até o insuportável da defesa. não menos calhorda, porque sempre esboçada em contra-ataque que não vai além na baixaria porque lhe falta combustível. aqui e ali umas revelaçõeszinhas tipo revista contigo, tv da gente, e pronto. eis o retrato do debate q-suco sem.
como em política, já dizia uma raposa velha, o que vale é a versão, e não o fato, jornais comprometidos? amanhecem dizendo que mendonça deu a volta nos demais candidatos, completando a movimentação da banda labareda.
só não se sabe que volta é esta. volta ao mesmo lugar? de volta ao começo? volta e meio vamos dar? mudanças na volta? ou mendonça em volta de jarbas pra não variar?
e não me peçam para esmiuçar o debate, que é para eu não ter de responder: que debate? houve debate? você já assistiu algum debate na sua vida?(só se for no século passado) ou só voltas e voltas? a expedientes de gastos e desgastes que só nos trazem de volta à mesma conclusão: mendonça funciona como valete de jarbas. papel perfeito para quem é amorfo, ensimesmado, e nem com holofote de aviação engana que tem luz própria. humberto, que desde o ministério semre teve espada de dâmocles sobre a cabeça, é o anti-candidato por excelência. seu cavanhaque não ajuda, as olheiras idem, voz ibiden e o discurso não convence nem meio partido que ele seria valete de lula em pernambuco(um estado destinado a ser governado por valetes?). e eduardo(que alardeia sintonia com o presidente, portanto apto a eleger-se um valete) não reedita o avô em nenhuma da suas qualidades. inclusive da feiura, que conferia um toque de verdade a realidade sagazmente apresentada por arraes. ou você acha que a verdade é mesmo bela?
luiz vidal, katia telles, oswaldo soares(mais algum? com cara de nenhum?) ficaram de fora. espécie de WO consentido. eu disse com sentido? então alguma coisa no debate fez sentido apesar do non sense à democracia que nega direitos iguais pregados a todos.
debate? sim, claro. a democracia anda debatendo-se faz tempo. qualquer dia ela consegue nos convencer que de que sempre esteve em crise por falta dos menores princípios.
quinta-feira, setembro 28, 2006
manual do anti-marketing político II
não voto em candidato que repete a nos fartar, o sinal de positivo. é o famoso candidato artrite-crônica, nero da nossa indulgência. e sempre que vejo o v da vitória, naquelas caras idiotas, fico a imaginar aonde é que eles pensam que vão enfiar aqueles dedos, ou melhor a mão inteira.
reta final de campanha. uma das mais pífias em forma e conteúdo, inteligência aplicada e princípio moral aportado. fazemos a partir de hoje um apanhado geral, o que significa no mínimo meter a mão em bosta. como dizia um velho slogan da une, “ se o mundo é uma merda, e queremos transformá-lo, temos de lho meter a mão”. então, daqui, da nossa lajezinha, onde traficante de espaço, analista de escândalo, proxeneta de influência e estagiário de mau caráter, não toma chá verde, lanço a minha mão.
algum slogan memorável? algum jingle chiclete? alguma vinheta bordão? algum debate antológico? alguma logomarca anti-standard? pois, já começa e podia terminar por aqui.
quer a nível presidencial, quer a nível estadual, as campanhas não tiverem mínimo grau de evolução e criatividade se comparadas as anteriores. muito pelo contrário. o que ainda se vê foi apenas involução de princípios, sejam éticos, sejam morais, sejam profissionais. os seguidores da escola americana do marketing eleiçoeiro, continuam adeptos ferrenhos de uma só ferramenta: a delação a qualquer preço, premiada com honorários incomesuráveis, ainda mais se considerados os desdobramentos nas praticas dos governos eleitos, ou reeleitos. o negócio é cavar falta, drible? só nos 171 de escândalos e dossiês pré-fabricados. haja colunas de fumaça, clipeszinhos de bunda muito pouco acalorada e sobraram as tentativas de uso do gás hilariante na democracia. o que por pouco não causa efeitos do gás sarin. o qu também leva a seguinte conclusão: já tivemos calhordas aglutinados às campanhas mais eficientes e inteligentes. sejam como marketeiros, assessores e candidatos. e que nesta rinha duda fez falta.
campanhas milionárias sim. práticas e resultados eficientes? dirão que sim os vencedores, mas a um custo altissimo em desgaste de patrimônio político expositório acumulado, ou rejuntado como queiram, o que equivale a dizer que vários dos candidatos vencedores seguirão em frente mas com o figurino bastante esgarçado, sindromes do estômago revirado a que se descomposturaram para tornar-se vistos.
o discurso político empolgante definitivamente não existiu nesta campanha. aliás, sequer o escândalo empolgante, se é que poder-se-ia tratar algum escândalo assim. mas isto é assunto para o desdobramento destas observações, que pela ordem, dar-se-ão , tratando da candidatura presidencial, e da estadual, tomando-se como exemplo o estado de pernambuco.
o fato certo é que o voto desta vez não foi amarrado por dentaduras, alpercatas ou laqueaduras majoritariamente. foi pela barriga. bem ali onde nascem os deuses. que de há muito já escolheram seu prometeu. rasteira nos publicitarios de ocasião, malversadores do vocábulo estratégia. eles, para quem na maioria perna de pau no jogo político, craques de araque só em tempos de campanha, perceberam, tarde demais, que lá atrás, alguém com visão precisa e medonha, enquanto ideológo dos primeiros socorros, buscou na maleta de estrategista o binóculo da visão que perpetrou o cálculo que a 70 reais por cabeça, seria muito mais barato conquistar um eleitorado que, em vez de consumir esperança vendida ao preço abusivo de campanhas expressas em logomarcas de macdonald´s, fidelizou seu voto a cardápio comestível que mantém a fome na temperatura certa, ainda que servido anos inteiros como bóia-fria.
enquanto isso, localmente, o candidato geléia-de-mocotó… bom, vamos deixar para amanhã ou depois as sobremesas, ainda que não servido hoje, só entrada, o prato principal. a nossa bolsa é pra família pra lá de grande.
sim, eu também não voto em candidato detergente: aquele que a toda hora fica dizendo que tem as mãos limpas, porque ai tem.
reta final de campanha. uma das mais pífias em forma e conteúdo, inteligência aplicada e princípio moral aportado. fazemos a partir de hoje um apanhado geral, o que significa no mínimo meter a mão em bosta. como dizia um velho slogan da une, “ se o mundo é uma merda, e queremos transformá-lo, temos de lho meter a mão”. então, daqui, da nossa lajezinha, onde traficante de espaço, analista de escândalo, proxeneta de influência e estagiário de mau caráter, não toma chá verde, lanço a minha mão.
algum slogan memorável? algum jingle chiclete? alguma vinheta bordão? algum debate antológico? alguma logomarca anti-standard? pois, já começa e podia terminar por aqui.
quer a nível presidencial, quer a nível estadual, as campanhas não tiverem mínimo grau de evolução e criatividade se comparadas as anteriores. muito pelo contrário. o que ainda se vê foi apenas involução de princípios, sejam éticos, sejam morais, sejam profissionais. os seguidores da escola americana do marketing eleiçoeiro, continuam adeptos ferrenhos de uma só ferramenta: a delação a qualquer preço, premiada com honorários incomesuráveis, ainda mais se considerados os desdobramentos nas praticas dos governos eleitos, ou reeleitos. o negócio é cavar falta, drible? só nos 171 de escândalos e dossiês pré-fabricados. haja colunas de fumaça, clipeszinhos de bunda muito pouco acalorada e sobraram as tentativas de uso do gás hilariante na democracia. o que por pouco não causa efeitos do gás sarin. o qu também leva a seguinte conclusão: já tivemos calhordas aglutinados às campanhas mais eficientes e inteligentes. sejam como marketeiros, assessores e candidatos. e que nesta rinha duda fez falta.
campanhas milionárias sim. práticas e resultados eficientes? dirão que sim os vencedores, mas a um custo altissimo em desgaste de patrimônio político expositório acumulado, ou rejuntado como queiram, o que equivale a dizer que vários dos candidatos vencedores seguirão em frente mas com o figurino bastante esgarçado, sindromes do estômago revirado a que se descomposturaram para tornar-se vistos.
o discurso político empolgante definitivamente não existiu nesta campanha. aliás, sequer o escândalo empolgante, se é que poder-se-ia tratar algum escândalo assim. mas isto é assunto para o desdobramento destas observações, que pela ordem, dar-se-ão , tratando da candidatura presidencial, e da estadual, tomando-se como exemplo o estado de pernambuco.
o fato certo é que o voto desta vez não foi amarrado por dentaduras, alpercatas ou laqueaduras majoritariamente. foi pela barriga. bem ali onde nascem os deuses. que de há muito já escolheram seu prometeu. rasteira nos publicitarios de ocasião, malversadores do vocábulo estratégia. eles, para quem na maioria perna de pau no jogo político, craques de araque só em tempos de campanha, perceberam, tarde demais, que lá atrás, alguém com visão precisa e medonha, enquanto ideológo dos primeiros socorros, buscou na maleta de estrategista o binóculo da visão que perpetrou o cálculo que a 70 reais por cabeça, seria muito mais barato conquistar um eleitorado que, em vez de consumir esperança vendida ao preço abusivo de campanhas expressas em logomarcas de macdonald´s, fidelizou seu voto a cardápio comestível que mantém a fome na temperatura certa, ainda que servido anos inteiros como bóia-fria.
enquanto isso, localmente, o candidato geléia-de-mocotó… bom, vamos deixar para amanhã ou depois as sobremesas, ainda que não servido hoje, só entrada, o prato principal. a nossa bolsa é pra família pra lá de grande.
sim, eu também não voto em candidato detergente: aquele que a toda hora fica dizendo que tem as mãos limpas, porque ai tem.
terça-feira, setembro 26, 2006
marvel comics
esta semana escrevi o ética da vingança: ou só a faxineira não chupa pau do patrão.
escrever no cru, coisas como esta, não me fazem o cara mais simpático do mundo. e olhe que não escrevo um terço do que a vivência gostaria, justamente para não ser tachado de vingativo, já que maledicença esturricada ainda me tem apenas por um camarada em processo de "auto-destruição". um tipo de recado daqueles, fala muito, fala o que não deve, fala o que ninguém quer ouvir, ninguém contrata. pois, mas onde fica o quem não deve não teme? na lata? ah! sim, esqueci, que para o mídia da porra, eu sou apenas um revoltado, apesar de ter lhe dado de bandeja a possibilidade de receber um prêmio nacional entre a nata da propaganda brasileira, esta sim da pôrra?
hoje uma nota do www.blue.bus.com.br alfineta de leve a questão da vingança num viés que ainda não havia sido desdobrado por mim, já que abordei apenas a vingança de publicitários contra publicitários, sendo melífluo ou eufemista, ao colocar de forma não explícita alguns donos de agência na reca. quando na verdade não o são. por exemplo, você de sã consciência diria que um jardel é publicitário? ou apenas um charuto, hoje mais apagado do que acendido? fala sério!
a vingança hoje, por mais que neguem a nota, a de baixo, inclusive, é o que remói o cérebro e os intestinos do publicitário de sucesso(a vingança dos medíocres difere apenas nos meios) afastado dos princípios mínimos deontológicos em troca da "salvação do negócio". ora como vítima, ora como vitimador, alguém vai dizer que o cheiro de publicitário fritado não tem falado mais alto no mercado? afora os ditos suicidas?
enquanto as questões prementes de ética, respeito profissional,e valorização do verdadeiro talento, for letra morta entre todos os envolvidos, o que fundamentalmente esbarra em remuneração para todos os lados e zerado de práticas e subterfúgios dos mesmos que integram abaps, sindicatos e cenps da vida, ficamos como pistoleiros a caça do cala-bôca de ocasião, disparado ou encoldrilhado em meio a muita fumaça.
a minha categoria de alvo ou gatilho ainda estou por definir. contudo tenho uma certeza: nesta profissão de cada vez mais vinganças certas e atitudes incertas, nunca fui, nem serei, lambe-cu. menos ainda mandador ou mandado torpe de vinganças que não suportam a palavra como arma mínima em duelo tão desigual.
Fischer movido a vingança.
Segundo nota na coluna Persona, diz que agora dono da conta da Kaiser, Eduardo Fischer planeja para outubro uma dupla vingança contra a AmBev e a Schincariol, cujas contas da Brahma e Nova Schin passaram por sua agência. Diz que em 2003 também foi o sentimento de vingança que moveu Fischer - na época tinha conquistado a Schin e desejava revidar a perda da Brahma(fresquinha do www.bluebus.com.br)
escrever no cru, coisas como esta, não me fazem o cara mais simpático do mundo. e olhe que não escrevo um terço do que a vivência gostaria, justamente para não ser tachado de vingativo, já que maledicença esturricada ainda me tem apenas por um camarada em processo de "auto-destruição". um tipo de recado daqueles, fala muito, fala o que não deve, fala o que ninguém quer ouvir, ninguém contrata. pois, mas onde fica o quem não deve não teme? na lata? ah! sim, esqueci, que para o mídia da porra, eu sou apenas um revoltado, apesar de ter lhe dado de bandeja a possibilidade de receber um prêmio nacional entre a nata da propaganda brasileira, esta sim da pôrra?
hoje uma nota do www.blue.bus.com.br alfineta de leve a questão da vingança num viés que ainda não havia sido desdobrado por mim, já que abordei apenas a vingança de publicitários contra publicitários, sendo melífluo ou eufemista, ao colocar de forma não explícita alguns donos de agência na reca. quando na verdade não o são. por exemplo, você de sã consciência diria que um jardel é publicitário? ou apenas um charuto, hoje mais apagado do que acendido? fala sério!
a vingança hoje, por mais que neguem a nota, a de baixo, inclusive, é o que remói o cérebro e os intestinos do publicitário de sucesso(a vingança dos medíocres difere apenas nos meios) afastado dos princípios mínimos deontológicos em troca da "salvação do negócio". ora como vítima, ora como vitimador, alguém vai dizer que o cheiro de publicitário fritado não tem falado mais alto no mercado? afora os ditos suicidas?
enquanto as questões prementes de ética, respeito profissional,e valorização do verdadeiro talento, for letra morta entre todos os envolvidos, o que fundamentalmente esbarra em remuneração para todos os lados e zerado de práticas e subterfúgios dos mesmos que integram abaps, sindicatos e cenps da vida, ficamos como pistoleiros a caça do cala-bôca de ocasião, disparado ou encoldrilhado em meio a muita fumaça.
a minha categoria de alvo ou gatilho ainda estou por definir. contudo tenho uma certeza: nesta profissão de cada vez mais vinganças certas e atitudes incertas, nunca fui, nem serei, lambe-cu. menos ainda mandador ou mandado torpe de vinganças que não suportam a palavra como arma mínima em duelo tão desigual.
Fischer movido a vingança.
Segundo nota na coluna Persona, diz que agora dono da conta da Kaiser, Eduardo Fischer planeja para outubro uma dupla vingança contra a AmBev e a Schincariol, cujas contas da Brahma e Nova Schin passaram por sua agência. Diz que em 2003 também foi o sentimento de vingança que moveu Fischer - na época tinha conquistado a Schin e desejava revidar a perda da Brahma(fresquinha do www.bluebus.com.br)
domingo, setembro 24, 2006
quiz-resposta(finalmente): filme do lagarto ou apenas mais um camaleão ?
on air lançamento do idea adventure. automóvel que como o iguana que o estréia, tem a particularidade de parecer ser o que não é: agressivo, radical, off-road. enfim, lagarto capaz de proezas possíveis só com animação de computador, no caso do carro, nem com isto, credíveis.
filme da leo burnett,www.leoburnett.com.br onde não se escapa da indefectível, e dispensável, sacadinha de criação on line, que espouca foto das pessoas, leia-se board, e onde seguindo a indicação veja a última campanha do idea, finda não se vendo lagarto pelo caminho*. a procura que estava eu da ficha técnica. ainda que lá esteja o competentíssimo linderberg, não o charles, mas o ruy, que já deu asas a criações que também atravessaram o atlântico em asas que não eram de cera.
de uma certa maneira dois holandeses também cruzaram o atlântico com seu trabalho, só que para entrar de gaiatos na nossa praia. em 1996, diederick koopal, copy, 36 anos, sete em publicidade, e cor den boer, 38, diretor de arte. há quatro anos e meio trabalhando juntos, agora como criadores e diretores criativos da então ammirati puris lintas em amsterdã, seriam surpreendidos com um grand-prix para filme em cannes para o chocolate rolo. aquele em que um elefante se vinga de um homem que, 35 anos antes, não lhe dera um pedaço de chocolate “. ficariam surpresos vendo o filme brasileiro que tirou nacos do seu rolo, no rolo da léo?
esta altura só vou fazer a pergunta para dar corda a privada: o que os dois filmes teriam em comum, além da falta de memória, ou excesso, dos criadores do filme camaleão ?
troque o elefante, pelo iguana. o “ rolo” pelo idea - sem idea original , reafirmo . o lapso de tempo de um, marcado, antes de tudo pelo conceito coerente - elefantes nunca esquecem – por outro de conceito niente. e tem-se a receita bolofofa do filme da fiat. síndrome de uma publicidade espetaculosa que anda sendo praticada a rodo pelos modernos de plantão. compensação aguada da falta de idéia, e sobretudo da simplicidade tão depurada pelo homem das maças, que certamente não ofereceria largartos de papo para não fritar sua maça. simplicidade antes que me esqueça presente no filme do rolo, o que não implicou em empobrecimento da produção.
acessando www.leoburnett.com chega-se a um dos melhores sites de agência que conheço. o da leo internacional, e que marca em forma e conteúdo(big ideas come out of big pencils) a discrepância abissal em relação ao site da leo brasil, que também não tem conceito. só o depoimento burnett eternizado vale idas e idas. leo, um tipo quase clown, no figurino mais anti-publicidade que brasileiro conhece, é mais do que história. é publicidade viva, impactante, ética, moderna, criativa e eficaz. sua agência, que abriu as portas em 5 de agosto de 1935, em plena “década da ira”, na grande depressão, deve a seus valores a garantia de solidez num momento visionário do homem que afirmou: “ quando procuramos alcançar as estrêlas podemos não conseguir, mais pelo menos não ficamos com as mãos cheia de lama” que é onde estamos metidos hoje até o pescoço. num dos piores cenários econômicos da história, o homem que distribuia maçãs a porta da sua agência, profetizou: “quando você está no fundo do poço econômico, a única sáida é subir.” e, mais importante do que tudo, sua afirmação, que parece ter sido esquecida, pela leo brasil, que resumidamente diz o seguinte: quando vocês tiverem de abrir mão de nossos princípios para ganhar dinheiro, tirem antes meu nome da porta.
koopal e boer, os ganhadores do grand-prix recomendaram: “gastem o máximo dinheiro que puderem na idéia, contratem gente melhor”. a julgar pelo camaleão apresentado, a leo burnett brasil não andou economizando nos trocados. mas a economia a ser feita não era esta. pelos vistos, esbanjaram nos meios e economizaram na idéia. aquele dna resultado e resultante de talento e suor, que faz parir elefantes realizados pela idéia-força em todos os seus objetivos. ao contrário de um lagarto, que tinha já na imagem guia um diretor puxando cabo de vassoura como ponto para os atores num filme que é uma enrolação só. e que por isso mesmo apela para memórias genéticas de outra espécie findando incompleto e non-sense, o deus ex-machina de todos os momentos sem idéia, tão em voga.
se leo fosse vivo hoje, abrigaria sob lustro de seu nome na porta tal raro espécime?
mais para elefante do que para lagarto a sua memória não merecia isto.
pois é, desta vez? a memória da maça está literalmente bichada.
in tempo; todo mundo fala de internet, de ações virais, de ferramentas digitais, do caralho wired a quatro. mas a quantidade de sites de agências desatualizados é impressionante. cacete! nem o basicão? no caso da leo: se o filme é da agência, se a agência acredita no filme, esconde?
eu heim, viva o meu bodoque(isto é só uma analogia, ecologistas).
filme da leo burnett,www.leoburnett.com.br onde não se escapa da indefectível, e dispensável, sacadinha de criação on line, que espouca foto das pessoas, leia-se board, e onde seguindo a indicação veja a última campanha do idea, finda não se vendo lagarto pelo caminho*. a procura que estava eu da ficha técnica. ainda que lá esteja o competentíssimo linderberg, não o charles, mas o ruy, que já deu asas a criações que também atravessaram o atlântico em asas que não eram de cera.
de uma certa maneira dois holandeses também cruzaram o atlântico com seu trabalho, só que para entrar de gaiatos na nossa praia. em 1996, diederick koopal, copy, 36 anos, sete em publicidade, e cor den boer, 38, diretor de arte. há quatro anos e meio trabalhando juntos, agora como criadores e diretores criativos da então ammirati puris lintas em amsterdã, seriam surpreendidos com um grand-prix para filme em cannes para o chocolate rolo. aquele em que um elefante se vinga de um homem que, 35 anos antes, não lhe dera um pedaço de chocolate “. ficariam surpresos vendo o filme brasileiro que tirou nacos do seu rolo, no rolo da léo?
esta altura só vou fazer a pergunta para dar corda a privada: o que os dois filmes teriam em comum, além da falta de memória, ou excesso, dos criadores do filme camaleão ?
troque o elefante, pelo iguana. o “ rolo” pelo idea - sem idea original , reafirmo . o lapso de tempo de um, marcado, antes de tudo pelo conceito coerente - elefantes nunca esquecem – por outro de conceito niente. e tem-se a receita bolofofa do filme da fiat. síndrome de uma publicidade espetaculosa que anda sendo praticada a rodo pelos modernos de plantão. compensação aguada da falta de idéia, e sobretudo da simplicidade tão depurada pelo homem das maças, que certamente não ofereceria largartos de papo para não fritar sua maça. simplicidade antes que me esqueça presente no filme do rolo, o que não implicou em empobrecimento da produção.
acessando www.leoburnett.com chega-se a um dos melhores sites de agência que conheço. o da leo internacional, e que marca em forma e conteúdo(big ideas come out of big pencils) a discrepância abissal em relação ao site da leo brasil, que também não tem conceito. só o depoimento burnett eternizado vale idas e idas. leo, um tipo quase clown, no figurino mais anti-publicidade que brasileiro conhece, é mais do que história. é publicidade viva, impactante, ética, moderna, criativa e eficaz. sua agência, que abriu as portas em 5 de agosto de 1935, em plena “década da ira”, na grande depressão, deve a seus valores a garantia de solidez num momento visionário do homem que afirmou: “ quando procuramos alcançar as estrêlas podemos não conseguir, mais pelo menos não ficamos com as mãos cheia de lama” que é onde estamos metidos hoje até o pescoço. num dos piores cenários econômicos da história, o homem que distribuia maçãs a porta da sua agência, profetizou: “quando você está no fundo do poço econômico, a única sáida é subir.” e, mais importante do que tudo, sua afirmação, que parece ter sido esquecida, pela leo brasil, que resumidamente diz o seguinte: quando vocês tiverem de abrir mão de nossos princípios para ganhar dinheiro, tirem antes meu nome da porta.
koopal e boer, os ganhadores do grand-prix recomendaram: “gastem o máximo dinheiro que puderem na idéia, contratem gente melhor”. a julgar pelo camaleão apresentado, a leo burnett brasil não andou economizando nos trocados. mas a economia a ser feita não era esta. pelos vistos, esbanjaram nos meios e economizaram na idéia. aquele dna resultado e resultante de talento e suor, que faz parir elefantes realizados pela idéia-força em todos os seus objetivos. ao contrário de um lagarto, que tinha já na imagem guia um diretor puxando cabo de vassoura como ponto para os atores num filme que é uma enrolação só. e que por isso mesmo apela para memórias genéticas de outra espécie findando incompleto e non-sense, o deus ex-machina de todos os momentos sem idéia, tão em voga.
se leo fosse vivo hoje, abrigaria sob lustro de seu nome na porta tal raro espécime?
mais para elefante do que para lagarto a sua memória não merecia isto.
pois é, desta vez? a memória da maça está literalmente bichada.
in tempo; todo mundo fala de internet, de ações virais, de ferramentas digitais, do caralho wired a quatro. mas a quantidade de sites de agências desatualizados é impressionante. cacete! nem o basicão? no caso da leo: se o filme é da agência, se a agência acredita no filme, esconde?
eu heim, viva o meu bodoque(isto é só uma analogia, ecologistas).
sexta-feira, setembro 22, 2006
quiz-resposta: “gastem o máximo dinheiro que puderem na idéia, contratem gente melhor”
artigo em finalização .
(resposta vindo de amsterdã. então, por conta do fuso horário, o post pode coincidir com o horário de manutenção do blog e abancar-se no sábado. não vá você cuspir fora por isso e perder a revelação, se é que já não matou a charada de uma das maiores chupadas da temporada - meu zeus! como se faz sexo oral na propaganda - só perde para o anal, porque publicitário adora botar na bunda dos outros, não é mesmo? e nem precisa ser dono de agência ou diretor de criação.
aproveita o delay e dê um pulo nos outros blogs e volte. pense pela positiva, e adicione mais de uma dezena de motivos, multiplicados por outros tantos, pra você juntar-se ao time, cada dia mais numeroso, que se masturba pensando em empalar-me mas quando me veem pela frente nem selinhos.
(resposta vindo de amsterdã. então, por conta do fuso horário, o post pode coincidir com o horário de manutenção do blog e abancar-se no sábado. não vá você cuspir fora por isso e perder a revelação, se é que já não matou a charada de uma das maiores chupadas da temporada - meu zeus! como se faz sexo oral na propaganda - só perde para o anal, porque publicitário adora botar na bunda dos outros, não é mesmo? e nem precisa ser dono de agência ou diretor de criação.
aproveita o delay e dê um pulo nos outros blogs e volte. pense pela positiva, e adicione mais de uma dezena de motivos, multiplicados por outros tantos, pra você juntar-se ao time, cada dia mais numeroso, que se masturba pensando em empalar-me mas quando me veem pela frente nem selinhos.
quinta-feira, setembro 21, 2006
quiz: quem engole catarro não chupa?
mas só para publicitários muito inteligentes. preferencialmente os da criação . tipos famosos ou não, que posam saber de tudo um mais o pouco. daqueles que tem a wired como novo testamento. archive como leitura de w.c. shots como dvd preferido, pau a pau com franz ferdinand.
não que outras áreas não o possam ser, inteligentes ou indigentes. inclusive no hátendimento. mas como a tchurma da criação é a turma do idea, do adventure, a bola de chumaços fica pra ela:
lagartos gostam de chocolate?
iguanas gostam de rolo tanto assim?
quem foi o animal que colocou a iguana gigante pra chupar o elefante ?
iguana, mesmo agigantada, tem peso pra encarar um leão de testa, do tipo juba de grand-prix ?
and last but not least, vão tirar o nome que dá nome a agência das portas? como testamentatizou seu fundador? depois de fazer picolé de manga do marfim? aliás, ele foi bem clarinho quando pediu: " tirem meu nome da porta antes de fazer por desmerecer iguais a esta". na atual conjuntura tirar depois seria saída honrosa? está lá no site até hoje. é só acessar, até porque é um dos melhores leaiutes de sites de agência e com conteúdo. e que conteúdo.
se você for realmente esperto com o dumbo, já matou o godzilla chupa lápis(godzilla picanço para portugal) na primeira tacada, aliás antes da descarga.
bônus de quilo e meio de retícula em pó para os acertadores boiadores da lista do ccpe ou ccnat.
resposta a incerta, amanhã, aqui mesmo no cemgraus, o blog que deixa muita gente de tromba porque em nosso script a geste descasca os camaleôes de salto alto no ato(isto é só uma analogia, ecologistas).
não que outras áreas não o possam ser, inteligentes ou indigentes. inclusive no hátendimento. mas como a tchurma da criação é a turma do idea, do adventure, a bola de chumaços fica pra ela:
lagartos gostam de chocolate?
iguanas gostam de rolo tanto assim?
quem foi o animal que colocou a iguana gigante pra chupar o elefante ?
iguana, mesmo agigantada, tem peso pra encarar um leão de testa, do tipo juba de grand-prix ?
and last but not least, vão tirar o nome que dá nome a agência das portas? como testamentatizou seu fundador? depois de fazer picolé de manga do marfim? aliás, ele foi bem clarinho quando pediu: " tirem meu nome da porta antes de fazer por desmerecer iguais a esta". na atual conjuntura tirar depois seria saída honrosa? está lá no site até hoje. é só acessar, até porque é um dos melhores leaiutes de sites de agência e com conteúdo. e que conteúdo.
se você for realmente esperto com o dumbo, já matou o godzilla chupa lápis(godzilla picanço para portugal) na primeira tacada, aliás antes da descarga.
bônus de quilo e meio de retícula em pó para os acertadores boiadores da lista do ccpe ou ccnat.
resposta a incerta, amanhã, aqui mesmo no cemgraus, o blog que deixa muita gente de tromba porque em nosso script a geste descasca os camaleôes de salto alto no ato(isto é só uma analogia, ecologistas).
quarta-feira, setembro 20, 2006
psolíase
se eu continuar a escrever sobre publicidade,como ando escrevendo, vou acabar conhecido como a heloisa helena da publicidade.
terça-feira, setembro 19, 2006
ética da vingança: ou só a faxineira não chupa pau do patrão
quer saber a opinião verdadeira de um publicitário de pequeno, médio ou alto escalão, inclusive da criação? sobre a realidade atual do nosso negócio ? de viva voz? esqueça! só convocando a equipe de leitura labial do fantástico.
publicitários em geral não opinam em público, apesar de na privada serem capazes de crucificar o mais inocente dos pecadores pelos mais fúteis razões. nos bares, nas viagens, durante as filmagens, em festivais. não descansam nem nos banheiros. cada balançada é uma mijada em alguém. como diria millor: — quer saber no meio da turma quem é o jornalista? é aquele que está falando mal da profissão. publicitários sofisticados que são, sofisticaram ainda mais a coisa. quer saber quem é o publicitário da turma ? é aquele que está trabalhando a sua imagem, o tal marketing pessoal, realçando suas qualidades, principalmente pelo método infalível de fuder os outros, de leve ou para deixar qualquer um corcunda. nos lançamentos de livros, são capazes de pegar autógrafos sorridentes do livro escrito pelo colega que já defenestraram como bufão ou bundão por seu trabalho na agência. por isso, cuidado, são uns caras sociáveis até dizer basta. seguem a regra de não fechar portas, custe o que isso custar. pelo emprego tudo é pouco.
publicitários são pagos para fazer anúncios e não tergiversar. estes é que são os bons. diz a regra geral que não vale a pena desobedecer. ninguém contrata quem diz a verdade na lata. muito menos quem chuta o balde de merda que muitas vezes nos querem enfiar goela abaixo. é implícito que se você entra nesta atividade deve seguir as regras. e a regra não permite exceção. resolva problemas, não os cause, opinando, mesmo que esteja você ou quem quer que seja coberto de razão.
não demorou muito para chegar-mos ao paroxismo verificado nos tempos atuais, pelas distorções de oferta e demanda verificadas. pessoas e opiniões, ou pessoas com opiniões, são mais do que nunca descartáveis porque tem uma porrada de gente sem opinião pronta a lhe tomar o lugar.
acontece que este tipo de raciocínio e comportamento, seguido à risca dentro e fora das agências, que em sua maioria, são como matadores clandestinos, está fudendo o negócio, porque ninguém acredita em ninguém, ninguém confia em ninguém, ninguém é mais verdadeiramente amigo de alguém. ninguém toma partido de ninguém, por mais escandaloso que seja o procedimento. opininamos o que convém, quando convém e olhe lá. a idéia é manter a ética, a ética do silêncio para evitar a ética do despedimento, governada pela ética da vingança que decreta a ética da queimação ou da geladeira. e aí, ninguém balança pança por maior que seja a dança. o resultado é que sem ouvir verdades vamos construindo uma negócio de mentiras, sem ética de verdade. e isso nos fragiliza. não só ao ponto que chegamos como ao que vamos chegar. ora, se não praticamos a opinião contraposta dentro da agência sem maiores temores de desagradar, como método de garimpo e decantação, que tipo de opinião levamos ao cliente? a resposta está na remuneração que recebemos. uma remuneração de verdade, de mentira. que reflete-se na mentira com que também nos pagam.
chego a conclusão de que estamos viciados em fazer sexo oral. afinal estamos com a boca sempre cheia, mentindo que gozamos adoidado, doidos pra morder e partir. é claro que nem todas agências são assim, nem todos os publicitários. mas alguém tem dedos na mão para contar?.
mais do que uma "grande sacada", um título devastador(da concorrência), um leiaute de fazer um império ou da promoção catavento de rodízio ou ação viral sem anti-corpos, o silêncio é gold. é leão de ouro em nosso negócio, que a cada dia que passa exige não mais que se mate um leão por dia, mais vários, nem que seja motivado por vingança ética o que origina uma matança ética? segundo a ética da vingança.
enquanto isso as faxineiras agradecem. aliás, mesmo que quissessem não poderiam por nada na bôca, porque a concorrencia é desleal. assim, pois livres do papel que uns dias lhe coube na mesma base de imposição de cima pra baixo como é feito agora, descobrem que afinal, é possível ganhar gorjetas, de boca e mãos limpas, concluo, só fazendo limpezas.
alguma opinião em contrário ?
publicitários em geral não opinam em público, apesar de na privada serem capazes de crucificar o mais inocente dos pecadores pelos mais fúteis razões. nos bares, nas viagens, durante as filmagens, em festivais. não descansam nem nos banheiros. cada balançada é uma mijada em alguém. como diria millor: — quer saber no meio da turma quem é o jornalista? é aquele que está falando mal da profissão. publicitários sofisticados que são, sofisticaram ainda mais a coisa. quer saber quem é o publicitário da turma ? é aquele que está trabalhando a sua imagem, o tal marketing pessoal, realçando suas qualidades, principalmente pelo método infalível de fuder os outros, de leve ou para deixar qualquer um corcunda. nos lançamentos de livros, são capazes de pegar autógrafos sorridentes do livro escrito pelo colega que já defenestraram como bufão ou bundão por seu trabalho na agência. por isso, cuidado, são uns caras sociáveis até dizer basta. seguem a regra de não fechar portas, custe o que isso custar. pelo emprego tudo é pouco.
publicitários são pagos para fazer anúncios e não tergiversar. estes é que são os bons. diz a regra geral que não vale a pena desobedecer. ninguém contrata quem diz a verdade na lata. muito menos quem chuta o balde de merda que muitas vezes nos querem enfiar goela abaixo. é implícito que se você entra nesta atividade deve seguir as regras. e a regra não permite exceção. resolva problemas, não os cause, opinando, mesmo que esteja você ou quem quer que seja coberto de razão.
não demorou muito para chegar-mos ao paroxismo verificado nos tempos atuais, pelas distorções de oferta e demanda verificadas. pessoas e opiniões, ou pessoas com opiniões, são mais do que nunca descartáveis porque tem uma porrada de gente sem opinião pronta a lhe tomar o lugar.
acontece que este tipo de raciocínio e comportamento, seguido à risca dentro e fora das agências, que em sua maioria, são como matadores clandestinos, está fudendo o negócio, porque ninguém acredita em ninguém, ninguém confia em ninguém, ninguém é mais verdadeiramente amigo de alguém. ninguém toma partido de ninguém, por mais escandaloso que seja o procedimento. opininamos o que convém, quando convém e olhe lá. a idéia é manter a ética, a ética do silêncio para evitar a ética do despedimento, governada pela ética da vingança que decreta a ética da queimação ou da geladeira. e aí, ninguém balança pança por maior que seja a dança. o resultado é que sem ouvir verdades vamos construindo uma negócio de mentiras, sem ética de verdade. e isso nos fragiliza. não só ao ponto que chegamos como ao que vamos chegar. ora, se não praticamos a opinião contraposta dentro da agência sem maiores temores de desagradar, como método de garimpo e decantação, que tipo de opinião levamos ao cliente? a resposta está na remuneração que recebemos. uma remuneração de verdade, de mentira. que reflete-se na mentira com que também nos pagam.
chego a conclusão de que estamos viciados em fazer sexo oral. afinal estamos com a boca sempre cheia, mentindo que gozamos adoidado, doidos pra morder e partir. é claro que nem todas agências são assim, nem todos os publicitários. mas alguém tem dedos na mão para contar?.
mais do que uma "grande sacada", um título devastador(da concorrência), um leiaute de fazer um império ou da promoção catavento de rodízio ou ação viral sem anti-corpos, o silêncio é gold. é leão de ouro em nosso negócio, que a cada dia que passa exige não mais que se mate um leão por dia, mais vários, nem que seja motivado por vingança ética o que origina uma matança ética? segundo a ética da vingança.
enquanto isso as faxineiras agradecem. aliás, mesmo que quissessem não poderiam por nada na bôca, porque a concorrencia é desleal. assim, pois livres do papel que uns dias lhe coube na mesma base de imposição de cima pra baixo como é feito agora, descobrem que afinal, é possível ganhar gorjetas, de boca e mãos limpas, concluo, só fazendo limpezas.
alguma opinião em contrário ?
domingo, setembro 17, 2006
cemgrauscelsius: o blog que, se fere, não mata. mas intoxica
márcio erlich, da www.janela.com.br
leu. mas não reconheceu como blog publicitário. — “ tem muita coisa boa mas, é mais um blog pessoal”. você me mandou para eu colocar na minha lista “ ?
júlio do www.bluebus.com.br
também leu. gostou, mas depois, parece, disgostou. este blog é indigesto até para hungria?
como deve ser um blog publicitário ? daqueles que postam anúncios, campanhas, das premiadas as chupadas? ou que dão notícias de "primeira mão"? tá cheio disso por aí. mas nenhum que opine a sério sobre a deontologia da atividade, digamos assim. é o meu nicho(suicida, sublinhe-se). porque para tirar sarro, fazer paródia, chacota, tem aos montes também, principalmente em portugal. mas nada que lembre o bob garfield da advertising age. é que a imprensa especializada de lá consegue ser mais independente do que a daqui, totalmente dependente(mas isso vai ser assunto de post em breve).
apesar de achar que o blog não deixa se ser publicitário quando aborda quaisquer assunto sob a ótica de um publicitário, no que tenha isso de melhor ou pior, resolvi desmembrá-lo. o que não sei mais complica ou descomplica a minha vida e a dos leitores, que precisam gostar mesmo muito do que escrevo para darem-me mais tempo de suas vidas para acessar os links. mas quem foi que disse que eu vim a blogosfera paa descomplicar ?
nasceu então o misterwalk.blogspot.com
o blog da minha weltaaunschaung — e pensar que aprender que raios de palavra é esta foi a única coisa que se salvou? de um curso de mestrado incompleto(significa visão de mundo).
como nesta visão de mundo existencial e filosófica começaram a escapar uns peidinhos de literato, desmembrei o misterwalk no aproveitaenquantodura.blogspot.com
onde sobra espaço para os exercícios eróticos da palavras, onde ando bem acompanhado(eles não devem achar o mesmo). e guardanaposdeescriturario.blogspot.com
onde a coisa é levada mais a sério enquanto exercício.
antes, surgiria o hayquetenercojones.blogspot.com
que torna-se a cada dia um compêndio do que publiquei enquanto jornalista bissexto e que estava um tanto ou quanto deslocado no cemgraus, apesar do espectro da cobertura de comunicação e jornalismo.
e para completar a feijoada, o elixirparegorico.blogspot.com
com voltado para as imensas sacanagens que são feitas com o consumidor, este otário que todo mundo come no lero dizendo que ele é rei.
não satisfeito, desmembrei mais uma faceta do cemgraus. os novos escritos exclusivos na blogosfera, inclusive os gentilmente publicados em sites especializados de publicidade, como o www.acontecendoaqui.com.br eles deram origem ao dulcora.blogspot.com
que vai muito bem obrigado. e como pra se escrever tem que se ler, o senteapua.blogspot.com
publica idiossincracias e ou iconoclastias da weltaaunschaung(olha a palavrinha aí de novo) de escritores, poetas, diversos, malditos ou não, talvez até para me fazer companhia, já que sou visto como sentenciado a auto-destruição.
bompracachorro.blogspot.com
e ofoodsequiser.blogspot.com
tratam de animais, humanos também inclusive, e “bebestronomia”, com uma visão( não vou escrever aquela palavrinha de novo) que espero diferenciada, o que não estava acontecendo, e que por isso mesmo está me fazendo reescrever os dois.
sobrou para o voudejeg.blogspot.com
uma abordagem a outro tipo de animal que tem a minha simpatia(o jipe jeg dacunha, em extinção tal como nosso jegue). e no pilulasdevidadodoutorross.blogspot.com
um blogfólio da minha desdita de ter perdido o meu portfólio oficial, o que me faz relembrar uma velha lição displicentemente esquecida: a propaganda não tem memória: agências, clientes, fornecedores, não guardam as peças. portanto, faça cópias de segurança, várias.
fazer um décimo-terceiro blog não está nos meus planos. criar um site onde tudo estataria disponível no mesmo endereço, talvez. mas como não sou uma marca que assim o justifique, vou aperfeiçoando o estilo e a pegada, antes que me peguem ou eu me perca de vez. no mais, depois a gente vê
enquanto isso não acontece, cemgraus pra alguns, é run creosotado. para outros, apenas bílis aquecida. e aí é a tal coisa. blog que não mata, se fere, mas intoxica. depende de como se aplica.
enfim, blogs que são mais lidos que a “ voz de araruna”, para desespero dos "barões". enquanto isso vou escapando aos trancos e barrancos, do tronco?
leu. mas não reconheceu como blog publicitário. — “ tem muita coisa boa mas, é mais um blog pessoal”. você me mandou para eu colocar na minha lista “ ?
júlio do www.bluebus.com.br
também leu. gostou, mas depois, parece, disgostou. este blog é indigesto até para hungria?
como deve ser um blog publicitário ? daqueles que postam anúncios, campanhas, das premiadas as chupadas? ou que dão notícias de "primeira mão"? tá cheio disso por aí. mas nenhum que opine a sério sobre a deontologia da atividade, digamos assim. é o meu nicho(suicida, sublinhe-se). porque para tirar sarro, fazer paródia, chacota, tem aos montes também, principalmente em portugal. mas nada que lembre o bob garfield da advertising age. é que a imprensa especializada de lá consegue ser mais independente do que a daqui, totalmente dependente(mas isso vai ser assunto de post em breve).
apesar de achar que o blog não deixa se ser publicitário quando aborda quaisquer assunto sob a ótica de um publicitário, no que tenha isso de melhor ou pior, resolvi desmembrá-lo. o que não sei mais complica ou descomplica a minha vida e a dos leitores, que precisam gostar mesmo muito do que escrevo para darem-me mais tempo de suas vidas para acessar os links. mas quem foi que disse que eu vim a blogosfera paa descomplicar ?
nasceu então o misterwalk.blogspot.com
o blog da minha weltaaunschaung — e pensar que aprender que raios de palavra é esta foi a única coisa que se salvou? de um curso de mestrado incompleto(significa visão de mundo).
como nesta visão de mundo existencial e filosófica começaram a escapar uns peidinhos de literato, desmembrei o misterwalk no aproveitaenquantodura.blogspot.com
onde sobra espaço para os exercícios eróticos da palavras, onde ando bem acompanhado(eles não devem achar o mesmo). e guardanaposdeescriturario.blogspot.com
onde a coisa é levada mais a sério enquanto exercício.
antes, surgiria o hayquetenercojones.blogspot.com
que torna-se a cada dia um compêndio do que publiquei enquanto jornalista bissexto e que estava um tanto ou quanto deslocado no cemgraus, apesar do espectro da cobertura de comunicação e jornalismo.
e para completar a feijoada, o elixirparegorico.blogspot.com
com voltado para as imensas sacanagens que são feitas com o consumidor, este otário que todo mundo come no lero dizendo que ele é rei.
não satisfeito, desmembrei mais uma faceta do cemgraus. os novos escritos exclusivos na blogosfera, inclusive os gentilmente publicados em sites especializados de publicidade, como o www.acontecendoaqui.com.br eles deram origem ao dulcora.blogspot.com
que vai muito bem obrigado. e como pra se escrever tem que se ler, o senteapua.blogspot.com
publica idiossincracias e ou iconoclastias da weltaaunschaung(olha a palavrinha aí de novo) de escritores, poetas, diversos, malditos ou não, talvez até para me fazer companhia, já que sou visto como sentenciado a auto-destruição.
bompracachorro.blogspot.com
e ofoodsequiser.blogspot.com
tratam de animais, humanos também inclusive, e “bebestronomia”, com uma visão( não vou escrever aquela palavrinha de novo) que espero diferenciada, o que não estava acontecendo, e que por isso mesmo está me fazendo reescrever os dois.
sobrou para o voudejeg.blogspot.com
uma abordagem a outro tipo de animal que tem a minha simpatia(o jipe jeg dacunha, em extinção tal como nosso jegue). e no pilulasdevidadodoutorross.blogspot.com
um blogfólio da minha desdita de ter perdido o meu portfólio oficial, o que me faz relembrar uma velha lição displicentemente esquecida: a propaganda não tem memória: agências, clientes, fornecedores, não guardam as peças. portanto, faça cópias de segurança, várias.
fazer um décimo-terceiro blog não está nos meus planos. criar um site onde tudo estataria disponível no mesmo endereço, talvez. mas como não sou uma marca que assim o justifique, vou aperfeiçoando o estilo e a pegada, antes que me peguem ou eu me perca de vez. no mais, depois a gente vê
enquanto isso não acontece, cemgraus pra alguns, é run creosotado. para outros, apenas bílis aquecida. e aí é a tal coisa. blog que não mata, se fere, mas intoxica. depende de como se aplica.
enfim, blogs que são mais lidos que a “ voz de araruna”, para desespero dos "barões". enquanto isso vou escapando aos trancos e barrancos, do tronco?
sábado, setembro 16, 2006
brasileirinha
decretada a nova temporada de caça aos correntistas salariais, a caixa saiu-se com uma campanha onde a estrela é a nossa ginasta tico-tico no fubá. entre saracoteios e piruetas ela fala das vantagens da comodidade e das delícias(só se for pra caixa) de receber o salário pela instituição que nunca funciona redondo e que no ranking do mau atendimento e desrespeito ao cliente tem mais medalhas do que supõe ganhar em toda sua vida a bah! tri-legal daiane.
a tal linha criativa ao tomar tal atalho via endorsment e depoimento da pululante atleta, deve ter partido do pressuposto inverso ou seja: correntistas da caixa, a começar da maratona de filas desumanas, fazem tanta ginástica para conseguir o que quer que seja, que a lista de entorces, contusões, estiramentos, rompimentos, é para atleta de ponta nenhum considerar o abandono da prova como vergonhoso e sim, como empenho mais saudável.
daiane deveria ficar de joelhos no milho por acobertar esta coreografia de depoimento aquarela. porque cliente pra ser atendido na caixa economica federal só mesmo dando duplo carpados para chegar a boca do caixa.
a tal linha criativa ao tomar tal atalho via endorsment e depoimento da pululante atleta, deve ter partido do pressuposto inverso ou seja: correntistas da caixa, a começar da maratona de filas desumanas, fazem tanta ginástica para conseguir o que quer que seja, que a lista de entorces, contusões, estiramentos, rompimentos, é para atleta de ponta nenhum considerar o abandono da prova como vergonhoso e sim, como empenho mais saudável.
daiane deveria ficar de joelhos no milho por acobertar esta coreografia de depoimento aquarela. porque cliente pra ser atendido na caixa economica federal só mesmo dando duplo carpados para chegar a boca do caixa.
sexta-feira, setembro 15, 2006
bafos dos desabafos
talvez a coisa mais difícil de se encontrar hoje em dia é um publicitário feliz. é coisa pau a pau com político honesto.
lamúrias por todo o lado. reclamações idem. revoltas que vão e voltam. dores de cabeça às tuias. dores de estômago pedem passagem. cabem também as hemorróidas acesas e os infartos em contagem decrescente. as variáveis determinam-se a partir do tamanho dos mercados e das verbas e marcas envolvidas.
sempre foi assim, dirão alguns. mas não. vem piorando o índice de insatisfação por cérebro(e bolso)lesado.
esta semana, na lista do clube de criação de natal, o côro engrossou, a exemplo do “coro fino” intentado na lista do ccpe, em convocação a uma malfadada(?) reunião no sindicato. nestas horas, alvíssaras, percebe-se que tem gente a menos daqueles a mais que só acessam a lista para mendigar logomarcas, ventilar eventos e piadinhas sem graça e, um ou outro, mais um que outro, que envia artigos de fundo, ação de combatividade que ao final, apesar dos desabafos acabam em bafos dos que continuam na atividade sem saber direito como fazer pra que ela não seja assim como ela é, e pior há de se tornar, se estes mesmos desabafos não passarem da lista onde o “coro engrossa mais não come”.
abaixo alguns trechos para serem cotejados com as suas próprias pegadas:
depoimento 1
Para alguém como eu - que há quinze anos labuta nesse mercado - ler o que você, da geração mais nova, escreveu, é gratificante, preocupante,
alarmante, arrepiante e inquietante. Não sei, sinceramente, como isto que estou escrevendo vai acabar, pois não tenho uma reflexão formada a respeito do assunto e o que penso vai sendo passado para o papel
virtual em tempo real.
Em 91, quando entrei nessa profissão, a realidade do mercado publicitário era bem diversa. Não só aqui em Natal, mas no Brasil. Não haviam publicitários formados, mas jornalistas, poetas, artistas plásticos, desenhistas e curiosos criativos que aprendiam a profissão gastando o dinheiro dos clientes. Era uma época meio, digamos, romântica.
As formas de produção de uma peça publicitária eram outras, os padrões de qualidade eram outros, os conceitos eram diferentes, os valores sociais que direcionavam a linguagem publicitária eram inversos.
Era um tempo onde a palavra "porra" em outdoor causava frisson em toda a cidade e até no meio publicitário, e a ousadia era palavra de ordem nas salas de criação.
Era um tempo onde as pessoas que não trabalhavam em agências comentavam, positiva ou negativamente, o que viam na tv ou nas ruas. Na minha ingenuidade de profissional novato não consegui distinguir se isso acontecia por a propaganda ser melhor ou pior do que hoje, mas a repercussão das campanhas me parecia bem maior do que o que se vê agora e os clientes pareciam apostar mais no que chamamos de "ousadia". Não sei se isso acontecia pelo fato de a cidade ser menor, e pelos valores "morais" serem mais, digamos, ingênuos e a facilidade de causar choque na comunicação ser maior. Enfim...
Hoje vejo como verdadeiro tudo isso que você afirmou e me entristeço, pois não vejo mais na maioria dos profissionais a alegria de produzir uma boa peça publicitária, até porque elas são raras; de ver sua repercussão na rua, de apontar de dentro do automóvel para um outdoor e dizer: fomos nós que fizemos.
Mas, porque será que isso não acontece hoje, que temos novas tecnologias, que um anúncio não precisa mais de um dia e uma noite pra ser finalizado, que a possibilidade de se profissionalizar através de faculdades, cursos, livros, internet e inúmeras outras fontes de
informação são tão acessíveis?
De quinze anos para cá, Natal dobrou de tamanho. Os gringos chegaram, empresas novas se estabeleceram, novas oportunidades de negócios - e de produção publicitária - nasceram. E a propaganda, aparentemente,
piorou ou, pelo menos, me parece menos repercussiva. Não pode-se negar que há poucos anos teve-se um boom no nosso mercado, quando profissionais extremamente talentosos se destacaram. Mas, em contrapartida a esses talentos, como enquadrar o que vem sendo
colocado na rua? Será que é porque a ousadia hoje já não choca mais ninguém, num tempo em que o sexo é explícito na novela das oito? Será que é porque a elite natalense é agrária, oriunda do interior, e levanta suas barreiras morais frente à desesperados profissionais de atendimento?
Por esse desencontro entre o que é criado e o que é aprovado vejo, como você citou, inúmeros profissionais altamente qualificados do nosso mercado migrarem desencantados pra outras cidades. Uns, em busca de oportunidades de produzir melhores peças, outros por melhores salários, mas todos em busca de melhoras que não acreditam
ser possíveis aqui. Mas ouço também, da boca de alguns deles, a afirmativa de que apenas trocaram de problemas,de que o céu lá fora não é mais azul do que o nosso.
Com a crença de que publicidade não é arte - há quem
discorde e eu respeito - tento encontrar o viés de ligação entre
o que fazemos no nosso dia-a-dia, a nossa profissão, e a intenção
primeira que ela engendra na sociedade: vender idéias, valores, conceitos, produtos, numa sociedade capitalista, onde os donos do dinheiro determinam o que é bom ou ruim, quais valores são moda ou não, o que deve ou pode ser dito, o que é ou não referência.
Não conseguindo esquecer que nossa profissão serve a essa realidade, ao funcionamento dessa engrenagem, desesperado eu pergunto: estaremos vivendo uma época de quebra de paradigmas, onde os valores
comunicacionais da publicidade tendem a mudar, onde novos modelos e referências ainda estão se moldando e solidificando e nós, ditos criativos,
ainda estamos patinando?”
depoimento 2
Quantos caras vocês conhecem que "caíram fora" nos últimos meses? Gente que saiu de Natal "em busca de melhores oportunidades ou querendo aprender coisas novas". Será que eles foram realmente atrás de novos horizontes ou fugiram desse quadro DEPRIMENTE em que vivemos. E não posso definir esse quadro com uma palavra melhor, companheiros. É deprimente sim! Nunca foi tão doloroso pra qualquer um aqui (sim, estou generalizando! e tô nem aí não!) responder à pergunta "e aí? como é que tá lá?" TÁ FODA! Agora a pergunta padrão do mercado tem uma resposta padrão.
Estou exagerando? Então vamos lá: Marcão, James, Gustavo, Juliano, Dany Boy, Flavinho, Arnaldo... Todos se evadiram das agências ou de Natal e nenhum deles se arrependeu. Alguns preferem mudar de agência, aceitar uma proposta melhor ("merda por merda, vou pra onde pagarem mais"), mas, pasmem! Encontram na nova empresa uma realidade igual ou pior do que a anterior. Clientes tão o mais caraetas e autoritários, horários tão ou mais "elásticos" e necas do doping motivacional de poder criar coisas legais e botar na rua.
É uma merda e até já virou piada interna na maioria das agências, mas uma das frases mais ouvidas nos departamentos de criação é: "liga não cara, pelo menos vai ficar legal no portfólio". As agências deviam se tocar que elas também têm portfólio. Eu sei que muitas contas se conquistam na base do lobby e da influência, mas nem todas são assim. Nem todas.
depoimento 3
Desisti, bicho.
Depois recuperei o tesão.
E aí perdi de novo.
Depois eu cansei, me estressei, briguei, peitei.
Descobri que a cobrança a que sou submetido cresceu em progressão geométrica enquanto a qualidade do trabalho virou uma fração de muitos avos.
Vi que os caminhos para desenvolver um trabalho de qualidade se tornam cada vez mais tortuosos e comecei a me empolgar com um projeto paralelo que pouco tem a ver com propaganda.
Por isso, se você me dá licença, vou sair pra conquistar 24 territórios à minha escolha, descobrir o que é possível fazer com literatura e, como fizeram nossos colegas citados no e-mail anterior, "aprender novas coisas".
Abro mão do que o André Laurentino definiu como "a forma mais organizada de se ganhar dinheiro escrevendo": a redação publicitária.
É claro que pode ser temporário, que nada é definitvo, que daqui a algum tempo eu possa estar morrendo de saudade de criar um texto pra panfleto de supermercado ou spot de faculdade. Ou ainda, precisando de grana. Mas por hora, saio. Não estou satisfeito com os caminhos que as coisas trilharam de um ano pra cá e para coroar a insatisfação, caio fora e jogo você aos tubarões. Tentei argumentar como o personagem de Jack Nincholson em "O Iluminado": "muito trabalho sem diversão faz de Jack um bobão", mas vi que a tarefa de mudar era dura demais e que eu tinha coisas mais interessantes para cuidar no momento.
Mas tenha força, amigo. Estarei torcendo por você. E por qualquer um que tente furar esse cerco.
Ah, e concordo que a culpa é nossa, mas não é SÓ nossa.
Bertone, eu discordo de uma frase do seu texto: "quando tínhamos bons profissionais..." Bons profissionais há. Um monte deles. Principalmente diretores de arte. Os caras daqui são muito foda! Ou seja: dá pra fazer coisas muto ducaralho!
depoimento 4
Fazia tempo q uma boa discussão não aparecia nesse grupo de troca de marcas. Admiro a sua coragem e clareza pra definir tão bem a situação criativa do nosso mercado. Mas eu te pergunto cara, e aí? Vamos ficar no discurso, fazendo um perfil do mercado ou vamos agir? Ou simplesmente cair fora do mercado e dar uma banana pra todo mundo? De tempos em tempos rola um desabafo aqui, mas todo mundo tem preguiça de fazer alguma coisa pra melhorar. A "galerinha maneira" do mercado acha o máximo se encontrar nos shows e bares da cidade e trocar uns comentários maldosos das figuras do mercado ou mesmo das agências. Mas e aí? Onde está o interesse em melhorar? Em crescer? "Ah mas eu faço a minha parte, sou um puta profissional, e ainda bato uma pelada com a galera!" Foda-se. Cadê o peito pra encarar o dono da agência e falar o que está sentindo de verdade, que acha uma merda trabalhar assim. Depois levantar a bunda sair na porta da agência e gritar um puta que pariu.
Nossa publicidade é nivelada por baixo, por nossa culpa. Por preguiça e acomodação.
E vc? Desistiu?
depoimento 5
Rapaz, uma vez os caras aqui da agência tiveram uma idéia muito boa para um cliente. Era uma promoção que daria um carro de presente e o VT começava com os dizeres: "Maria Gasolina. Depois continuava: João Gasolina, Gisele Gasolina, Marcos Gasolina e por aí ia...". O cliente até gostou, mas reprovou dizendo que seria processado por todas as Marias, Joões, Giseles, Marcos e outros nomes citados no comercial. Foda!
Medos como esse aliados a letargia do mercado, a incompetência dos atendimentos e à nossa acomodação fazem a PROPAGANDA DE MERDA que tem sido feita em Natal ultimamente. Isso sem falar nos clientes. Estou plenamente convencido de que para ser gerente de marketing em Natal é pré-requisito que você seja um completo idiota! E hoje desconfio severamente de qualquer um que chegue perto de mim dizendo que tem MBA (Master Bullshit Administration). Se sentar do meu lado, pulo uma cadeira. Se vier do meu lado da rua, mudo de calçada. Se falar comigo, finjo surdez ou simulo um ataque de asma seguido de um infarte. São todos uns babacas cheios de tecnicismos e expressões no gerúndio.
Tirando os caras da Base, quem dessa lista fez alguma coisa realmente boa ultimamente? Ou melhor, até fazemos de vez em quando. Mas quantas temos conseguido mandar pra rua?
Quem daqui não tem corado quando um amigo não publicitário (Espero que vocês os tenham. É muito saudável para a vida social.) chega e pergunta: "diga uma propaganda sua que tá no ar?" ?
E assim seguimos nossa medíocre existência, sendo sendo cada vez menos merecedores da alcunha de "criativos". Pois na terra do Sol, quase nada se cria.
Talvez isso explique o fato de um grupo de discussão de "criativos" servir muito mais pra trocar logomarcas como figurinhas auto-colante de albúns infantis do que para se discutir a melhoria da publicidade local.
Admitam: vocês desistiram! Se resignaram! Estão dançando conforme a música dos donos não-criativos e Cannes pra vocês é a satisfação dos clientes. E satisfação para esses clientes de bosta que a gente tem aqui é fazer tudo do jeito que eles querem, da forma como eles concebem ser "propaganda". Se a gente não tentar educar esses medíocres eles passam por cima da gente. Aliás, já passaram. Hoje jogamos o jogo deles e a nossa publicidade está nivelada por baixo.
AINDA BEM QUE NÃO TEM MAIS PRÊMIO BÁRBARO! Pois nessa disputa, meus colegas, perdemos TODOS de W.O. !
depoimento 6
Caras, eu concordo plenamente com fialho, vi essa realidade de perto com a proposta que trouxe pra o mercado daqui e não consegui segurar devido a criativos que olhavam na minha cara e diziam "a gente não costuma usar ilustração" ou "não temos clientes com esse perfil" isso é ser criativo?? pow além disso quando tinhamos bons profissionais os clientes cortavam nosso barato, hoje a tool "acabou" por isto, falta de maturidade deste mercado, os dois caras que trabalhavam comigo( Victor e Beto, que não são publicitários) não querem mais trabalhar pra publicidade.
Pois é, vi meu otimismo ir pelo ralo, e de resto acho que vocês já sabem...
depoimento 7
Há tempos atrás, início decada de 90, surgiu um movimento na publicidade que levou ao primeiro dissídio coletivo da categoria, nesse dia os trabalhadores conseguiram uma boa negociação, pois foram em peso para a discussão. Entre as vitórias, conseguiram homologar um piso para a categoria ( desde a mulher
do cafezinho até diretor de arte/redator senior), além de estabelecer o dia 4 de dezembro como feriado para comemoração do dia do publicitário.
Mas, com a fragmentação do grupo, pessoas da diretoria do SAP mau intencionadas, terminaram por retirar o dia feriado e afundar a negociação, chegando a rasurarem acordo feito perante a justiça, faltando só a assinatura dos presidentes das duas entidades (uma legítima e outra, o SAP não registrada) na calada da noite, modificaram o texto e enviaram pra assinatura do sindicato. Pra voces verem até onde nós chegamos. por isso, é importantíssimo que a categoria marque encontro nesse dia pra reinvidicar
mais respeito.
depoimento 8
vai ser negociado o valor do dicídio entre o presidente do SAP e a doidinha lá do Sindicato dos Radialistas.
Os donos de agência já se reuniram em almoço e fecharam uma proposta pra fazer.
E falou que não aceita proposta inferior a 5%.
É isso, senhores.
lamúrias por todo o lado. reclamações idem. revoltas que vão e voltam. dores de cabeça às tuias. dores de estômago pedem passagem. cabem também as hemorróidas acesas e os infartos em contagem decrescente. as variáveis determinam-se a partir do tamanho dos mercados e das verbas e marcas envolvidas.
sempre foi assim, dirão alguns. mas não. vem piorando o índice de insatisfação por cérebro(e bolso)lesado.
esta semana, na lista do clube de criação de natal, o côro engrossou, a exemplo do “coro fino” intentado na lista do ccpe, em convocação a uma malfadada(?) reunião no sindicato. nestas horas, alvíssaras, percebe-se que tem gente a menos daqueles a mais que só acessam a lista para mendigar logomarcas, ventilar eventos e piadinhas sem graça e, um ou outro, mais um que outro, que envia artigos de fundo, ação de combatividade que ao final, apesar dos desabafos acabam em bafos dos que continuam na atividade sem saber direito como fazer pra que ela não seja assim como ela é, e pior há de se tornar, se estes mesmos desabafos não passarem da lista onde o “coro engrossa mais não come”.
abaixo alguns trechos para serem cotejados com as suas próprias pegadas:
depoimento 1
Para alguém como eu - que há quinze anos labuta nesse mercado - ler o que você, da geração mais nova, escreveu, é gratificante, preocupante,
alarmante, arrepiante e inquietante. Não sei, sinceramente, como isto que estou escrevendo vai acabar, pois não tenho uma reflexão formada a respeito do assunto e o que penso vai sendo passado para o papel
virtual em tempo real.
Em 91, quando entrei nessa profissão, a realidade do mercado publicitário era bem diversa. Não só aqui em Natal, mas no Brasil. Não haviam publicitários formados, mas jornalistas, poetas, artistas plásticos, desenhistas e curiosos criativos que aprendiam a profissão gastando o dinheiro dos clientes. Era uma época meio, digamos, romântica.
As formas de produção de uma peça publicitária eram outras, os padrões de qualidade eram outros, os conceitos eram diferentes, os valores sociais que direcionavam a linguagem publicitária eram inversos.
Era um tempo onde a palavra "porra" em outdoor causava frisson em toda a cidade e até no meio publicitário, e a ousadia era palavra de ordem nas salas de criação.
Era um tempo onde as pessoas que não trabalhavam em agências comentavam, positiva ou negativamente, o que viam na tv ou nas ruas. Na minha ingenuidade de profissional novato não consegui distinguir se isso acontecia por a propaganda ser melhor ou pior do que hoje, mas a repercussão das campanhas me parecia bem maior do que o que se vê agora e os clientes pareciam apostar mais no que chamamos de "ousadia". Não sei se isso acontecia pelo fato de a cidade ser menor, e pelos valores "morais" serem mais, digamos, ingênuos e a facilidade de causar choque na comunicação ser maior. Enfim...
Hoje vejo como verdadeiro tudo isso que você afirmou e me entristeço, pois não vejo mais na maioria dos profissionais a alegria de produzir uma boa peça publicitária, até porque elas são raras; de ver sua repercussão na rua, de apontar de dentro do automóvel para um outdoor e dizer: fomos nós que fizemos.
Mas, porque será que isso não acontece hoje, que temos novas tecnologias, que um anúncio não precisa mais de um dia e uma noite pra ser finalizado, que a possibilidade de se profissionalizar através de faculdades, cursos, livros, internet e inúmeras outras fontes de
informação são tão acessíveis?
De quinze anos para cá, Natal dobrou de tamanho. Os gringos chegaram, empresas novas se estabeleceram, novas oportunidades de negócios - e de produção publicitária - nasceram. E a propaganda, aparentemente,
piorou ou, pelo menos, me parece menos repercussiva. Não pode-se negar que há poucos anos teve-se um boom no nosso mercado, quando profissionais extremamente talentosos se destacaram. Mas, em contrapartida a esses talentos, como enquadrar o que vem sendo
colocado na rua? Será que é porque a ousadia hoje já não choca mais ninguém, num tempo em que o sexo é explícito na novela das oito? Será que é porque a elite natalense é agrária, oriunda do interior, e levanta suas barreiras morais frente à desesperados profissionais de atendimento?
Por esse desencontro entre o que é criado e o que é aprovado vejo, como você citou, inúmeros profissionais altamente qualificados do nosso mercado migrarem desencantados pra outras cidades. Uns, em busca de oportunidades de produzir melhores peças, outros por melhores salários, mas todos em busca de melhoras que não acreditam
ser possíveis aqui. Mas ouço também, da boca de alguns deles, a afirmativa de que apenas trocaram de problemas,de que o céu lá fora não é mais azul do que o nosso.
Com a crença de que publicidade não é arte - há quem
discorde e eu respeito - tento encontrar o viés de ligação entre
o que fazemos no nosso dia-a-dia, a nossa profissão, e a intenção
primeira que ela engendra na sociedade: vender idéias, valores, conceitos, produtos, numa sociedade capitalista, onde os donos do dinheiro determinam o que é bom ou ruim, quais valores são moda ou não, o que deve ou pode ser dito, o que é ou não referência.
Não conseguindo esquecer que nossa profissão serve a essa realidade, ao funcionamento dessa engrenagem, desesperado eu pergunto: estaremos vivendo uma época de quebra de paradigmas, onde os valores
comunicacionais da publicidade tendem a mudar, onde novos modelos e referências ainda estão se moldando e solidificando e nós, ditos criativos,
ainda estamos patinando?”
depoimento 2
Quantos caras vocês conhecem que "caíram fora" nos últimos meses? Gente que saiu de Natal "em busca de melhores oportunidades ou querendo aprender coisas novas". Será que eles foram realmente atrás de novos horizontes ou fugiram desse quadro DEPRIMENTE em que vivemos. E não posso definir esse quadro com uma palavra melhor, companheiros. É deprimente sim! Nunca foi tão doloroso pra qualquer um aqui (sim, estou generalizando! e tô nem aí não!) responder à pergunta "e aí? como é que tá lá?" TÁ FODA! Agora a pergunta padrão do mercado tem uma resposta padrão.
Estou exagerando? Então vamos lá: Marcão, James, Gustavo, Juliano, Dany Boy, Flavinho, Arnaldo... Todos se evadiram das agências ou de Natal e nenhum deles se arrependeu. Alguns preferem mudar de agência, aceitar uma proposta melhor ("merda por merda, vou pra onde pagarem mais"), mas, pasmem! Encontram na nova empresa uma realidade igual ou pior do que a anterior. Clientes tão o mais caraetas e autoritários, horários tão ou mais "elásticos" e necas do doping motivacional de poder criar coisas legais e botar na rua.
É uma merda e até já virou piada interna na maioria das agências, mas uma das frases mais ouvidas nos departamentos de criação é: "liga não cara, pelo menos vai ficar legal no portfólio". As agências deviam se tocar que elas também têm portfólio. Eu sei que muitas contas se conquistam na base do lobby e da influência, mas nem todas são assim. Nem todas.
depoimento 3
Desisti, bicho.
Depois recuperei o tesão.
E aí perdi de novo.
Depois eu cansei, me estressei, briguei, peitei.
Descobri que a cobrança a que sou submetido cresceu em progressão geométrica enquanto a qualidade do trabalho virou uma fração de muitos avos.
Vi que os caminhos para desenvolver um trabalho de qualidade se tornam cada vez mais tortuosos e comecei a me empolgar com um projeto paralelo que pouco tem a ver com propaganda.
Por isso, se você me dá licença, vou sair pra conquistar 24 territórios à minha escolha, descobrir o que é possível fazer com literatura e, como fizeram nossos colegas citados no e-mail anterior, "aprender novas coisas".
Abro mão do que o André Laurentino definiu como "a forma mais organizada de se ganhar dinheiro escrevendo": a redação publicitária.
É claro que pode ser temporário, que nada é definitvo, que daqui a algum tempo eu possa estar morrendo de saudade de criar um texto pra panfleto de supermercado ou spot de faculdade. Ou ainda, precisando de grana. Mas por hora, saio. Não estou satisfeito com os caminhos que as coisas trilharam de um ano pra cá e para coroar a insatisfação, caio fora e jogo você aos tubarões. Tentei argumentar como o personagem de Jack Nincholson em "O Iluminado": "muito trabalho sem diversão faz de Jack um bobão", mas vi que a tarefa de mudar era dura demais e que eu tinha coisas mais interessantes para cuidar no momento.
Mas tenha força, amigo. Estarei torcendo por você. E por qualquer um que tente furar esse cerco.
Ah, e concordo que a culpa é nossa, mas não é SÓ nossa.
Bertone, eu discordo de uma frase do seu texto: "quando tínhamos bons profissionais..." Bons profissionais há. Um monte deles. Principalmente diretores de arte. Os caras daqui são muito foda! Ou seja: dá pra fazer coisas muto ducaralho!
depoimento 4
Fazia tempo q uma boa discussão não aparecia nesse grupo de troca de marcas. Admiro a sua coragem e clareza pra definir tão bem a situação criativa do nosso mercado. Mas eu te pergunto cara, e aí? Vamos ficar no discurso, fazendo um perfil do mercado ou vamos agir? Ou simplesmente cair fora do mercado e dar uma banana pra todo mundo? De tempos em tempos rola um desabafo aqui, mas todo mundo tem preguiça de fazer alguma coisa pra melhorar. A "galerinha maneira" do mercado acha o máximo se encontrar nos shows e bares da cidade e trocar uns comentários maldosos das figuras do mercado ou mesmo das agências. Mas e aí? Onde está o interesse em melhorar? Em crescer? "Ah mas eu faço a minha parte, sou um puta profissional, e ainda bato uma pelada com a galera!" Foda-se. Cadê o peito pra encarar o dono da agência e falar o que está sentindo de verdade, que acha uma merda trabalhar assim. Depois levantar a bunda sair na porta da agência e gritar um puta que pariu.
Nossa publicidade é nivelada por baixo, por nossa culpa. Por preguiça e acomodação.
E vc? Desistiu?
depoimento 5
Rapaz, uma vez os caras aqui da agência tiveram uma idéia muito boa para um cliente. Era uma promoção que daria um carro de presente e o VT começava com os dizeres: "Maria Gasolina. Depois continuava: João Gasolina, Gisele Gasolina, Marcos Gasolina e por aí ia...". O cliente até gostou, mas reprovou dizendo que seria processado por todas as Marias, Joões, Giseles, Marcos e outros nomes citados no comercial. Foda!
Medos como esse aliados a letargia do mercado, a incompetência dos atendimentos e à nossa acomodação fazem a PROPAGANDA DE MERDA que tem sido feita em Natal ultimamente. Isso sem falar nos clientes. Estou plenamente convencido de que para ser gerente de marketing em Natal é pré-requisito que você seja um completo idiota! E hoje desconfio severamente de qualquer um que chegue perto de mim dizendo que tem MBA (Master Bullshit Administration). Se sentar do meu lado, pulo uma cadeira. Se vier do meu lado da rua, mudo de calçada. Se falar comigo, finjo surdez ou simulo um ataque de asma seguido de um infarte. São todos uns babacas cheios de tecnicismos e expressões no gerúndio.
Tirando os caras da Base, quem dessa lista fez alguma coisa realmente boa ultimamente? Ou melhor, até fazemos de vez em quando. Mas quantas temos conseguido mandar pra rua?
Quem daqui não tem corado quando um amigo não publicitário (Espero que vocês os tenham. É muito saudável para a vida social.) chega e pergunta: "diga uma propaganda sua que tá no ar?" ?
E assim seguimos nossa medíocre existência, sendo sendo cada vez menos merecedores da alcunha de "criativos". Pois na terra do Sol, quase nada se cria.
Talvez isso explique o fato de um grupo de discussão de "criativos" servir muito mais pra trocar logomarcas como figurinhas auto-colante de albúns infantis do que para se discutir a melhoria da publicidade local.
Admitam: vocês desistiram! Se resignaram! Estão dançando conforme a música dos donos não-criativos e Cannes pra vocês é a satisfação dos clientes. E satisfação para esses clientes de bosta que a gente tem aqui é fazer tudo do jeito que eles querem, da forma como eles concebem ser "propaganda". Se a gente não tentar educar esses medíocres eles passam por cima da gente. Aliás, já passaram. Hoje jogamos o jogo deles e a nossa publicidade está nivelada por baixo.
AINDA BEM QUE NÃO TEM MAIS PRÊMIO BÁRBARO! Pois nessa disputa, meus colegas, perdemos TODOS de W.O. !
depoimento 6
Caras, eu concordo plenamente com fialho, vi essa realidade de perto com a proposta que trouxe pra o mercado daqui e não consegui segurar devido a criativos que olhavam na minha cara e diziam "a gente não costuma usar ilustração" ou "não temos clientes com esse perfil" isso é ser criativo?? pow além disso quando tinhamos bons profissionais os clientes cortavam nosso barato, hoje a tool "acabou" por isto, falta de maturidade deste mercado, os dois caras que trabalhavam comigo( Victor e Beto, que não são publicitários) não querem mais trabalhar pra publicidade.
Pois é, vi meu otimismo ir pelo ralo, e de resto acho que vocês já sabem...
depoimento 7
Há tempos atrás, início decada de 90, surgiu um movimento na publicidade que levou ao primeiro dissídio coletivo da categoria, nesse dia os trabalhadores conseguiram uma boa negociação, pois foram em peso para a discussão. Entre as vitórias, conseguiram homologar um piso para a categoria ( desde a mulher
do cafezinho até diretor de arte/redator senior), além de estabelecer o dia 4 de dezembro como feriado para comemoração do dia do publicitário.
Mas, com a fragmentação do grupo, pessoas da diretoria do SAP mau intencionadas, terminaram por retirar o dia feriado e afundar a negociação, chegando a rasurarem acordo feito perante a justiça, faltando só a assinatura dos presidentes das duas entidades (uma legítima e outra, o SAP não registrada) na calada da noite, modificaram o texto e enviaram pra assinatura do sindicato. Pra voces verem até onde nós chegamos. por isso, é importantíssimo que a categoria marque encontro nesse dia pra reinvidicar
mais respeito.
depoimento 8
vai ser negociado o valor do dicídio entre o presidente do SAP e a doidinha lá do Sindicato dos Radialistas.
Os donos de agência já se reuniram em almoço e fecharam uma proposta pra fazer.
E falou que não aceita proposta inferior a 5%.
É isso, senhores.
quinta-feira, setembro 14, 2006
o paradigma da educação não descoberto por cristovam
“criar uma nova cultura não significa apenas fazer individualmente, descobertas”originais”; significa, também, e sobretudo, difundir criticamente verdades já descobertas, “socializá-las”, transformá-las, portanto em base de ações vitais, em elemento de coordenação e de ordem intelectual e moral. o fato de que o povo seja conduzido a pensar coerentemente e de maneira unitária a realidade presente é um fato “filosófico” bem mais importante do que a descoberta, por parte de um “ gênio filosófico”, de uma nova verdade que permaneça patrimônio de pequenos grupos intelectuais.” gramsci.
muito bem observado por um dos participantes do canal livre. ganhar cristovam não vai. mas com ele a educação já ganhou, engrosso o coro eu, visibilidade e importância, status de prioridade nacional, abismo e pico, nem que seja tendo o guia como período. e ainda mais agora que todos os demais candidatos estão abusando da má educação de copiar as falas do cristovan ipsis literis.
cristovam é um candidato de discurso melífluo, embora de teor contudente. o que lhe atrapalha na reverberação da sua ironia, destilada na maior parte das vezes com propriedade e exatidão. principalmente quando elege a educação como projeto de vida irmanado que está ao projeto político, parecendo ambos verdadeiramente brotarem-lhe do fundo da alma.
contudo, há um “probrema” na sustentação e formulação da pedra filosal da educação como receita de panacéia ao brasil, evidenciada ao tireodismo pela clava da persistência de cristovão buarque, na sua luta inglória pela revolução pela educação. cristovam prega uma revolução silenciosa, numa terra de mal-educados crônicos, e crédulos no milagre das espertezas da santa mãe da ignorância. a qual são fiéis até a morte, e depois dela, até mais que a jesus. já a educação, é quase uma mitômana, também crônicamente desprestigiada e desacreditada. não grita, não agride, não mente, não trapaceia, não se vende, o que em tempos de ignáros, convenhamos, não entusiasma. como se não bastasse, grande complicador, ser a educação, uma semente de trabalhoso e dedicado plantio. e que só apresenta colheita a longo prazo, período letivo ao qual também somos mal educados, vivendo em época de premências e cobranças fast-food, não importa dor-de-barriga dos resultados.
e para complicar ao cume, o que já é complicado na base, cristovam também não explica muito bem o que é isso de educação? ou que tipo de educação sonha implantar, pelo menos start, pois teria no máximo oito anos, o que se tratando de educação é curto prazo, vai fazer esta revolução que colocaria o brasil na ponta de lança dos paises emergentes?
educação decoreba de datos e fatos, a maior parte deles adulterada em favor dos “bem-educados”?
educação de compra de diplomas e títulos, mixados para a conquista de posição e grana? (conquista no fundo só para os donos dos centros de ensino particulares, já que diploma hoje é mais gasto do que ganho)
educação que combate o analfabetismo tácito com o funcional?
ou:
uma educação que sirva ao social e não a necessidade individual?
uma educação que sirva desejum de conhecimento e não só merenda?
uma educação que não deseduque os professores?
ou melhor ainda: uma educação que seja informação operacionalizada como instrumento crítico à obtenção da realidade verdadeira e decifração da que nos é imposta?
a nossa falta de educação é irmã siamesa da nossa falta de memória e conservação. se hoje a educação brasileira universitária é um corpo decapitado – a primária é natimorta- que se tornou disforme a partir do plano urdido pelos militares para a destruição das camadas pensantes do país(quem tiver curiosidade descubra o documento" pensado pela inteligência dos golpistas que esmiuça corte e costura dos tendões do calcanhar ao pescoço de maneira a formar bonecos), pois já tivemos um projeto de educação de qualidade no período pré-64, onde as escolas públicas e as universidades federais, constituiam-se em difusores e disseminadores do saber com auto e pluri crítica, o que tornava a educação uma arma perigosa, de guerrilha até assim interpretada por alguns, que literalmente providenciaram a morte de seus estimuladores.
coincidentemente, ao revolver alfarrábios para o garimpo de artigos publicados na grande imprensa que estamos disponibilizando no hayquetenercojones.blogspot.com encontro:
(“a política nacional de cultura – atenção: universidade é cultura – desde 1970 iniciou o arranque definitivo para o investimento maciço em capital humano(educação). é necessária a criação da cultura nacional, da tradição cultural. o rosto cultural de um país é como um deus criando uma natureza a sua imagem e semelhança, para que este “ambiente” lhe dê credibilidade, consistência, naturalidade, para que não possa transformar a verdadeira realidade. nas universidades procurou-se então modernizar o ensino, isto é : torná-lo eficaz segundo as exigências do modelo econômico vigente, isto é procurando despolitizar as atividades de professores e alunos, numa produção massiva de tecnocratas, visando a massificação e não a emancipação através de um ensino que torna o aprendiz dependente e sem capacidade crítica”).
por essas e outra temos portanto, infelizmente, a falta de educação no guia do cristovam em relação aos tópicos relacionados acima, e no seu programa de governo, em que pese seu histórico, também pouco difundido, que por certo o identificaria mais com a modulação crítica, tomando como parâmetro seu trabalho de redemocratização na unb
o conceito de educação precisa ser lecionado no guia com o mesmo teor de educação que pretende implantar com mais clareza. caso contrário, a falta do entendimento da educação, enquanto educando e educado, torna-se uma deseducação, a única educação que nos tem sido oferecida como voto de saída.
muito bem observado por um dos participantes do canal livre. ganhar cristovam não vai. mas com ele a educação já ganhou, engrosso o coro eu, visibilidade e importância, status de prioridade nacional, abismo e pico, nem que seja tendo o guia como período. e ainda mais agora que todos os demais candidatos estão abusando da má educação de copiar as falas do cristovan ipsis literis.
cristovam é um candidato de discurso melífluo, embora de teor contudente. o que lhe atrapalha na reverberação da sua ironia, destilada na maior parte das vezes com propriedade e exatidão. principalmente quando elege a educação como projeto de vida irmanado que está ao projeto político, parecendo ambos verdadeiramente brotarem-lhe do fundo da alma.
contudo, há um “probrema” na sustentação e formulação da pedra filosal da educação como receita de panacéia ao brasil, evidenciada ao tireodismo pela clava da persistência de cristovão buarque, na sua luta inglória pela revolução pela educação. cristovam prega uma revolução silenciosa, numa terra de mal-educados crônicos, e crédulos no milagre das espertezas da santa mãe da ignorância. a qual são fiéis até a morte, e depois dela, até mais que a jesus. já a educação, é quase uma mitômana, também crônicamente desprestigiada e desacreditada. não grita, não agride, não mente, não trapaceia, não se vende, o que em tempos de ignáros, convenhamos, não entusiasma. como se não bastasse, grande complicador, ser a educação, uma semente de trabalhoso e dedicado plantio. e que só apresenta colheita a longo prazo, período letivo ao qual também somos mal educados, vivendo em época de premências e cobranças fast-food, não importa dor-de-barriga dos resultados.
e para complicar ao cume, o que já é complicado na base, cristovam também não explica muito bem o que é isso de educação? ou que tipo de educação sonha implantar, pelo menos start, pois teria no máximo oito anos, o que se tratando de educação é curto prazo, vai fazer esta revolução que colocaria o brasil na ponta de lança dos paises emergentes?
educação decoreba de datos e fatos, a maior parte deles adulterada em favor dos “bem-educados”?
educação de compra de diplomas e títulos, mixados para a conquista de posição e grana? (conquista no fundo só para os donos dos centros de ensino particulares, já que diploma hoje é mais gasto do que ganho)
educação que combate o analfabetismo tácito com o funcional?
ou:
uma educação que sirva ao social e não a necessidade individual?
uma educação que sirva desejum de conhecimento e não só merenda?
uma educação que não deseduque os professores?
ou melhor ainda: uma educação que seja informação operacionalizada como instrumento crítico à obtenção da realidade verdadeira e decifração da que nos é imposta?
a nossa falta de educação é irmã siamesa da nossa falta de memória e conservação. se hoje a educação brasileira universitária é um corpo decapitado – a primária é natimorta- que se tornou disforme a partir do plano urdido pelos militares para a destruição das camadas pensantes do país(quem tiver curiosidade descubra o documento" pensado pela inteligência dos golpistas que esmiuça corte e costura dos tendões do calcanhar ao pescoço de maneira a formar bonecos), pois já tivemos um projeto de educação de qualidade no período pré-64, onde as escolas públicas e as universidades federais, constituiam-se em difusores e disseminadores do saber com auto e pluri crítica, o que tornava a educação uma arma perigosa, de guerrilha até assim interpretada por alguns, que literalmente providenciaram a morte de seus estimuladores.
coincidentemente, ao revolver alfarrábios para o garimpo de artigos publicados na grande imprensa que estamos disponibilizando no hayquetenercojones.blogspot.com encontro:
(“a política nacional de cultura – atenção: universidade é cultura – desde 1970 iniciou o arranque definitivo para o investimento maciço em capital humano(educação). é necessária a criação da cultura nacional, da tradição cultural. o rosto cultural de um país é como um deus criando uma natureza a sua imagem e semelhança, para que este “ambiente” lhe dê credibilidade, consistência, naturalidade, para que não possa transformar a verdadeira realidade. nas universidades procurou-se então modernizar o ensino, isto é : torná-lo eficaz segundo as exigências do modelo econômico vigente, isto é procurando despolitizar as atividades de professores e alunos, numa produção massiva de tecnocratas, visando a massificação e não a emancipação através de um ensino que torna o aprendiz dependente e sem capacidade crítica”).
por essas e outra temos portanto, infelizmente, a falta de educação no guia do cristovam em relação aos tópicos relacionados acima, e no seu programa de governo, em que pese seu histórico, também pouco difundido, que por certo o identificaria mais com a modulação crítica, tomando como parâmetro seu trabalho de redemocratização na unb
o conceito de educação precisa ser lecionado no guia com o mesmo teor de educação que pretende implantar com mais clareza. caso contrário, a falta do entendimento da educação, enquanto educando e educado, torna-se uma deseducação, a única educação que nos tem sido oferecida como voto de saída.
quarta-feira, setembro 13, 2006
manual do anti-marketing politico
eleição chegando e você, como eu, agora não estou mais, perdido, sem saber em quem votar. como desvendar as esfíngies que se nos apresentam salvadoras mas na verdade mortais?
bom, eu elaborei um mais que decálogo para inventariar pequenas fraudes. não parece muito, mas serve. serve também para orientar os diretores de campanha, bastando-o usar ao contrário. será?
não voto em:
candidato que aperta mão até de estátua; é o candidato-pichação;
candidato que pega criancinhas no colo ou no braço com ares de pai em falso e também beija e abraça velhinhos com ar de papa-defunto. é o candidato-unicef;
candidato que toma cafezinho em botequim, bar de periferia e box de mercado público com ares de connaisseur. é o candidato-vejinha;
candidato que almoça em bandejão, come pastel, feijoada, dobradinha com farinha e, tomando lapada, ainda faz sinal de positivo, sem deixar a dose pro santo. é o candidato-fominha;
candidato que toca bumbo e ensaia passos de forró e calypso para em ritmo de campanha mostrar que afinado com seus planos não atravessa com o povão. é o candidato-raul gil;
candidato que coloca chapéu de vaqueiro, operário e time de futebol, menos ainda de vaqueiro e peão boiadeiro; e se se subir em animal, pra mim já caiu do cavalo e foi-se por terra a menor chance de credibilidade, é o candidato-cabeção;
candidato que faz carreatas a bordo de S.10, ranger ou mitsubishi com mais seguranças do que povo. é o candidato boi-gordo;
candidato que se faz fotografar em escrivaninhas com ares de administrador em dinâmicas do nada-feito. é o candidato tok-stok;
candidato que tira gravata antes de subir em palanques; ou que adotou o figurino manga-curta de manga arregaçada só enquanto a campanha durar porque depois, curtas, só as calças. é o candidato-encolha;
candidato, em pernambuco, que diz ter sido responsável pela vinda da refinaria, do polopetroquímico, do polo de gesso, do polo que o pariu; idem para implantação do porto de suape, obras de ampliação do aeroporto, transposição do são francisco e transnordestina e duplicação da br 232(e que diz não ter participado da privatização da celpe). é o candidato-faz-de-conta;
candidato que faz do denúncismo programa único de governo tão restrito e repulsivo quanto seu rabo-preso. é o candidato-globo-repórter;
candidato que é a favor da pena de morte( “eu sou a favor da pena de vida, o sujeito cagou tem de pagar aqui mesmo”) é o candidato-espoleta;
candidato que diz, sem segurança alguma, que vai dar segurança à população, cheio de seguranças. é o candidato-blindado;
candidato evangélico que não satisfeito com o dízimo que já engorda suas vidas quer engordá-la ainda mais com o dízimo auferido da prática(ilicita) política. se fizer bem o seu trabalho enquanto pastor já estará sendo politicamente correto e atuante, portanto que se baste com apenas uma profissão. é o candidato- chave-universal
candidato que começa a fala com eu prometo fazer e acontecer e pelo meio já acontece de fazer de tudo o que não deve, inclusive contraindo esquecimento da fala. é o candidato-fono;
candidato que deixa correr solto e diz não saber onde e quem está metendo a mão. ainda mais se é macaco velho porque sabem de antemão o tamanho do buraco no erário. é o candidato-banana;
candidato que escuta conselhos de marketeiro ainda mais cafajeste do que ele; e como tem cafajeste em votação à custa de marketeiro. é o candidato-papagaio;
candidato que voa em jatinho particular pra fazer comício em cidade pequena e anda em ônibus para fazer figura em cidade grande. é o candidato-van;
candidato que suja praias e logradouros públicos com propaganda eleitoral borra de mentiras. é o candidato-sujeira;
candidato nepotista, neo aventureiro e neo cabideiro de emprego, que penduram sempre mais um sempre as nossas custas; é o candidato-arara;
candidato que mostra obras não concluidas como se fossem, e pior ainda como se fosse obra e fruto do seu não trabalho; é o famoso candidato caroço, e ainda tem quem engole;
candidato com mais sombras que figura. é o candidato guarda-chuva;
candidato que apela para nosso voto para continuar a sua luta que aproveita diz ele também é nossa; é o candidato ex-combatente;
candidato de um partido que compôe com outro. é o primeiro sinal de que ele está aberto pra outros tipos de composição. e de composição em composição se faz o ladrão; é o candidato-camaleão;
candidato que tem programa de governo pra resolver tudo. se fosse político não faria isso de verdade porque ai já não seria político. é o típico candidato-canastrão;
candidato que fizer isso em campanha não tem meu voto. mas se
ele fizer isso no dia a dia(salvo composições e outras coisas adjacentes) e fora do alcance da mídia, já ganhou o meu voto seja lá de que partido for. este é o candidato suado(suado mais limpo).
(continua ainda nesta eleição)
e por falar nisso tudo, o que é isso companheiro? joão braba no pv?
bom, eu elaborei um mais que decálogo para inventariar pequenas fraudes. não parece muito, mas serve. serve também para orientar os diretores de campanha, bastando-o usar ao contrário. será?
não voto em:
candidato que aperta mão até de estátua; é o candidato-pichação;
candidato que pega criancinhas no colo ou no braço com ares de pai em falso e também beija e abraça velhinhos com ar de papa-defunto. é o candidato-unicef;
candidato que toma cafezinho em botequim, bar de periferia e box de mercado público com ares de connaisseur. é o candidato-vejinha;
candidato que almoça em bandejão, come pastel, feijoada, dobradinha com farinha e, tomando lapada, ainda faz sinal de positivo, sem deixar a dose pro santo. é o candidato-fominha;
candidato que toca bumbo e ensaia passos de forró e calypso para em ritmo de campanha mostrar que afinado com seus planos não atravessa com o povão. é o candidato-raul gil;
candidato que coloca chapéu de vaqueiro, operário e time de futebol, menos ainda de vaqueiro e peão boiadeiro; e se se subir em animal, pra mim já caiu do cavalo e foi-se por terra a menor chance de credibilidade, é o candidato-cabeção;
candidato que faz carreatas a bordo de S.10, ranger ou mitsubishi com mais seguranças do que povo. é o candidato boi-gordo;
candidato que se faz fotografar em escrivaninhas com ares de administrador em dinâmicas do nada-feito. é o candidato tok-stok;
candidato que tira gravata antes de subir em palanques; ou que adotou o figurino manga-curta de manga arregaçada só enquanto a campanha durar porque depois, curtas, só as calças. é o candidato-encolha;
candidato, em pernambuco, que diz ter sido responsável pela vinda da refinaria, do polopetroquímico, do polo de gesso, do polo que o pariu; idem para implantação do porto de suape, obras de ampliação do aeroporto, transposição do são francisco e transnordestina e duplicação da br 232(e que diz não ter participado da privatização da celpe). é o candidato-faz-de-conta;
candidato que faz do denúncismo programa único de governo tão restrito e repulsivo quanto seu rabo-preso. é o candidato-globo-repórter;
candidato que é a favor da pena de morte( “eu sou a favor da pena de vida, o sujeito cagou tem de pagar aqui mesmo”) é o candidato-espoleta;
candidato que diz, sem segurança alguma, que vai dar segurança à população, cheio de seguranças. é o candidato-blindado;
candidato evangélico que não satisfeito com o dízimo que já engorda suas vidas quer engordá-la ainda mais com o dízimo auferido da prática(ilicita) política. se fizer bem o seu trabalho enquanto pastor já estará sendo politicamente correto e atuante, portanto que se baste com apenas uma profissão. é o candidato- chave-universal
candidato que começa a fala com eu prometo fazer e acontecer e pelo meio já acontece de fazer de tudo o que não deve, inclusive contraindo esquecimento da fala. é o candidato-fono;
candidato que deixa correr solto e diz não saber onde e quem está metendo a mão. ainda mais se é macaco velho porque sabem de antemão o tamanho do buraco no erário. é o candidato-banana;
candidato que escuta conselhos de marketeiro ainda mais cafajeste do que ele; e como tem cafajeste em votação à custa de marketeiro. é o candidato-papagaio;
candidato que voa em jatinho particular pra fazer comício em cidade pequena e anda em ônibus para fazer figura em cidade grande. é o candidato-van;
candidato que suja praias e logradouros públicos com propaganda eleitoral borra de mentiras. é o candidato-sujeira;
candidato nepotista, neo aventureiro e neo cabideiro de emprego, que penduram sempre mais um sempre as nossas custas; é o candidato-arara;
candidato que mostra obras não concluidas como se fossem, e pior ainda como se fosse obra e fruto do seu não trabalho; é o famoso candidato caroço, e ainda tem quem engole;
candidato com mais sombras que figura. é o candidato guarda-chuva;
candidato que apela para nosso voto para continuar a sua luta que aproveita diz ele também é nossa; é o candidato ex-combatente;
candidato de um partido que compôe com outro. é o primeiro sinal de que ele está aberto pra outros tipos de composição. e de composição em composição se faz o ladrão; é o candidato-camaleão;
candidato que tem programa de governo pra resolver tudo. se fosse político não faria isso de verdade porque ai já não seria político. é o típico candidato-canastrão;
candidato que fizer isso em campanha não tem meu voto. mas se
ele fizer isso no dia a dia(salvo composições e outras coisas adjacentes) e fora do alcance da mídia, já ganhou o meu voto seja lá de que partido for. este é o candidato suado(suado mais limpo).
(continua ainda nesta eleição)
e por falar nisso tudo, o que é isso companheiro? joão braba no pv?
terça-feira, setembro 12, 2006
olha ai, é o meu guri, quer dizer, guru*
"A publicidade é um gás venenoso. Pode provocar lágrimas nos seus olhos. Pode pertubar o seu sistema nervoso. Pode derrubá-lo com um só golpe."
Esta frase não é minha. Infelizmente. A frase é de um tipo chamado George Lois, um dos publicitários mais brilhantes que já passaram pela Terra. George é americano, ou melhor, greco-americano. E isto faz toda a diferença. George não tenta pactuar com os discursos politicamente correctos. George é um agressivo lutador pela liberdade de expressão. Defende as suas ideias como se fossem únicas. Chama os seus detractores de coisas tão simpáticas como idiotas, energúmenos ou anormais. George está velho (mas não morto; principalmente algumas das suas ideias, que ainda andam por aí: "I want my MTV", slogan do lançanto desta rede de TV, foi uma criação dele, só para citar um exemplo).
O começo da sua carreira remonta à década de 50. E nos mais de 40 anos que dedicou o seu talento à causa publicitária (George é director de arte) fez de tudo um pouco. Desde campanhas políticas (elegeu Bob Kennedy para o Senado) até capas de revistas (criou mais de 500 capas históricas para a revista Esquire). Não bastassem todos esses seus talentos, George tem a mania de publicar livros. Um deles chama-se "Qual é a grande ideia?" (não, não está publicado em Portugal). Trata-se de um livro brilhante, sincero, agressivo. E nele econtramos passagens como: "85% de toda a publicidade é imperceptível. Tal trabalho improdutivo pode não ser de todo mau, mas certamente não será o bastante para chamar a sua atenção. Grande parte dele pode até ser sério e bem dimensionado. Grande parte dele até pode ser visualmente atraente. Mas nada disso é bom o bastante para lhe supreender. 14% de toda a publicidade é terrível (feia, estúpida, bitolada, humilhante). Paradoxalmente, é melhor do que ser imperceptível, pelo menos para chamar a sua atenção. O restante, 1%, é aquela publicidade formidável.
Estas percentagens são especulações modestas de criativos como eu, cujas carreiras têm sido dedicadas à procura do mágico 1%, que temos a convicção da seriedade e qualidade do nosso trabalho solitário num mar crescente de publicidade medonha (...). A grande ideia é a matéria-prima da boa publicidade. A grande ideia pode modificar uma cultura. A grande ideia pode transformar a linguagem. A grande ideia pode dar início a um negócio (ou mesmo salvar um negócio). A grande ideia pode virar o mundo do avesso (...). Passei a minha vida inteira a ouvir as pessoas avisarem: George, tenha cuidado!, mas ter cuidado na nossa profissão é sinónimo de fazer publicidade invisível (...)". Se quiser saber um pouco mais deste publicitário histórico e ver alguns dos seus trabalhos, basta ir ao site www.georgelois.com Recomendo que o faça. Mas queria ainda sublinhar algumas coisas. George, como todos os bons profissionais, era um gigante cercado por anões. Nunca se dobrou perante os lobbies. Sempre que quis, mandou a mafia da Madison Avenue às favas e foi fazer outra coisa qualquer com o seu imenso e generoso talento. É por existirem tipos como o George, que sabem criar e colocar no ar grandes ideias, que acredito que ainda vale a pena bulir nesta actividade. Gostaria de um dia sentir-me à altura do joelho esquerdo dele. Ou como diria o meu Tio Olavo: "É importante procurar alguém para admirar. Mas, por favor, faça-o longe do espelho."
você tem algum tipo de guru? do edson athayde, vice-presidente da ogilvy portugal.
*parafraseando brecht, "infeliz do país que necessita de heróis", infeliz da atividade que necessita de gurus.
apenas como curiosidade, nada mais que isso, e para provar que o mundo da publicidade não só dá meias voltas, volta e meia, durante algum tempo, dizem, fui guru do edson athayde: ele começou na publicidade comigo no rio de janeiro e fui seu diretor de criação por duas vezes, uma delas em recife inclusive. depois dizem, ele foi meu guru - já em portugal, enquanto presidente da edsonFCB, quando foi meu diretor de criação, estando agorinha mesmo empatados nesta história.
assim, moral da história: tome cuidado com quem escolhe pra guru: a vítima pode ser você, na base do eu sou você amanhã.
Esta frase não é minha. Infelizmente. A frase é de um tipo chamado George Lois, um dos publicitários mais brilhantes que já passaram pela Terra. George é americano, ou melhor, greco-americano. E isto faz toda a diferença. George não tenta pactuar com os discursos politicamente correctos. George é um agressivo lutador pela liberdade de expressão. Defende as suas ideias como se fossem únicas. Chama os seus detractores de coisas tão simpáticas como idiotas, energúmenos ou anormais. George está velho (mas não morto; principalmente algumas das suas ideias, que ainda andam por aí: "I want my MTV", slogan do lançanto desta rede de TV, foi uma criação dele, só para citar um exemplo).
O começo da sua carreira remonta à década de 50. E nos mais de 40 anos que dedicou o seu talento à causa publicitária (George é director de arte) fez de tudo um pouco. Desde campanhas políticas (elegeu Bob Kennedy para o Senado) até capas de revistas (criou mais de 500 capas históricas para a revista Esquire). Não bastassem todos esses seus talentos, George tem a mania de publicar livros. Um deles chama-se "Qual é a grande ideia?" (não, não está publicado em Portugal). Trata-se de um livro brilhante, sincero, agressivo. E nele econtramos passagens como: "85% de toda a publicidade é imperceptível. Tal trabalho improdutivo pode não ser de todo mau, mas certamente não será o bastante para chamar a sua atenção. Grande parte dele pode até ser sério e bem dimensionado. Grande parte dele até pode ser visualmente atraente. Mas nada disso é bom o bastante para lhe supreender. 14% de toda a publicidade é terrível (feia, estúpida, bitolada, humilhante). Paradoxalmente, é melhor do que ser imperceptível, pelo menos para chamar a sua atenção. O restante, 1%, é aquela publicidade formidável.
Estas percentagens são especulações modestas de criativos como eu, cujas carreiras têm sido dedicadas à procura do mágico 1%, que temos a convicção da seriedade e qualidade do nosso trabalho solitário num mar crescente de publicidade medonha (...). A grande ideia é a matéria-prima da boa publicidade. A grande ideia pode modificar uma cultura. A grande ideia pode transformar a linguagem. A grande ideia pode dar início a um negócio (ou mesmo salvar um negócio). A grande ideia pode virar o mundo do avesso (...). Passei a minha vida inteira a ouvir as pessoas avisarem: George, tenha cuidado!, mas ter cuidado na nossa profissão é sinónimo de fazer publicidade invisível (...)". Se quiser saber um pouco mais deste publicitário histórico e ver alguns dos seus trabalhos, basta ir ao site www.georgelois.com Recomendo que o faça. Mas queria ainda sublinhar algumas coisas. George, como todos os bons profissionais, era um gigante cercado por anões. Nunca se dobrou perante os lobbies. Sempre que quis, mandou a mafia da Madison Avenue às favas e foi fazer outra coisa qualquer com o seu imenso e generoso talento. É por existirem tipos como o George, que sabem criar e colocar no ar grandes ideias, que acredito que ainda vale a pena bulir nesta actividade. Gostaria de um dia sentir-me à altura do joelho esquerdo dele. Ou como diria o meu Tio Olavo: "É importante procurar alguém para admirar. Mas, por favor, faça-o longe do espelho."
você tem algum tipo de guru? do edson athayde, vice-presidente da ogilvy portugal.
*parafraseando brecht, "infeliz do país que necessita de heróis", infeliz da atividade que necessita de gurus.
apenas como curiosidade, nada mais que isso, e para provar que o mundo da publicidade não só dá meias voltas, volta e meia, durante algum tempo, dizem, fui guru do edson athayde: ele começou na publicidade comigo no rio de janeiro e fui seu diretor de criação por duas vezes, uma delas em recife inclusive. depois dizem, ele foi meu guru - já em portugal, enquanto presidente da edsonFCB, quando foi meu diretor de criação, estando agorinha mesmo empatados nesta história.
assim, moral da história: tome cuidado com quem escolhe pra guru: a vítima pode ser você, na base do eu sou você amanhã.
domingo, setembro 10, 2006
muito justus?
nem cascudo nem peteleco. upper-cut. cena passada do abominável "aprendiz". a ppp da vez da nossa profissão. presunçosa paródia pôia brifada em arcabouços de show-reality. preview da premiação onde foi calcinada a sintaxe-desabafo, do candidato a loja dos quinhentos de manhattan. aquele zé-alguém que ousou subverter, sabe-se lá porque bílis, as regras da competição. ainda que metaforicamente, com todas as conotações e denotações do ato, pois enquanto aprendiz alçou-se ao topo sob pressão e despediu o patrão, despedindo-se do programa. e, não metaforicamente, levou de feed-back um bilhete azul em verbal de dupla demissão, na verdade tripla, a dele mesmo e a "dupla" do justus, com o adendo: você não só fechou a porta para comigo - o que já é fechar muitas portas - como fechou muitas portas na geral do mercado.
o aspecto janota de roberto justus ou quase dandy, um dandy pressupõe alguns requisitos que faltam ao juju, que hoje estou mais para oscar wilde do que para fischer, neste caso ele um aprendiz? - sim, eu também estou fechando portas. mas como não sou chaveiro nem marcineiro, não devo viver por conta disso muito preocupado já bastando o que me preocupa na conta da padaria - contribui para a face dura e cortante da questão. uma questão de estilo para o roberto, entre dentes perfeitos, corte de cabelo duvidoso e ternos de corta bolso dos comuns mortais, exercendo em sua lacônicidade a postura de um ceo mão de ferro: sem humor, rosto crispado. sem esconder que o jab de esquerda do postulante a aprendiz machucou seu ego, apesar de sequer desarrumar sua sobrencelha, crispando-lhe o rosto como uma bofetada sem luvas. foi um momento risível, tornado tenso, pelas regras que os professores ensinam aos aprendizes com maioria esmagadora: a subversão das regras é inadimissível, assim como os sorrisos que não façam parte do espetáculo e o riso a bandeira despregada, nunca em público. imaginem a cena reescrita com espontaneidade e meia-dose de humor: em vez do risível, boas risadas. um "que é isso garoto, se não guenta porque veio? " sem ferinidade. a manutenção da autoridade sim. mas com a flexibilidade de quem tem a superioridade na gestão e na manipulação de comportamentos na palma da mão. chama-se a isso, savoir faire. não seria mais justus?
esqueça. contradiz visceralmente as regras internas do negócio e a ética da autoridade que nos regula e governa. nosso negócio é sério ou melhor: sisudo. apesar de toda um aura fake que nos atribui descontração e um capacidade de subverter as regras para que assim, virado o mundo de cabeça para baixo, possamos achar o tal angulo competitivo, nem sempre assim virado de ponta a cabeça. nós publicitários adoramos criar este clima de profissão liberada. o que me lembra em muito a fuga das galinhas, nós que somos, poedeiras, a imaginar-mo-nos com asas, apenas matéria torta e penas. muitas penas.
dizem que um dia nossa capacidade de subversão intelectual e comportamental foi admirada, estimulada e permitida. mas apenas na área de serviço deparmamentalizada por criação. a gaiola das loucas. os engraçadinhos de plantão, os fashion-boy do segundo andar. mas, desde que "não se metam na parte séria do negócio", que nosso negócio não é de graça ou seja: temos de mostrar que somos uma empresa séria. mais ou menos como o filho do caseiro que pode utilizar a piscina mas que causa constrangimentos se nada melhor que o filho do patrão. isso é o máximo de liberalização que nos foi consentida. piscina e caldo. já que apenas os realmente subversores de ação, pularam fora para outros negócios, ou para dentro do negócio com outros tipos de permissividade. ainda que muitos deles, tenham passado de subvertores a detratores e tratores de subvertores, realimentando o círculo.
obviamente há uma parte nefasta da subversão. a esta não estou me referindo, nem aplaudindo. foco a que contém elementos que possibilitam a oxigenação do negócio.a transmutação de alegria em lucro. descontração em objetividade. sisudice em flexibilidade. pirâmide em círculo.
.... — eu o estou demitindo da minha vida.
.... — e você está duas vezes demitido.
fosse você gestor de potenciais diferenciadores e em qual das duas atitudes identificaria vetor de positividade e empuxo para fazer a sua empresa melhor: a do " fraco" que perdeu a cabeça. e que mandou ver o que milhões de pessoas gostariam de fazer mas engolem à seco?(por isso mesmo decapitado com uma estocada de execração, o velho exemplo que vem desde os tempos da inconfidência mineira). ou a do forte? compelido pelas câmeras a bater no ceguinho com a firmeza e a elegância de quem sequer afrouxou a gravata.
aprendiz de feiticeiros quando empossados quão justus serão?
* entendo que a publicidade desde a clássica definição do marketing é um dos seus pês. por outro lado, se hoje fazemos comunicação de marketing de marcas, da área de criação ou não, o nosso negócio é este, direta ou indiretamente.
o aspecto janota de roberto justus ou quase dandy, um dandy pressupõe alguns requisitos que faltam ao juju, que hoje estou mais para oscar wilde do que para fischer, neste caso ele um aprendiz? - sim, eu também estou fechando portas. mas como não sou chaveiro nem marcineiro, não devo viver por conta disso muito preocupado já bastando o que me preocupa na conta da padaria - contribui para a face dura e cortante da questão. uma questão de estilo para o roberto, entre dentes perfeitos, corte de cabelo duvidoso e ternos de corta bolso dos comuns mortais, exercendo em sua lacônicidade a postura de um ceo mão de ferro: sem humor, rosto crispado. sem esconder que o jab de esquerda do postulante a aprendiz machucou seu ego, apesar de sequer desarrumar sua sobrencelha, crispando-lhe o rosto como uma bofetada sem luvas. foi um momento risível, tornado tenso, pelas regras que os professores ensinam aos aprendizes com maioria esmagadora: a subversão das regras é inadimissível, assim como os sorrisos que não façam parte do espetáculo e o riso a bandeira despregada, nunca em público. imaginem a cena reescrita com espontaneidade e meia-dose de humor: em vez do risível, boas risadas. um "que é isso garoto, se não guenta porque veio? " sem ferinidade. a manutenção da autoridade sim. mas com a flexibilidade de quem tem a superioridade na gestão e na manipulação de comportamentos na palma da mão. chama-se a isso, savoir faire. não seria mais justus?
esqueça. contradiz visceralmente as regras internas do negócio e a ética da autoridade que nos regula e governa. nosso negócio é sério ou melhor: sisudo. apesar de toda um aura fake que nos atribui descontração e um capacidade de subverter as regras para que assim, virado o mundo de cabeça para baixo, possamos achar o tal angulo competitivo, nem sempre assim virado de ponta a cabeça. nós publicitários adoramos criar este clima de profissão liberada. o que me lembra em muito a fuga das galinhas, nós que somos, poedeiras, a imaginar-mo-nos com asas, apenas matéria torta e penas. muitas penas.
dizem que um dia nossa capacidade de subversão intelectual e comportamental foi admirada, estimulada e permitida. mas apenas na área de serviço deparmamentalizada por criação. a gaiola das loucas. os engraçadinhos de plantão, os fashion-boy do segundo andar. mas, desde que "não se metam na parte séria do negócio", que nosso negócio não é de graça ou seja: temos de mostrar que somos uma empresa séria. mais ou menos como o filho do caseiro que pode utilizar a piscina mas que causa constrangimentos se nada melhor que o filho do patrão. isso é o máximo de liberalização que nos foi consentida. piscina e caldo. já que apenas os realmente subversores de ação, pularam fora para outros negócios, ou para dentro do negócio com outros tipos de permissividade. ainda que muitos deles, tenham passado de subvertores a detratores e tratores de subvertores, realimentando o círculo.
obviamente há uma parte nefasta da subversão. a esta não estou me referindo, nem aplaudindo. foco a que contém elementos que possibilitam a oxigenação do negócio.a transmutação de alegria em lucro. descontração em objetividade. sisudice em flexibilidade. pirâmide em círculo.
.... — eu o estou demitindo da minha vida.
.... — e você está duas vezes demitido.
fosse você gestor de potenciais diferenciadores e em qual das duas atitudes identificaria vetor de positividade e empuxo para fazer a sua empresa melhor: a do " fraco" que perdeu a cabeça. e que mandou ver o que milhões de pessoas gostariam de fazer mas engolem à seco?(por isso mesmo decapitado com uma estocada de execração, o velho exemplo que vem desde os tempos da inconfidência mineira). ou a do forte? compelido pelas câmeras a bater no ceguinho com a firmeza e a elegância de quem sequer afrouxou a gravata.
aprendiz de feiticeiros quando empossados quão justus serão?
* entendo que a publicidade desde a clássica definição do marketing é um dos seus pês. por outro lado, se hoje fazemos comunicação de marketing de marcas, da área de criação ou não, o nosso negócio é este, direta ou indiretamente.
sábado, setembro 09, 2006
demitida por justus causa?
Esses dias, uma notícia causou bafafá na internet. Um dos integrantes do hilário O Aprendiz 3, contrariando a lógica do programa, acabou se demitindo. Provavelmente, ficou de saco cheio do pastiche de CEO que Roberto Justus faz na televisão. Ao invés de esperar o veredicto com cara de boi prestes a ser abatido, decidiu ser dono do próprio destino e deu o bilhete azul para o publicitário topetudo.
Os telespectadores sentiram-se vingados. Quantas pessoas não gostariam de ter a coragem e/ou a possibilidade de mandar o chefe catar coquinho na ladeira? Eu adoraria! Mas não cheguei a ter esta oportunidade: fui demitida antes.
Ficar sem emprego é ruim, claro. Principalmente para quem não trabalha por esporte, como é o caso da maioria de nós. E esse ruim vai desde o principal – a falta de grana – até aspectos de identidade e socialização. Pois bem, se você trabalha em um lugar legal, uma empresa respeitada no seu segmento, cuja marca você tem orgulho de apresentar no cartão de visita e que vence o bloqueio das mais rígidas secretárias e recepcionistas, vai ser difícil ficar sem essa identidade corporativa.
Depois de perder o emprego, experimente ligar para outra empresa e tentar falar com alguém mais graúdo. A pessoa que atender a ligação vai perguntar seu nome. Você vai dizer. E aí vem a segunda pergunta, fatídica: “Fulano de onde?”. Você vai gaguejar aes de explicar que “é particular” ou que a pessoa está esperando a sua ligação. Mas a telefonista (elas sempre são cruéis nesses momentos) vai perceber que faltou algo: seu sobrenome corporativo, o que lhe dá uma identidade profissional. Se você for uma pessoa espirituosa e de pensamento rápido, talvez diga algo como “sou da minha casa” ou “sou da Escola de Balé”, etc. Na maioria dos casos, porém, é aquele constrangimento.
Já fui demitida umas duas ou três vezes. As anteriores foram mais dolorosas. Surpreendentemente, esta última foi um alívio. Claro, tirando aquele desespero básico que a perspectiva de falta de salário causa na gente, o resto foi tranqüilo. Ficava me imaginando desempregada, para ver se caía a ficha, mas nada. No dia seguinte, lá estava eu: serena, de bem com a vida, acordando mais cedo que o de costume para ir à yoga. E olhe que eu odeio acordar cedo.
A yoga ajuda, mas ainda não desenvolvi o desapego a ponto de me conformar desse jeito com as injustiças da vida. O que me deixou bem foram algumas circunstâncias, que eu gostaria de dividir com vocês, porque talvez ajude quem está na mesma situação.
1) A empresa da qual saí não era a mesma em que eu entrei. Não que a razão social tenha mudado. O que mudou foram as pessoas, foi o estilo de trabalho, o peso que a minha área tinha no conjunto. Nós não tínhamos mais as mesmas afinidades profissionais e nem de valores. Quando isso acontece, não espere: é melhor começar a buscar outras oportunidades.
2) Toda a equipe da qual eu fazia parte foi demitida junta. Nós, seres humanos, somos gregários. Sentimo-nos bem em grupo, mesmo que seja um de desempregados. No dia seguinte, fomos todos tomar café no meio da tarde, comentar sobre a cena da demissão e especular como a empresa iria sobreviver sem a gente. Se já éramos amigos antes, nos tornamos mais ainda, unidos pela injustiça e pelo infortúnio.
3) Tenho uma boa relação de amigos e muitas vezes já indiquei pessoas para vagas de emprego. Essa network, como se diz no jargão corporativo, é preciosíssima quando quem leva o pé no derrière é você. Mandei um e-mail explicando a situação, atualizando meus contatos e pedindo indicações. Aliás, indicação na minha profissão é fundamental. Poucas vezes se contrata através de anúncio em jornal ou agências de RH.
4) Circular pelos eventos da sua área de atuação, sejam eles sociais ou profissionais, também ajuda as pessoas a lembrarem de você. Dar palestras, manter um vínculo com a universidade e participar de associações de classe é recomendável. Neste ano, acabei realizando várias dessas atividades, o que é excelente para a visibilidade no mercado.
Estas atitudes foram responsáveis, em grande parte, por eu estar sendo chamada para vários trabalhos free lancers e para assumir a disciplina de Marketing de Varejo em uma faculdade. Portanto, trabalho é o que não falta. Emprego mesmo, com um salário legal e vale refeição no final do mês, ainda não apareceu. A graninha dos freelas permite que eu me dê ao luxo de não aceitar qualquer coisa, pelo menos por enquanto. E assim, posso “me demitir” de propostas absurdas que eu nem imagino como algumas empresas têm coragem de fazer para a gente...
fui demitida, e agora? da adriana baggio, no www.digestivo cultural.com.br
Os telespectadores sentiram-se vingados. Quantas pessoas não gostariam de ter a coragem e/ou a possibilidade de mandar o chefe catar coquinho na ladeira? Eu adoraria! Mas não cheguei a ter esta oportunidade: fui demitida antes.
Ficar sem emprego é ruim, claro. Principalmente para quem não trabalha por esporte, como é o caso da maioria de nós. E esse ruim vai desde o principal – a falta de grana – até aspectos de identidade e socialização. Pois bem, se você trabalha em um lugar legal, uma empresa respeitada no seu segmento, cuja marca você tem orgulho de apresentar no cartão de visita e que vence o bloqueio das mais rígidas secretárias e recepcionistas, vai ser difícil ficar sem essa identidade corporativa.
Depois de perder o emprego, experimente ligar para outra empresa e tentar falar com alguém mais graúdo. A pessoa que atender a ligação vai perguntar seu nome. Você vai dizer. E aí vem a segunda pergunta, fatídica: “Fulano de onde?”. Você vai gaguejar aes de explicar que “é particular” ou que a pessoa está esperando a sua ligação. Mas a telefonista (elas sempre são cruéis nesses momentos) vai perceber que faltou algo: seu sobrenome corporativo, o que lhe dá uma identidade profissional. Se você for uma pessoa espirituosa e de pensamento rápido, talvez diga algo como “sou da minha casa” ou “sou da Escola de Balé”, etc. Na maioria dos casos, porém, é aquele constrangimento.
Já fui demitida umas duas ou três vezes. As anteriores foram mais dolorosas. Surpreendentemente, esta última foi um alívio. Claro, tirando aquele desespero básico que a perspectiva de falta de salário causa na gente, o resto foi tranqüilo. Ficava me imaginando desempregada, para ver se caía a ficha, mas nada. No dia seguinte, lá estava eu: serena, de bem com a vida, acordando mais cedo que o de costume para ir à yoga. E olhe que eu odeio acordar cedo.
A yoga ajuda, mas ainda não desenvolvi o desapego a ponto de me conformar desse jeito com as injustiças da vida. O que me deixou bem foram algumas circunstâncias, que eu gostaria de dividir com vocês, porque talvez ajude quem está na mesma situação.
1) A empresa da qual saí não era a mesma em que eu entrei. Não que a razão social tenha mudado. O que mudou foram as pessoas, foi o estilo de trabalho, o peso que a minha área tinha no conjunto. Nós não tínhamos mais as mesmas afinidades profissionais e nem de valores. Quando isso acontece, não espere: é melhor começar a buscar outras oportunidades.
2) Toda a equipe da qual eu fazia parte foi demitida junta. Nós, seres humanos, somos gregários. Sentimo-nos bem em grupo, mesmo que seja um de desempregados. No dia seguinte, fomos todos tomar café no meio da tarde, comentar sobre a cena da demissão e especular como a empresa iria sobreviver sem a gente. Se já éramos amigos antes, nos tornamos mais ainda, unidos pela injustiça e pelo infortúnio.
3) Tenho uma boa relação de amigos e muitas vezes já indiquei pessoas para vagas de emprego. Essa network, como se diz no jargão corporativo, é preciosíssima quando quem leva o pé no derrière é você. Mandei um e-mail explicando a situação, atualizando meus contatos e pedindo indicações. Aliás, indicação na minha profissão é fundamental. Poucas vezes se contrata através de anúncio em jornal ou agências de RH.
4) Circular pelos eventos da sua área de atuação, sejam eles sociais ou profissionais, também ajuda as pessoas a lembrarem de você. Dar palestras, manter um vínculo com a universidade e participar de associações de classe é recomendável. Neste ano, acabei realizando várias dessas atividades, o que é excelente para a visibilidade no mercado.
Estas atitudes foram responsáveis, em grande parte, por eu estar sendo chamada para vários trabalhos free lancers e para assumir a disciplina de Marketing de Varejo em uma faculdade. Portanto, trabalho é o que não falta. Emprego mesmo, com um salário legal e vale refeição no final do mês, ainda não apareceu. A graninha dos freelas permite que eu me dê ao luxo de não aceitar qualquer coisa, pelo menos por enquanto. E assim, posso “me demitir” de propostas absurdas que eu nem imagino como algumas empresas têm coragem de fazer para a gente...
fui demitida, e agora? da adriana baggio, no www.digestivo cultural.com.br
sexta-feira, setembro 08, 2006
cacilda! ou suicídio empatado
aberto envelope do quesito produção em concorrência para o banco do brasil, surpresa estupefata: empate!? mas como empate? simples. custo zero de produção. zé-rô de taxa de agência, ou seja remuneração por comichão, niente.
o resultado causa-época gerou posts feriados no blue bus. trinca de agências renomadas apertam os calos do mercado em torniquetes de amputa-pé como se fossem concorrentes de sapateiros, ou melhor, engraxates de calçada.
a tátitica dos quase-conglomerados é a dos vão-se os dedos ficam os anéis. e assim nosso negócio vai se salvando a custa de furos e rasgos nos botes deste tipo.
a criação já havia se tornado commodities faz tempo. é dada de graça. se bem que muito sem graça. afinal, coisa oferecida ou tá podre ou tá ardida.
agora produção é free, é bônus, tá de grátis. um dos posts-feriados levanta a folhinha: e agora: os outros clientes vão querer pagar os custos de cão da comissão produção? ão ão ? claro que não.
mas como ninguém vem ao mundo para comprar por cem e vender por noventa, tá na venta de que vai haver botox no bv, que agora vai ter de chamar-se bêvêvê, para compensar a perda de caixa. isso, sem falar nas notas duplas: xxx para o cliente e xixi para o fornecedor de fundo de arquivo. que por maior que seja verba de mídia, a mirdia por sí só, já amputada até as coxas, não sustenta o custo de operação genital das agências, por mais que estas lombriguem estagiários, que são chicoteados não só na criação.
diante de tal quadro, organizações semi-tabajara fritam em vaselina indústria da propaganda que ainda acaba ela mesmo fudendo com ela própria, ao confundir esperteza bunda com verve bussunda. malandragem agulha que costura bôca de sapo para a própria agência que assim prossegue.
seus problemas acabaram? resultado da concorrência mostra que não. alguém teve a mesma idéia, e isso em propaganda é sempre mortal.
- num tempo em que os atores de teatro eram deuses e deusas, grupo de estudantes aproxima-se de cacilda becker e após as mesuras e autógrafos chora pitangas sob sua condição de estudantes e pede convites. cacilda fuzila: — meus filhos! não me peçam de graça a única coisa que eu tenho para vender -
a propaganda espetáculo do século XXI está distribuindo convites para os endinheirados. e o que é pior: os estudantes barrados na galeria sequer protestam - não vá esperar você que os dces do negócio, abaps, cemps, sindicatos, o façam.
assim-assim, quem diria? altruísticamente os publicitários-empresários ou os vice-sem-versa, estão dando o que sempre tomaram.
mas afinal, qual é o problema? boia à tona a veste que sempre cobriu a atividade: não é dando que se recebe? então foi dado um feriado nos custos de produção a qualquer custo, pois o céu é o limite envelopado.
o resultado causa-época gerou posts feriados no blue bus. trinca de agências renomadas apertam os calos do mercado em torniquetes de amputa-pé como se fossem concorrentes de sapateiros, ou melhor, engraxates de calçada.
a tátitica dos quase-conglomerados é a dos vão-se os dedos ficam os anéis. e assim nosso negócio vai se salvando a custa de furos e rasgos nos botes deste tipo.
a criação já havia se tornado commodities faz tempo. é dada de graça. se bem que muito sem graça. afinal, coisa oferecida ou tá podre ou tá ardida.
agora produção é free, é bônus, tá de grátis. um dos posts-feriados levanta a folhinha: e agora: os outros clientes vão querer pagar os custos de cão da comissão produção? ão ão ? claro que não.
mas como ninguém vem ao mundo para comprar por cem e vender por noventa, tá na venta de que vai haver botox no bv, que agora vai ter de chamar-se bêvêvê, para compensar a perda de caixa. isso, sem falar nas notas duplas: xxx para o cliente e xixi para o fornecedor de fundo de arquivo. que por maior que seja verba de mídia, a mirdia por sí só, já amputada até as coxas, não sustenta o custo de operação genital das agências, por mais que estas lombriguem estagiários, que são chicoteados não só na criação.
diante de tal quadro, organizações semi-tabajara fritam em vaselina indústria da propaganda que ainda acaba ela mesmo fudendo com ela própria, ao confundir esperteza bunda com verve bussunda. malandragem agulha que costura bôca de sapo para a própria agência que assim prossegue.
seus problemas acabaram? resultado da concorrência mostra que não. alguém teve a mesma idéia, e isso em propaganda é sempre mortal.
- num tempo em que os atores de teatro eram deuses e deusas, grupo de estudantes aproxima-se de cacilda becker e após as mesuras e autógrafos chora pitangas sob sua condição de estudantes e pede convites. cacilda fuzila: — meus filhos! não me peçam de graça a única coisa que eu tenho para vender -
a propaganda espetáculo do século XXI está distribuindo convites para os endinheirados. e o que é pior: os estudantes barrados na galeria sequer protestam - não vá esperar você que os dces do negócio, abaps, cemps, sindicatos, o façam.
assim-assim, quem diria? altruísticamente os publicitários-empresários ou os vice-sem-versa, estão dando o que sempre tomaram.
mas afinal, qual é o problema? boia à tona a veste que sempre cobriu a atividade: não é dando que se recebe? então foi dado um feriado nos custos de produção a qualquer custo, pois o céu é o limite envelopado.
quinta-feira, setembro 07, 2006
pensamento de primeiro time ou palavra do presidente
Acho que não existe outra profissão que sofra um patrulhamento tão grande em relação à originalidade do seu trabalho quanto a de publicitário. Um patrulhamento, é bom deixar claro, que começa bem lá no início do processo criativo, onde zilhões de idéias ainda frágeis vão parar no lixo porque parecem, lembram, enfim, guardam alguma semelhança, por menor que seja, com alguma campanha feita por um colega. Quer dizer, ele nem precisa ser seu colega para que a idéia mesmo assim vá parar no lixo. É pela coincidência criativa mesmo.
Coincidência criativa. Como eu tenho ouvido essa expressão ultimamente. Toda semana você é capaz de encontrar em um veículo do trade alguma denúncia (quase sempre anônima) de uma coincidência criativa. Termo bem mais elegante para o que a gente, no mercado, aprendeu como "chupar" uma idéia.
Eu sei que é cada vez mais difícil identificar o original na publicidade quando a origem da idéia, seja aqui no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, parte das mesmas referências, publicitárias ou não. Dá uma tremenda frustração ver um anúncio igual ao seu publicado em um anuário da Eslovênia, por exemplo. Assim como dá uma tremenda sensação de incompetência saber que a sua campanha, inconscientemente, tem um conceito muito parecido com uma outra, que você nem sabia que existia.
Se propaganda realizasse teste de DNA, é bem capaz de você descobrir que aquele anúncio genial, que ganhou Leão, é primo distante de um outro que você mesmo fez faz tempo. E que nem gostou tanto assim quando criou.
O fato é que muita coisa boa já foi feita. A busca pelo novo é que torna o nosso trabalho fascinante. E angustiante.
A pergunta que eu faço para vocês é: será que só nós, publicitários, somos tão criteriosos nessa busca ou a escassez de idéias originais também atingiu outras áreas?
Filmes são revisitados. Novelas têm releituras. Brinquedos sofrem atualizações. Músicas ganham nova roupagem. Exemplos na moda, na arquitetura, no automobilismo e na gastronomia também não faltam.
Releituras recebidas, consumidas e aplaudidas à exaustão.
Mas isso para você que trabalha em propaganda não é nenhuma novidade.
É melhor eu buscar um assunto novo para a próxima edição.
se publicitário chupa, por que os outros fazem uma releitura?
do álvaro rodrigues, presidente do ccrj.
Coincidência criativa. Como eu tenho ouvido essa expressão ultimamente. Toda semana você é capaz de encontrar em um veículo do trade alguma denúncia (quase sempre anônima) de uma coincidência criativa. Termo bem mais elegante para o que a gente, no mercado, aprendeu como "chupar" uma idéia.
Eu sei que é cada vez mais difícil identificar o original na publicidade quando a origem da idéia, seja aqui no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, parte das mesmas referências, publicitárias ou não. Dá uma tremenda frustração ver um anúncio igual ao seu publicado em um anuário da Eslovênia, por exemplo. Assim como dá uma tremenda sensação de incompetência saber que a sua campanha, inconscientemente, tem um conceito muito parecido com uma outra, que você nem sabia que existia.
Se propaganda realizasse teste de DNA, é bem capaz de você descobrir que aquele anúncio genial, que ganhou Leão, é primo distante de um outro que você mesmo fez faz tempo. E que nem gostou tanto assim quando criou.
O fato é que muita coisa boa já foi feita. A busca pelo novo é que torna o nosso trabalho fascinante. E angustiante.
A pergunta que eu faço para vocês é: será que só nós, publicitários, somos tão criteriosos nessa busca ou a escassez de idéias originais também atingiu outras áreas?
Filmes são revisitados. Novelas têm releituras. Brinquedos sofrem atualizações. Músicas ganham nova roupagem. Exemplos na moda, na arquitetura, no automobilismo e na gastronomia também não faltam.
Releituras recebidas, consumidas e aplaudidas à exaustão.
Mas isso para você que trabalha em propaganda não é nenhuma novidade.
É melhor eu buscar um assunto novo para a próxima edição.
se publicitário chupa, por que os outros fazem uma releitura?
do álvaro rodrigues, presidente do ccrj.
quarta-feira, setembro 06, 2006
chuva de meteoritos
1. Se tenho alguma virtude, é a de saber ouvir. Adoro ficar quieto no meu canto ouvindo as pessoas, independentemente de quem seja, dizerem o que pensam e o que sabem. E tenho aprendido muito, com isso.
Foi assim, ouvindo, lendo, experimentando, que formei, há alguns anos, a opinião de que as agências de propaganda (ou de publicidade) deveriam se reinventar e passar a encarar a comunicação como um processo, tornando-se, inclusive, empresas de comunicação de marketing.
Já nos meus tempos de ESPM eu troquei, nas minhas aulas e palestras e nas colunas que escrevi, a expressão “agência” por empresa de comunicação. Não colou. Como costuma dizer o Nizan Guanaes, nossa atividade é conservadora demais.
Mas parece que isso está mudando.
2. Nestes últimos dias as notícias não param de chegar:
. Em Amsterdan e agora em Nova York, a Strawberry Frog, empresa que questiona o processo comunicação utilizado atualmente pelas agências e pelos anunciantes em geral, não para de crescer. “Durante anos”, declarou a Meio&Mensagem (07/08/2006) Kevin McKeon, criativo e sócio da Empresa, “anunciantes de porte foram às maiores agências e receberam sempre a mesma coisa. Agora está surgindo a consciência de que esse formato não funciona mais.”
. Dream Factory, empresa do Grupo Artplan especializada em Entretenimento, está ampliando sua atuação com a abertura de Escritórios em S. Paulo e Madrid.
. A Mega, de S. Paulo, anuncia grande desenvolvimento e uma carteira respeitável de clientes, trabalhando com job para eles.
. A Vida é Bela, empresa especializada em marketing Experiencial sediada em Portugal, acaba de se instalar no Brasil.
. A Full Jazz criou a Full Jazz Comunidade e a Full Tecno. E não para de crescer.
. Bob Greenberg, criador de efeitos especiais para filmes como Alien, Predador e Zelig, prevê: “o atual modelo de televisão será totalmente modificado; as revistas impressas, como existem hoje, vão sumir. O comercial de trinta segundos também não deve durar muito. Até o filme, no que tange à tecnologia de captação de imagens, vai desaparecer.”
. Todas as empresas ligadas à Grey Worldwide estão sendo unificadas sob a marca G2. No Brasil, G2Zest.
. O Grupo Interpublic promoveu a fusão da Draft, empresa de marketing direto, com a FCB. No Brasil, Giovanni FCB.
. A Neogama/BBH anuncia que acabou essa história de above e below the line. Agora, as ferramentas de propaganda de massa e de outras disciplinas do marketing estão integradas em um único processo, dentro da estrutura da agência.
. Há pouco a DPZ rompeu a tradição de não ter uma segunda empresa e lançou a Samba, empresa de marketing promocional.
. O GrupoTotal criou a One Stop e promete, para breve, outras novidades.
. O Grupo Ipy, do Nizan Guanaes, que já tem a DM9DDB, a MPM e a inovadora África, criou a B/Ipy, especializada em serviços de marketing.
. A Newcomm tem as empresas Dez Brasil, LongPlay, Wunderman, Maestro e Ação.
. A Ogilvy tem a Ogilvy One, Intractive e a Data Search.
. A Leo Burnett criou a Arc, especializada em serviços de marketing.
Etc, etc, etc.
. Chega ao Brasil a inglesa JF/Lau Comunicação. Ocupa o lugar da Avalanche, parte da rede The Law Firm que deixa de ser agência de propaganda e se especializa em branded entertainment – programas especiais, documentários, “com foco na marca do cliente”.
3. A questões são: como você se situa neste processo? Como a agência que você dirige ou trabalha enxerga o presente e o futuro?
"a nova era", do eloy simões.
qual é a nossa? mezozóica era? com a palavra a ala que faz da colagem da sigla abap as suas assinaturas, marco de uma nova era.
Foi assim, ouvindo, lendo, experimentando, que formei, há alguns anos, a opinião de que as agências de propaganda (ou de publicidade) deveriam se reinventar e passar a encarar a comunicação como um processo, tornando-se, inclusive, empresas de comunicação de marketing.
Já nos meus tempos de ESPM eu troquei, nas minhas aulas e palestras e nas colunas que escrevi, a expressão “agência” por empresa de comunicação. Não colou. Como costuma dizer o Nizan Guanaes, nossa atividade é conservadora demais.
Mas parece que isso está mudando.
2. Nestes últimos dias as notícias não param de chegar:
. Em Amsterdan e agora em Nova York, a Strawberry Frog, empresa que questiona o processo comunicação utilizado atualmente pelas agências e pelos anunciantes em geral, não para de crescer. “Durante anos”, declarou a Meio&Mensagem (07/08/2006) Kevin McKeon, criativo e sócio da Empresa, “anunciantes de porte foram às maiores agências e receberam sempre a mesma coisa. Agora está surgindo a consciência de que esse formato não funciona mais.”
. Dream Factory, empresa do Grupo Artplan especializada em Entretenimento, está ampliando sua atuação com a abertura de Escritórios em S. Paulo e Madrid.
. A Mega, de S. Paulo, anuncia grande desenvolvimento e uma carteira respeitável de clientes, trabalhando com job para eles.
. A Vida é Bela, empresa especializada em marketing Experiencial sediada em Portugal, acaba de se instalar no Brasil.
. A Full Jazz criou a Full Jazz Comunidade e a Full Tecno. E não para de crescer.
. Bob Greenberg, criador de efeitos especiais para filmes como Alien, Predador e Zelig, prevê: “o atual modelo de televisão será totalmente modificado; as revistas impressas, como existem hoje, vão sumir. O comercial de trinta segundos também não deve durar muito. Até o filme, no que tange à tecnologia de captação de imagens, vai desaparecer.”
. Todas as empresas ligadas à Grey Worldwide estão sendo unificadas sob a marca G2. No Brasil, G2Zest.
. O Grupo Interpublic promoveu a fusão da Draft, empresa de marketing direto, com a FCB. No Brasil, Giovanni FCB.
. A Neogama/BBH anuncia que acabou essa história de above e below the line. Agora, as ferramentas de propaganda de massa e de outras disciplinas do marketing estão integradas em um único processo, dentro da estrutura da agência.
. Há pouco a DPZ rompeu a tradição de não ter uma segunda empresa e lançou a Samba, empresa de marketing promocional.
. O GrupoTotal criou a One Stop e promete, para breve, outras novidades.
. O Grupo Ipy, do Nizan Guanaes, que já tem a DM9DDB, a MPM e a inovadora África, criou a B/Ipy, especializada em serviços de marketing.
. A Newcomm tem as empresas Dez Brasil, LongPlay, Wunderman, Maestro e Ação.
. A Ogilvy tem a Ogilvy One, Intractive e a Data Search.
. A Leo Burnett criou a Arc, especializada em serviços de marketing.
Etc, etc, etc.
. Chega ao Brasil a inglesa JF/Lau Comunicação. Ocupa o lugar da Avalanche, parte da rede The Law Firm que deixa de ser agência de propaganda e se especializa em branded entertainment – programas especiais, documentários, “com foco na marca do cliente”.
3. A questões são: como você se situa neste processo? Como a agência que você dirige ou trabalha enxerga o presente e o futuro?
"a nova era", do eloy simões.
qual é a nossa? mezozóica era? com a palavra a ala que faz da colagem da sigla abap as suas assinaturas, marco de uma nova era.
terça-feira, setembro 05, 2006
sete anões ou um a mais ou a menos em qualquer dos casos faz a diferença
um dos pré-requisitos para o exercício do mandato senatorial é a retórica. a capacidade de mais do que empolgar, “levar os homens a guerra”. por dentro ou por fora da retórica, uma aspecto de respeitabilidade ou de filhaputice tal – como nos acostumaram filmes sobre o senado romano ou grego, que nunca mostram as virtudes de senadores que fizeram história, da boa, só punhaladas e conspirações à boca chiusa. magnitude tal que nos insiram a certeza de grandiloquência moral que até os maiores problemas da nação- acredita quem quiser - estarão por ser resolvidos no manto quase sagrado daqueles que ostentarão o título de senadores da república com autoridade para fazê-lo. em nossa outra história de tempos em tempos assim seria se não estivessemos numa republiqueta pacovam onde poderes executivo, legislativo e judiciário são intrujões, portanto capacidade do senado quase iníqua de resolver algo que não seja o meio de vida dos próprios e de compor-se como nenhuma ficção à realidade dos interesses dos mesmos.
assistindo o guia eleitoral de pernambuco desfaz-se toda a construção, fílmica, inclusive, com os candidatos a senadores que temos. de médicos a monstros, de lobos ou melhor, pastores, a cordeiros desalmados, de ilustres desconhecidos a lustrosas caras-de-pau e vices que agora brotam como espinhas no debut em contraponto a vesgos e banguelos em mordeduras de texto. e, last but not least, do figurino e aspecto cine-corujão de jarbas: que aparentemente pelos cabelos brancos adquiridos e perdidos, e a voz mansa que arquitetoa obra legada à maturidade e posteridade, ainda assim não é credenciado a nada mais do que o papel de menos ruim. figura calcária alçada, segundo a respeitabilidade que a numérica majoritária aparenta dar-lhe, ao crédito favas contadas de senador de tal etéreo quase zen.
nesta condição que será captada nos demais ângulos para e por toda câmara não só o guia como os guias cheiram a cinema b. mas cinema b que não tem sequer o crédito de roger corman.
em “ índice dieese” uma quase continuação do assunto no misterwalk.blogspot.com de hoje . acesse e volte.
assistindo o guia eleitoral de pernambuco desfaz-se toda a construção, fílmica, inclusive, com os candidatos a senadores que temos. de médicos a monstros, de lobos ou melhor, pastores, a cordeiros desalmados, de ilustres desconhecidos a lustrosas caras-de-pau e vices que agora brotam como espinhas no debut em contraponto a vesgos e banguelos em mordeduras de texto. e, last but not least, do figurino e aspecto cine-corujão de jarbas: que aparentemente pelos cabelos brancos adquiridos e perdidos, e a voz mansa que arquitetoa obra legada à maturidade e posteridade, ainda assim não é credenciado a nada mais do que o papel de menos ruim. figura calcária alçada, segundo a respeitabilidade que a numérica majoritária aparenta dar-lhe, ao crédito favas contadas de senador de tal etéreo quase zen.
nesta condição que será captada nos demais ângulos para e por toda câmara não só o guia como os guias cheiram a cinema b. mas cinema b que não tem sequer o crédito de roger corman.
em “ índice dieese” uma quase continuação do assunto no misterwalk.blogspot.com de hoje . acesse e volte.
segunda-feira, setembro 04, 2006
recado para o leo ou seria ao leo?
na segunda que passou, foi marcada uma reunião na sede do sindicato dos publicitários de pernambuco, procurando fomentar ações, medidas, quiçá uma campanha pela valorização dos publicitários e, vá lá da atividade, que segundo um senso não muito comum anda mais rasteira do que cu de tatu.
tive vontade de ir dar uma conferida no zygmunt katz e ver como portam-se ante a fogueira as joanas d´arc bresson de hoje. mas como não há estoque de pomada de cacau que chegue, apliquei-me em mais um pouco do mesmo — faz tanto tempo, que nem me lembro se é assim que se escreve o nome do tal edifício, antigo endereço da lab/abaeté, primeira agência que colocoquei os pés, recusando rótulo de estagiário e onde já exercitei o pé na bunda ao contrário, sincopando o samba do ernesto, “diretor de criação, que nada mais era do que o genro de então do queiroz, nada mais do que isso e fechem-se as aspas”.
o assunto, apesar de muito simples, se aprofundado, vira tese de mestrado, doutorado e pós-doutorado. e como não sou nada disso, fico pelo multifaceitado e assaz fragmentado saber condóido de experiências passadas. das quais alimento o espírito, e a luta até hoje. aliás, razão pelo qual pela enésima vez consecutiva não levo o prêmio de miss simpatia e o que é pior: só short-list do prêmio limão.
um das preocupações atuais é a baixíssima remuneração de profissionais e exploração dos estagiários. hoje nada mais que moedas-tostões no troco-troca da mão de obra mais qualificada, e teoricamente com mais peso na folha salarial, pelos menos assim também visto no âmbito da lista do ccpe, ainda que à trouxe-mouxe a questão receba comentários em sua maioria de tabula rasa.
muita gente sem parâmetros históricos e intelectuais repete a construção do ouvir o galo cantar e não sabe aonde, no debate que não chega nem a repetir nível de dce. e não quero aqui deitar saber, assumindo a pose de sábio. afinal, se não resolvo nem meus problemas, não vou eu querer resolver um problema de classe, melhor aglomerado.
aglomerado, não é raspa de compensado prensada. resmungo, remexendo meus alfarrábios jornalísticos para publicação no hayquetenercojones.blogspot.com onde encontro em meio a artigo, uma passagem que bem pode ser aplicada analogicamente e não só a atividade publicitária. senão vejamos:
“ agrupando um nebulosa social, uma vez que os artistas e intelectuais não se constituem classe social, pois vivem a reboque dos extratos de classe média e imediatamente superiores, constituindo-se camada intermediária, jamais podendo ser ou foram classe particular, uma vez que não tem posição independente do sistema de produção. eis a raiz da sua contradição, a raiz econômica: pertencem a uma camada social intermediária de contornos e estrutura interna movediços, partihando a sorte ambígua, contraditória e flutuante das classes médias. por isso mesmo tão marcados aqui e acolá por vicissitudes, ao realizarem um trabalho improdutivo, assalariado, mas não integrado ao modo de produção: constrangidos a elaborar e difundir uma ideologia destinada a perpetuar a exploração de que ele próprio é vítima – tal é o fundamento real, objetivo da consciência contraditória que o intelectual e os artistas formam de sua situação – burguês por sua função ideológica - é pequeno-burguês pela sua posição social e trabalhador assalariado pela sua situação ecônomica.” (kanapa , situation, pág 29).
aplique-se a passagem aos publicitários, encaixados entre os intelectuais e os artistas e tem-se o panorama atual. talvez por isso muitos publicitários abrem sua agência, para que possam, sendo donos dos meios de produção – apesar desta ser uma atividade de prestação de serviços, à rigor, por mais desprestigiante que isso sôe – contornar a situação. contudo, só conseguem reproduzir a ideologia dominante, críticas estas feitas, por exemplo, a um certo criador que ao tornar-se patrão, reproduziu exatamente, pelo menos em parte acintosa o que tanto criticava enquanto carne pra canhão. o que não caracteriza traição a ninguém. apenas, e olhe lá, a sí próprio. tornando-se engrenagem, mesmo que diminuta ou não do sistema. mais alí já tínhamos que partir para althusser, que tá muito fora de moda, como estou, por hora.
assim, pra não terminar com discurso de líder sindical – parte também do sistema – é preciso muito mais que reuniões para resolver uma situação aparentemente tão-somente de oferta e demanda, num tempo em que demasiadamente desgastados por sí próprios, os publicitários andam com valor de revenda que não chega ao fim do mês.
mas isso não deveria impedir encontros e reuniões do tipo, desde que mais do que o arroubo e a sinceridade, contribuam para aprimorar o exercício do jogo do poder e da visão estratégica dos riscos e significados disto para uma profissão cuja gestão baseia-se na ética da vinganga: reivindicas, te complicas. tá cheio de justus por aí(Ih! fechei portas e portas como disse o big ceo). sem falar que isso deveria partir do próprio sindicato, mais adormecido que belo, e do clube de criação, que só tem servido para servir de domínio de email para um.
portanto, é sempre bom relembrar bruno, giordano bruno, momentos antes de ser queimado literalmente na fogueira: “ eu só errei porque pedi ao donos do poder que abrissem mão dele”.
não creio que esta reunião tenha pegado fogo, sequer feito fumaça. mas gostaria muito de sentir o calor do contrário. aí eu passo a caminhar em brasa também. caminho a que já estou acostumado, ardendo solitariamente em público e em privado. menos por incompetência ou rebeldia(como muitos querem rotular-me)acredito, e mais por resistir a quebra de princípios. que a muitos parecem estranhos a um publicitário. mais que moldaram uma geração, que não só tinha muito mais talento(eu sou uma exceção), e acima de tudo respeito por sí próprios e pela profissão.
assim, o quadro que temos hoje não é maniqueisticamente fruto de questão macro econômica relativa a mudança dos tempos. é a mudança dos homens(e das mulheres) que conduzem o negócio, possivelmente resultante da falta de valores e princípios que os tornaram tão micros. mas que em seu discurso querem-se como nichos, entendido efetivamente apenas como michos.
e é nisso em que se tornou o negócio: micharia em todos os sentidos. senão micho de valores para quase todos, micho de princípios para todos quase.
tive vontade de ir dar uma conferida no zygmunt katz e ver como portam-se ante a fogueira as joanas d´arc bresson de hoje. mas como não há estoque de pomada de cacau que chegue, apliquei-me em mais um pouco do mesmo — faz tanto tempo, que nem me lembro se é assim que se escreve o nome do tal edifício, antigo endereço da lab/abaeté, primeira agência que colocoquei os pés, recusando rótulo de estagiário e onde já exercitei o pé na bunda ao contrário, sincopando o samba do ernesto, “diretor de criação, que nada mais era do que o genro de então do queiroz, nada mais do que isso e fechem-se as aspas”.
o assunto, apesar de muito simples, se aprofundado, vira tese de mestrado, doutorado e pós-doutorado. e como não sou nada disso, fico pelo multifaceitado e assaz fragmentado saber condóido de experiências passadas. das quais alimento o espírito, e a luta até hoje. aliás, razão pelo qual pela enésima vez consecutiva não levo o prêmio de miss simpatia e o que é pior: só short-list do prêmio limão.
um das preocupações atuais é a baixíssima remuneração de profissionais e exploração dos estagiários. hoje nada mais que moedas-tostões no troco-troca da mão de obra mais qualificada, e teoricamente com mais peso na folha salarial, pelos menos assim também visto no âmbito da lista do ccpe, ainda que à trouxe-mouxe a questão receba comentários em sua maioria de tabula rasa.
muita gente sem parâmetros históricos e intelectuais repete a construção do ouvir o galo cantar e não sabe aonde, no debate que não chega nem a repetir nível de dce. e não quero aqui deitar saber, assumindo a pose de sábio. afinal, se não resolvo nem meus problemas, não vou eu querer resolver um problema de classe, melhor aglomerado.
aglomerado, não é raspa de compensado prensada. resmungo, remexendo meus alfarrábios jornalísticos para publicação no hayquetenercojones.blogspot.com onde encontro em meio a artigo, uma passagem que bem pode ser aplicada analogicamente e não só a atividade publicitária. senão vejamos:
“ agrupando um nebulosa social, uma vez que os artistas e intelectuais não se constituem classe social, pois vivem a reboque dos extratos de classe média e imediatamente superiores, constituindo-se camada intermediária, jamais podendo ser ou foram classe particular, uma vez que não tem posição independente do sistema de produção. eis a raiz da sua contradição, a raiz econômica: pertencem a uma camada social intermediária de contornos e estrutura interna movediços, partihando a sorte ambígua, contraditória e flutuante das classes médias. por isso mesmo tão marcados aqui e acolá por vicissitudes, ao realizarem um trabalho improdutivo, assalariado, mas não integrado ao modo de produção: constrangidos a elaborar e difundir uma ideologia destinada a perpetuar a exploração de que ele próprio é vítima – tal é o fundamento real, objetivo da consciência contraditória que o intelectual e os artistas formam de sua situação – burguês por sua função ideológica - é pequeno-burguês pela sua posição social e trabalhador assalariado pela sua situação ecônomica.” (kanapa , situation, pág 29).
aplique-se a passagem aos publicitários, encaixados entre os intelectuais e os artistas e tem-se o panorama atual. talvez por isso muitos publicitários abrem sua agência, para que possam, sendo donos dos meios de produção – apesar desta ser uma atividade de prestação de serviços, à rigor, por mais desprestigiante que isso sôe – contornar a situação. contudo, só conseguem reproduzir a ideologia dominante, críticas estas feitas, por exemplo, a um certo criador que ao tornar-se patrão, reproduziu exatamente, pelo menos em parte acintosa o que tanto criticava enquanto carne pra canhão. o que não caracteriza traição a ninguém. apenas, e olhe lá, a sí próprio. tornando-se engrenagem, mesmo que diminuta ou não do sistema. mais alí já tínhamos que partir para althusser, que tá muito fora de moda, como estou, por hora.
assim, pra não terminar com discurso de líder sindical – parte também do sistema – é preciso muito mais que reuniões para resolver uma situação aparentemente tão-somente de oferta e demanda, num tempo em que demasiadamente desgastados por sí próprios, os publicitários andam com valor de revenda que não chega ao fim do mês.
mas isso não deveria impedir encontros e reuniões do tipo, desde que mais do que o arroubo e a sinceridade, contribuam para aprimorar o exercício do jogo do poder e da visão estratégica dos riscos e significados disto para uma profissão cuja gestão baseia-se na ética da vinganga: reivindicas, te complicas. tá cheio de justus por aí(Ih! fechei portas e portas como disse o big ceo). sem falar que isso deveria partir do próprio sindicato, mais adormecido que belo, e do clube de criação, que só tem servido para servir de domínio de email para um.
portanto, é sempre bom relembrar bruno, giordano bruno, momentos antes de ser queimado literalmente na fogueira: “ eu só errei porque pedi ao donos do poder que abrissem mão dele”.
não creio que esta reunião tenha pegado fogo, sequer feito fumaça. mas gostaria muito de sentir o calor do contrário. aí eu passo a caminhar em brasa também. caminho a que já estou acostumado, ardendo solitariamente em público e em privado. menos por incompetência ou rebeldia(como muitos querem rotular-me)acredito, e mais por resistir a quebra de princípios. que a muitos parecem estranhos a um publicitário. mais que moldaram uma geração, que não só tinha muito mais talento(eu sou uma exceção), e acima de tudo respeito por sí próprios e pela profissão.
assim, o quadro que temos hoje não é maniqueisticamente fruto de questão macro econômica relativa a mudança dos tempos. é a mudança dos homens(e das mulheres) que conduzem o negócio, possivelmente resultante da falta de valores e princípios que os tornaram tão micros. mas que em seu discurso querem-se como nichos, entendido efetivamente apenas como michos.
e é nisso em que se tornou o negócio: micharia em todos os sentidos. senão micho de valores para quase todos, micho de princípios para todos quase.
domingo, setembro 03, 2006
quem topa?
uma tática revolucionária
uma estratégia criativa
um conceito inédito
uma solução inovadora
um enfoque diferente
uma idéia ousada
um objetivo bem planejado
um raciocínio inteligente
uma lógica surpreendente
uma metodologia eficaz
uma formatação exclusiva
uma promoção irresistível
uma comunicação diferenciada ?
(examine a propaganda feita no seu mercado e conte as topadas)
uma estratégia criativa
um conceito inédito
uma solução inovadora
um enfoque diferente
uma idéia ousada
um objetivo bem planejado
um raciocínio inteligente
uma lógica surpreendente
uma metodologia eficaz
uma formatação exclusiva
uma promoção irresistível
uma comunicação diferenciada ?
(examine a propaganda feita no seu mercado e conte as topadas)
sábado, setembro 02, 2006
média dupla
notinha perdida dá conta da mais viva do que nunca desapercebida importância do pequeno varejo tão decantado como ferido de morte, assim como os mercadinhos pelos supermercados e o médio varejo pelos shoppings. como se comporta o varejo então, neste tempo de racionalismos just-in time?
"Quando surgiram, há pouco menos de 20 anos, as lojas de conveniência foram celebradas como bela iniciativa de marketing e novo canal de vendas. Aparentemente, não vingaram. Pesquisa da Popai – The Global Association for Marketing at-Retail demonstra que, como alternativa aos supermercados, os mercadinhos e padarias ainda são mais procurados. Acompanhe:
• 6 minutos é o tempo médio de permanência em padarias e mercadinhos
• 4 minutos é a permanência média do consumidor nas lojas de conveniência
• R$ 7,12 é o valor médio gasto em mercadinhos
• R$ 4,24 é quanto se desembolsa nas lojas de conveniência"
lojinhas de conveniências criadas pra resolver premências trazem nelas próprias anti-corpos desta mesma premência. da rapidez, que faz com não exista possibilidades de relacionamento entre clientes e funcionários.já a padaria e o mercadinho, ainda permitem apalpar a fruta de vez do tempo, amadurecendo-o, num cafezinho ou numa conversa que pesa na balança. mesmo que a mosca da premência também ataque alguns pontos onde localizam-se a padaria e os mercadinhos.
a emoção, que de um jeito ou de outro sempre acompanha a compra, ainda que use o disfarce do racional, tende a mediar o consumo nestes locais onde formatos, disposições, aromas e cheiros, utilidades e quinquilharias nos retém em busca de tempos perdidos e ou esquecidos.
acha que não? então experimenta tomar um café numa conveniência, decerto acompanhado de um sanduba pré-preparado, nem vou computar o cheiro de gasolina, e uma média com pão e manteiga na padaria, servida com aquele sotaque de vasco x flamengo.
"Quando surgiram, há pouco menos de 20 anos, as lojas de conveniência foram celebradas como bela iniciativa de marketing e novo canal de vendas. Aparentemente, não vingaram. Pesquisa da Popai – The Global Association for Marketing at-Retail demonstra que, como alternativa aos supermercados, os mercadinhos e padarias ainda são mais procurados. Acompanhe:
• 6 minutos é o tempo médio de permanência em padarias e mercadinhos
• 4 minutos é a permanência média do consumidor nas lojas de conveniência
• R$ 7,12 é o valor médio gasto em mercadinhos
• R$ 4,24 é quanto se desembolsa nas lojas de conveniência"
lojinhas de conveniências criadas pra resolver premências trazem nelas próprias anti-corpos desta mesma premência. da rapidez, que faz com não exista possibilidades de relacionamento entre clientes e funcionários.já a padaria e o mercadinho, ainda permitem apalpar a fruta de vez do tempo, amadurecendo-o, num cafezinho ou numa conversa que pesa na balança. mesmo que a mosca da premência também ataque alguns pontos onde localizam-se a padaria e os mercadinhos.
a emoção, que de um jeito ou de outro sempre acompanha a compra, ainda que use o disfarce do racional, tende a mediar o consumo nestes locais onde formatos, disposições, aromas e cheiros, utilidades e quinquilharias nos retém em busca de tempos perdidos e ou esquecidos.
acha que não? então experimenta tomar um café numa conveniência, decerto acompanhado de um sanduba pré-preparado, nem vou computar o cheiro de gasolina, e uma média com pão e manteiga na padaria, servida com aquele sotaque de vasco x flamengo.
sexta-feira, setembro 01, 2006
infelizes das crianças cujos pais são os primeiros a ludibriar a regras que eles próprios criaram para as proteger
1. Neste primeiro de setembro agora entram em vigor as novas regras do CONAR referentes à propaganda dirigida a crianças e adolescentes e às de refrigerantes e bebidas alcoólicas.
Com essas mudanças, o CONAR passa a recomendar também:
“Que a publicidade seja um fator coadjuvante aos esforços de pais, educadores, autoridades e da comunidade na formação de crianças e adolescentes;”
“Que não se use mais o apelo imperativo de consumo dirigido diretamente a crianças e adolescentes (“peça para mamãe comprar”);”
“Que não se utilizem crianças e adolescentes como modelos para vocalizar apelo direto, recomendação ou sugestão de uso ou consumo por outros menores (“faça como eu, use”);”
“Que o planejamento de mídia reflita as restrições técnica e eticamente recomendáveis, buscando o máximo de adequação à mídia escolhida.”
2. Li as recomendações, lembrei-me da data limite, fiquei curioso: será que temos respeitado o código? Resolvi relê-lo. E repassar pra você alguns itens que considero crítico:
Artigo 7º.
“De vez que a publicidade exerce forte influência de ordem cultural sobre grandes massas da população, este Código recomenda que os anúncios sejam criados e produzidos por Agências e Profissionais sediados no país - salvo impossibilidade devidamente comprovada e, ainda, que toda publicidade seja agenciada por empresa aqui estabelecida.”
(Você e eu sabemos que isso não está acontecendo).
Parágrafo sétimo do artigo 27:
“ O anúncio não se referirá a pesquisa ou estatística que não tenha fonte identificável e responsável”.
(Tem, por exemplo, um anúncio sendo veiculado dizendo que determinado é preferido pela maioria dos dentistas).
O parágrafo nono do mesmo artigo diz:
“ O uso de modelos trajados com uniformes, fardas ou vestimentas característicos de uma profissão não deverá induzir o consumidor a erro e será sempre limitado pelas normas éticas da profissão retratada.”
(Agora mesmo tem comerciais sendo veiculados com gente vestida de branco, simulando profissional das áreas médicas).
Artigo 31:
“ Este Código condena os proveitos publicitários indevidos e legítimos, obtidos por meio de “carona” e/ou “emboscada”, mediante invasão do espaço editorial ou comercial de veículo de comunicação.”
(Sem comentário).
Artigo 37:
“No anúncio dirigido à criança e ao jovem:
a) dar-se-á sempre atenção especial às características psicológicas da audiência-alvo;
b) respeitar-se-á especialmente a ingenuidade e a credulidade, a inexperiência e o sentimento de lealdade dos menores;
c) não se ofenderá moralmente o menor;
d) não se admitirá que o anúncio torne implícita uma inferioridade do menor, caso este não consuma o produto oferecido;
e) não se permitirá que a influência do menor, estimulada pelo anúncio, leve-o a constranger seus responsáveis ou importunar terceiros ou o arraste a uma posição socialmente condenável;
f) o uso de menores em anúncios obedecerá sempre cuidados especiais que evitem distorções psicológicas nos modelos e impeçam promoção de comportamentos socialmente condenáveis;
g) qualquer situação publicitária que envolva a presença de menores deve ter a segurança como primeira preocupação e as boas maneiras como segunda preocupação.”
No item 2 do Anexo “A”, que dispõe sobre bebidas alcoólicas, vamos encontrar uma recomendação dizendo que “crianças e adolescentes não devem figurar, de qual forma, em anúncios; qualquer pessoa que neles apareça deverá ser e parecer maior de 25 aos dfe idade”
(Depois de ler essa frase grifada, dê uma olhada no que anda sendo veiculado por aí).
O Anexo B, que diz respeito a Educação, Cursos e Ensino, diz:
4 – (a publicidade) “não deverá afirmar ou induzir o consumidor a crer que a inscrição ou matrícula no curso lhe proporcionará um emprego, a menos que o anunciante assuma, no mesmo anúncio, tal responsabilidade.”
6 – Não se permitirão promessas de sucesso ou promoção garantida na carreira profissional do aluno, a não ser que tais fatos sejam comprováveis.”
8 – “O anúncio de curso ou cursinho que exigir freqüência do aluno deverá explicitar o tempo de sua duração”.
11 – “O anúncio de curso de instrução ou de preparação para o aprendizado de ofícios ou matérias que conduzam a exames profissionais ou técnicos não poderá oferecer empregos ou oportunidades irreais de remuneração, a menos que o anunciante assuma, no mesmo anúncio e com clareza, total responsabilidade”.
O anexo G, relativo a médicos, dentistas, veterinários, parteiras, massagistas, enfermeiros, serviços hospitalares, paramédicos, para-hospitalares. produtos protéticos e tratamentos diz que:
1. “A publicidade submetida a este Anexo não poderá anunciar:
a) a cura de doenças para as quais ainda não exista tratamento apropriado, de acordo com os conhecimentos científicos comprovados;
b) métodos de tratamentos e diagnósticos ainda não consagrados cientificamente;
c) especialidade ainda não admitida para o respectivo profissional;
d) a oferta de diagnóstico e/ou tratamento à distância;
e) produtos protéticos que requeiram exames e diagnósticos de médicos especialistas”
4. “A propaganda de tratamentos clínicos e cirúrgicos (p.x. emagrecimento, plástica) será regida pelos seguintes princípios:
“a) deve, antes de mais nada, estar de acordo com a disciplina dos órgãos de fiscalização profissional e governamentais competentes;
b) precisa mencionar a direção médica responsável;
c) deve dar uma descrição clara e adequada do caráter do tratamento;
d) não pode conter testemunhais prestados por leigos:
f) não pode conter promessa de cura ou recompensa para aqueles que não obtiverem êxito coma utilização do tratamento.”
No Anexo I, relativo a produtos farmacêuticos idênticos de prescrição, encontramos, no item 4, recomendação de que “qualquer endosso ou atestado, bem como a simples referência a profissionais, instituições de ensino ou pesquisa e estabelecimentos de saúde, deverá ser suportada por documentação hábil, exigível a qualquer tempo.”
3. É claro que há mais, muito mais, neste Código. Que se for levado ao pé da letra, muita coisa vai ter de ser tirada do ar. Vale a pena lê-lo.
olho no código, do eloy simões, publicado esta semana no acontecendoaqui.
resumindo e concluindo: se como publicitários somos os primeiros a desrespeitar o código que nós mesmos criamos, como é que agora queremos ser respeitados ? como é que podemos reclamar de sermos vistos como profissionais (nem isso) que se vendem – e pra isso fazem de tudo, inclusive burlar o código, por tostões, preguiça ou má versação - entenda-se por vender, vender-se a sí próprios, porque vender o que se deve, já é outra história. aí tem gente que nem com milhão consegue, quanto mais com tostão e seguindo o código à risca então, aponte um.
Com essas mudanças, o CONAR passa a recomendar também:
“Que a publicidade seja um fator coadjuvante aos esforços de pais, educadores, autoridades e da comunidade na formação de crianças e adolescentes;”
“Que não se use mais o apelo imperativo de consumo dirigido diretamente a crianças e adolescentes (“peça para mamãe comprar”);”
“Que não se utilizem crianças e adolescentes como modelos para vocalizar apelo direto, recomendação ou sugestão de uso ou consumo por outros menores (“faça como eu, use”);”
“Que o planejamento de mídia reflita as restrições técnica e eticamente recomendáveis, buscando o máximo de adequação à mídia escolhida.”
2. Li as recomendações, lembrei-me da data limite, fiquei curioso: será que temos respeitado o código? Resolvi relê-lo. E repassar pra você alguns itens que considero crítico:
Artigo 7º.
“De vez que a publicidade exerce forte influência de ordem cultural sobre grandes massas da população, este Código recomenda que os anúncios sejam criados e produzidos por Agências e Profissionais sediados no país - salvo impossibilidade devidamente comprovada e, ainda, que toda publicidade seja agenciada por empresa aqui estabelecida.”
(Você e eu sabemos que isso não está acontecendo).
Parágrafo sétimo do artigo 27:
“ O anúncio não se referirá a pesquisa ou estatística que não tenha fonte identificável e responsável”.
(Tem, por exemplo, um anúncio sendo veiculado dizendo que determinado é preferido pela maioria dos dentistas).
O parágrafo nono do mesmo artigo diz:
“ O uso de modelos trajados com uniformes, fardas ou vestimentas característicos de uma profissão não deverá induzir o consumidor a erro e será sempre limitado pelas normas éticas da profissão retratada.”
(Agora mesmo tem comerciais sendo veiculados com gente vestida de branco, simulando profissional das áreas médicas).
Artigo 31:
“ Este Código condena os proveitos publicitários indevidos e legítimos, obtidos por meio de “carona” e/ou “emboscada”, mediante invasão do espaço editorial ou comercial de veículo de comunicação.”
(Sem comentário).
Artigo 37:
“No anúncio dirigido à criança e ao jovem:
a) dar-se-á sempre atenção especial às características psicológicas da audiência-alvo;
b) respeitar-se-á especialmente a ingenuidade e a credulidade, a inexperiência e o sentimento de lealdade dos menores;
c) não se ofenderá moralmente o menor;
d) não se admitirá que o anúncio torne implícita uma inferioridade do menor, caso este não consuma o produto oferecido;
e) não se permitirá que a influência do menor, estimulada pelo anúncio, leve-o a constranger seus responsáveis ou importunar terceiros ou o arraste a uma posição socialmente condenável;
f) o uso de menores em anúncios obedecerá sempre cuidados especiais que evitem distorções psicológicas nos modelos e impeçam promoção de comportamentos socialmente condenáveis;
g) qualquer situação publicitária que envolva a presença de menores deve ter a segurança como primeira preocupação e as boas maneiras como segunda preocupação.”
No item 2 do Anexo “A”, que dispõe sobre bebidas alcoólicas, vamos encontrar uma recomendação dizendo que “crianças e adolescentes não devem figurar, de qual forma, em anúncios; qualquer pessoa que neles apareça deverá ser e parecer maior de 25 aos dfe idade”
(Depois de ler essa frase grifada, dê uma olhada no que anda sendo veiculado por aí).
O Anexo B, que diz respeito a Educação, Cursos e Ensino, diz:
4 – (a publicidade) “não deverá afirmar ou induzir o consumidor a crer que a inscrição ou matrícula no curso lhe proporcionará um emprego, a menos que o anunciante assuma, no mesmo anúncio, tal responsabilidade.”
6 – Não se permitirão promessas de sucesso ou promoção garantida na carreira profissional do aluno, a não ser que tais fatos sejam comprováveis.”
8 – “O anúncio de curso ou cursinho que exigir freqüência do aluno deverá explicitar o tempo de sua duração”.
11 – “O anúncio de curso de instrução ou de preparação para o aprendizado de ofícios ou matérias que conduzam a exames profissionais ou técnicos não poderá oferecer empregos ou oportunidades irreais de remuneração, a menos que o anunciante assuma, no mesmo anúncio e com clareza, total responsabilidade”.
O anexo G, relativo a médicos, dentistas, veterinários, parteiras, massagistas, enfermeiros, serviços hospitalares, paramédicos, para-hospitalares. produtos protéticos e tratamentos diz que:
1. “A publicidade submetida a este Anexo não poderá anunciar:
a) a cura de doenças para as quais ainda não exista tratamento apropriado, de acordo com os conhecimentos científicos comprovados;
b) métodos de tratamentos e diagnósticos ainda não consagrados cientificamente;
c) especialidade ainda não admitida para o respectivo profissional;
d) a oferta de diagnóstico e/ou tratamento à distância;
e) produtos protéticos que requeiram exames e diagnósticos de médicos especialistas”
4. “A propaganda de tratamentos clínicos e cirúrgicos (p.x. emagrecimento, plástica) será regida pelos seguintes princípios:
“a) deve, antes de mais nada, estar de acordo com a disciplina dos órgãos de fiscalização profissional e governamentais competentes;
b) precisa mencionar a direção médica responsável;
c) deve dar uma descrição clara e adequada do caráter do tratamento;
d) não pode conter testemunhais prestados por leigos:
f) não pode conter promessa de cura ou recompensa para aqueles que não obtiverem êxito coma utilização do tratamento.”
No Anexo I, relativo a produtos farmacêuticos idênticos de prescrição, encontramos, no item 4, recomendação de que “qualquer endosso ou atestado, bem como a simples referência a profissionais, instituições de ensino ou pesquisa e estabelecimentos de saúde, deverá ser suportada por documentação hábil, exigível a qualquer tempo.”
3. É claro que há mais, muito mais, neste Código. Que se for levado ao pé da letra, muita coisa vai ter de ser tirada do ar. Vale a pena lê-lo.
olho no código, do eloy simões, publicado esta semana no acontecendoaqui.
resumindo e concluindo: se como publicitários somos os primeiros a desrespeitar o código que nós mesmos criamos, como é que agora queremos ser respeitados ? como é que podemos reclamar de sermos vistos como profissionais (nem isso) que se vendem – e pra isso fazem de tudo, inclusive burlar o código, por tostões, preguiça ou má versação - entenda-se por vender, vender-se a sí próprios, porque vender o que se deve, já é outra história. aí tem gente que nem com milhão consegue, quanto mais com tostão e seguindo o código à risca então, aponte um.